"Destino cruel"
(tango em dueto)

"declamado"!

Garçom amigo, não me considere um louco;
tampouco um fraco, por  chorar  esta desdita.
notes que a dor ta me matando pouco a pouco;
e eu não consigo, esquecer esta maldita!

Salvei-a de onde, pra viver, tirava a roupa;
mal tratada, flor vulgar, uma qualquer!
Ta pra nascer, um homem que não se envolva;
nas falas doces e artimanhas, da mulher!

Não te assustes, se eu morrer  esta noite;
mande o meu corpo, no oceano sepultar!
Decerto deus, tem para mim, quiçá na morte;
paraíso sem, melhor  amigo no além mar!

"tango"!

Garçom amigo, não me considere um louco
talvez não veja, mas estou acompanhado
hoje eu converso, com minha amiga tristeza
que nesta mesa, está sentada ao meu lado

traga dois copos, não deixe faltar bebida
pois como sempre, vou ficar embriagado
nas outras mesas, se alguém estiver a fim
sirva pra mim, e não fiques preocupado

tenho dinheiro, não ligues para a despesa
só quero que ouça, um coração dilacerado
uma mulher, que não irei falar o nome
maltrata um homem, por estar apaixonado


"declamado"!

A conheci, perambulando pelas ruas
lhe dei um lar, e o perdão de seus pecados
tivemos filhos, uma família feliz
tudo o que fiz, foi apagar o seu passado

porém um dia , ao voltar de uma viagem
desci de um barco e cheguei em casa cansado
abri a porta e qual não foi minha surpresa
vi sobre a mesa um cinzeiro colocado

cheio de pontas, de cigarros consumidos
nunca fumei, e nem ela  havia fumado
ouvi gemidos, que vinham do nosso quarto
falando o nome de um amigo muito amado

sentei à porta , e imaginei aquela cena
sem ter coragem, de olhar  do outro lado
acho que deus, me levantou neste momento
e saí andando, sem um destino traçado


"tango"!

Vaguei as ruas, por dias sem perceber
cheguei a crer, que devia te-los matado
de novo deus, quis que eu mudasse o proceder
e decidi, que os filhos não eram culpados

que caia então, o meu nome no esquecimento
que pensem que eu, os tenha abandonado
é melhor isto, que eles virem a saber
que a sua mãe, manchou seu leito sagrado

segui vagando, co'a dor queimando por dentro
e num lampejo, resolvi dar um recado
fiz uma carta, sem nome nem endereço
na qual dizia, que eu havia naufragado

e uma noite, pus ela embaixo da porta
sai dali, com o peito dilacerado
durante dias, o resgate procurou
como eu queria, o corpo não foi achado


"declamado"!

Com um disfarce, hoje eu passo pela rua
vejo ela, os filhos, e o meu amigo ao seu lado
deixo pra deus, julgar o meu procedimento
e sentenciar a quem dos dois for o culpado

fiz tudo isso, pra evitar constrangimento
melhor  pra todos, haver desaparecido!
Sei que ela achou o meu casaco La deixado
e sabem que eu sei deste seu amor bandido

de bar em bar, de La pra cá tenho vivido
e o meu barco, à deriva foi largado
por causa disso, garçom amigo é que bebo
eu e a tristeza, vamos morrer abraçados...

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"as estrofes declamadas no inicio
canta-se  no final""


Cesar Liczbinski
Enviado por Cesar Liczbinski em 23/02/2009
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T1454080
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