SAMBISTA MALANDRO
Desci o morro correndo,
Dei uma topada, bati o dedão;
A topada foi tão grande
Que escapou o pandeiro
Qu’eu trazia na mão;
E pela rua do morro,
Desce o pandeiro correndo na frente;
E pulando igual um saci,
Pela dor eu dou um grito:
- Que pressa pandeiro,
Espere a gente!
Refrão: Desci o morro correndo...
Mas, prá sambista ligeiro,
Até tropeção, tem ginga,
Tem graça!
De repente lá estava eu,
Dançando um samba
No meio da praça.
E na roda de samba,
Vejo a linda morena,
Coração nem bate, capota;
Aquela a quem dei de presente,
Um som Gradiente,
Com grana emprestada de um agiota.
E no outro lado da rua,
O cara a quem devo...
Aponta a mim o “dedão”;
A mancada foi tão grande,
Que escapou o pandeiro
Qu’ eu trazia na mão.
Refrão: Desci o morro correndo...
Mas, prá sambista malandro,
De zero a dez, nota nove... É pouco!
Pra me exibir prá morena,
Olhei pro cara e disse:
Entra no samba,
E fica com o troco.