Samba Só

Mas é que eu trago um sorriso,
Porque a lua fez-se nua 
E navegou no sonho meu.
O vento sul soprou azul  só pra nós dois
Mas eu deixo a sua ausência pra chorar depois.

E bebo um trago em cada madrugada
Porque a bossa fez-se nossa
E quis fingir que não valeu.
O amor incerto é o deserto de nós dois,
Mas eu tenho paciência pra chorar depois.

Deixo o meu verso ao reverso em tom igual.
Esqueço aquela paz universal,
Porque saí da minha
E entrei naquela de horror
E faço este sambinha pra esquecer, amor.

Então eu busco este pranto,
Porque a fuga fez-se ruga e riu 
Da crença que morreu.
Minha saudade não espera pra depois.
O meu som não tem ciência 
E quer cantar a dois, 
Mas o meu som não tem ciência
E quer cantar a dois.
 
Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 24/02/2009
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