Travesseiro Amigo
Relembrar
O que um dia eu quis esquecer
E que até tão pouco me fez sofrer
Recordar
Sonhos que tive e não pude viver
Amor que plantei e não pude colher
Travesseiro amigo
Hoje meu abrigo
Meu divã
Onde derramo um rio de idéias vagas
Secando gota à gota minhas mágoas
Companheiro nas manhãs
Noites que não durmo pensando nela
De tempo em tempo espiando na janela
Aguardando ela chegar
Mas nada
A brisa soprava
O orvalho molhava
Nem ao menos uma canção pra eu ninar
E assim vou vagando
Vagando
E continuo a vagar
Lamentando meus lamentos
Sofrendo os sofrimentos
Vivo a delirar
Alucino e não consigo mais sorrir
Ouvindo o canto das cigarras
Atando-me em suas amarras
Até minha alma já perdi
Volta pra irrigar minha secura
Sou cobaia da loucura
Sem você não tenho fim
Volta que a paixão ainda perdura
E a razão dessa loucura
É a ausência do teu sim