Saudade do meu Samba
Falado: "O dia quase amanheceu ensolarado, não fosse pelo brilho dos meus olhos cansados que o outono ofuscou. Em cada despencar de folhas vou mais um pouco.
As rugas se espalham.
Os cabelos grisalham.
Entoo um Samba, rouco..."
Ah! Quanta saudade me resta
Da boemia
Noite em seresta
Que aos poucos acabou
Me dá saudade da rodinha
Pedir o fósforo
Bater na caixinha
Mas a modernidade inovou
Onde, meu Deus, estará o barulho do prato?
Batida de mão
Pandeiro e cavaco
Onde foi parar o refrão?
Onde estará a mulata atrevida?
O malandro faceiro
Os bambas da vida
Onde esconderam a emoção?
Só quero saber pra onde foram as poesias?
Acordes mágicos
As melodias
Que outrora se criou
Eu só queria voltar no tempo
Embrenhar-me morro adebtro
Onde tudo começou
Ah! Se eu fosse dono da História
Encheria-o de glórias
Samba de valor
Ah! Se eu fosse sambista hoje em dia
Me envergonharia
Em ver no que o Samba se transformou
Ah! Se eu fosse sambista de verdade
Poria de lado a vaidade
E só faria Samba por amor