Junto ao meu Samba
Os dias vão me consumindo aos poucos
Assim como o solo na enxurrada
Que vai gastando a mais forte pedra encravada
Em desesperos loucos
Meu cantar já não se ouve aos quatro cantos
A voz é rouca
A força, pouca
Mas uma falsa alegria disfarça o pranto
Assim como o raiar do dia
O romper da aurora
Encho-me com rugas, melancolia
Dono de uma nova verdade, agora
Ora pois, nada faz entristecer-me ou calar
Os cabelos transbordam experiência
Ao franzir a testa, inteligência
A chuva que me fez esconder, hoje não pode me molhar
Afinal...
Apesar da velhice, tudo em mim é novo
Meninice, mocidade, desprezo de um povo
Encho o peito de alegria
Por saber que caminho junto ao meu Samba
O tempo passou, hoje em dia
Meu andar é cansado, mas não deixou de ser bamba