A morte do poeta
Para que a ficção expirasse
Para que ciêntistas sorvessem inverdades
Eu voltei, e um blá blá blá .
As frases do poeta morrem
Suas folhas e a pena também
"Vejo aranhas bailarem em minha caixa torácica".
Estava em final a garrafa de vinho
Na tela, um belo rubor
Por amor, um gole da morte
Quantas inverdades estavam plantadas em seu leito?
Seus mentores se calaram
Na taberna o pranto ínfimo das prostitutas
A lástima é uma glória afinal
Os algozes
As papilas gustativas salivantes banhando a cega justiça com a benevolência (propina)
E a vida é bela
Lembro daquele lindo ataúde
Lembro das rosas já mortas
Lembro como se fosse ontem
A verdade é que sinto a hipotermia daquele momento agora mesmo
Pois foram intensas as "cruzadas" que pregava o amor
Porém morre, como vastos amores morreram também
O poeta pincelou, pincelou uma angústida tela repleta de pessoas cegas que, sem ter como viver, destruíam até seus semelhantes com o ódio cego que não lhes faltava...eles não estavam cegos de uma maneira convencional, é algo meio complexo de imaginar mas era uma violência assassina extremamente comum. Aquela pintura parecia indagar para mim:"Nós somos isso,somos cegos dessa maneira?"
Eu sentia que sim
Pensei em suas ultimas linhas
"Amei cegamente essa vida meu caro, olhei furtivamente por demais"