Junto ao meu Samba

Os dias vão me consumindo aos poucos

Assim como o solo na enxurrada

Que vai gastando a mais forte pedra encravada

Em desesperos loucos

Meu cantar já não se ouve aos quatro cantos

A voz é rouca

A força, pouca

Mas uma falsa alegria disfarça o pranto

Assim como o raiar do dia

O romper da aurora

Encho-me com rugas, melancolia

Dono de uma nova verdade, agora

Ora pois, nada faz entristecer-me ou calar

Os cabelos transbordam experiência

Ao franzir a testa, inteligência

A chuva que me fez esconder, hoje não pode me molhar

Afinal...

Apesar da velhice, tudo em mim é novo

Meninice, mocidade, desprezo de um povo

Encho o peito de alegria

Por saber que caminho junto ao meu Samba

O tempo passou, hoje em dia

Meu andar é cansado, mas não deixou de ser bamba

Sandraiky
Enviado por Sandraiky em 27/02/2009
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