Velhos Hábitos
O grão da comida,
O cheiro do pão,
O gozo da vida,
O sim depois do não.
O beijo da manhã,
A manha do bocejo,
As mãos de tecelã,
O vil desejo.
Carne nossa de cada dia,
Leve pulsar
Da doce ferida
Que dói por amar.
São pores passados.
Tão velhos, já súbitos;
Tão recôntidos, já fartos;
Tão dizimados hábitos.