Saudade do meu Samba

Falado: "O dia quase amanheceu ensolarado, não fosse pelo brilho dos meus olhos cansados que o outono ofuscou. Em cada despencar de folhas vou mais um pouco.

As rugas se espalham.

Os cabelos grisalham.

Entoo um Samba, rouco..."

Ah! Quanta saudade me resta

Da boemia

Noite em seresta

Que aos poucos acabou

Me dá saudade da rodinha

Pedir o fósforo

Bater na caixinha

Mas a modernidade inovou

Onde, meu Deus, estará o barulho do prato?

Batida de mão

Pandeiro e cavaco

Onde foi parar o refrão?

Onde estará a mulata atrevida?

O malandro faceiro

Os bambas da vida

Onde esconderam a emoção?

Só quero saber pra onde foram as poesias?

Acordes mágicos

As melodias

Que outrora se criou

Eu só queria voltar no tempo

Embrenhar-me morro adebtro

Onde tudo começou

Ah! Se eu fosse dono da História

Encheria-o de glórias

Samba de valor

Ah! Se eu fosse sambista hoje em dia

Me envergonharia

Em ver no que o Samba se transformou

Ah! Se eu fosse sambista de verdade

Poria de lado a vaidade

E só faria Samba por amor

Sandraiky
Enviado por Sandraiky em 21/02/2009
Código do texto: T1450619