Motivos cruéis

Quero uma seringa para me aplicar

Uma dose de euforia.

Só não sei onde que vou encontrar,

Em lugar algum se vende alegria.

Mas a estupidez está aí de graça

E todos ao passar levam um

pouco para casa, oferece ao vizinho

e ainda sobra um pouquinho

Pra distribuir com quem passa.

Por isso eu choro, mas ninguém pode ver.

Porque as lágrimas que estão em mim

não conseguem, não podem sair,

pois talvez furem os meus olhos,

estão empedradas em vista de tanta dor,

opressora do amor.

Quero um alfinete para me espetar

para saber se inda terei alguma reação

não sei mesmo nem mais o que é pior,

se a dor da carne ou o horror da dor do coração.

Porque a arrogância está aí e não cansa

e todos ao passar, dela servi-se em abundância

e com prazer do prazer em ter perseverança

para praticar vingança

Mas a vida será que nunca viu ninguém chorar?

Então provoca motivos cruéis para me ver em angustia,

em algum canto me ter acuado, parece querer me castigar.

Por isso eu choro, mas ninguém pode ver...