Numa Tarde de Outono
Será que estamos aqui?
Por quê ninguém bate na porta?
Não ouço o telefone tocar,
nada podemos fazer.
Da janela não vejo nada
além da violência armada.
Todos temos um pingo de esperança
de rever alguém que se tem na lembrança.
Sinto frio nos pés
calço sandálias Havaianas
e um calça “boca de sino”
que eu ganhei em um bingo.
Quando tem jogo na t.v.
ligo o aparelho de som
e vou jogar paciência no computador.
Um álbum de fotografias
e uma memória fraca
é o que tenho neste momento.
Vou sair por aí,
passear um pouco talvez,
quem sabe comprar um cartão telefônico
e ligar prá você de uma vez.
Nós vamos até um orelhão
não lembro o seu telefone
estou sozinho desde então
com a solidão.
¿Qual é mesmo o seu nome?
(28-29/04/1997)