Balizas
Eu não quero mais brigar
Se você quer ir se vá
Não vou te empatar
O nosso ninho é seguro
Mas o desejo em si
É atraente, indomável, hipnótico, e cruel.
Ofusca toda a clareza
Dopando a sanidade
Como se o buraco negro
Antes fosse um oceano calmo
Tão puro e azul feito o céu.
Devolvo sem querer sua liberdade
Sorrindo te dou confiança
Enquanto a dor e a saudade
Tecem o véu.
Revirado o nosso caso ao avesso
O pra sempre desprende os nós
É tão cruel.
Nossos destinos desentrelaçados
Dois anjos caídos sem asas
Expulsos por hora sem perceber do céu.
Nisso a vida segue o seu curso
Trabalho, amigos, barzinho: voz e violão
No fim dos shows me entrego
Há corpos estranhos outra vez
Brindo com todos os meus fãs
Mas no salão está a solidão
Agora é tão normal
Mas ainda não me acostumei.
Olho pra lua minguante aluado
Esqueço todos
Já findei meu trabalho
Entro no meu carro mais uma vez
Não acelero, não tenho pressa,
Pois o tempo é cruel...
Chego em casa despedaçado
Fumo um cigarro pra esquentar os lábios
Tomo uma dose pra acalmar a alma
Mas um blues trás tudo átona outra vez
Desligo o som
Me tranco no meu quarto
Mergulho a esmo no silêncio
Tentando espaçar do inferno das memórias
Outra vez...
Que se repete todos os dias
Mais uma vez de novo
Dopando a clareza
Como se o buraco negro
Antes fosse um céu azul.
Não tempo problema
Deixa estar
Sei que você vai voltar
Cansada e ferida
Querendo a paz e amor de novo
E todas as certezas
E toda a pureza
Que tiraram dos teus olhos
É deixa estar
Sei que você vai voltar
Cansada e ferida
Querendo a paz e amor de novo
E todas as certezas
E toda a pureza
Que tiraram dos teus olhos.