Desfez-se no ar
Viraste a esquina e não mais voltaste
Levaste contigo a tua verdade
Mentiras deixadas nos cantos da casa
E apenas um retrato caído da mala
Era um desastre olhar o retrato
Choro desandava e o peito apertava
Coisa de maluco sem nada beleza
Era mesmo fraqueza que virou mania
Até que um dia o novo vizinho
Olhou meus olhos de fundo de poço
Sorriu bem gostoso e me disse baixinho
Prazer, muito prazer (iluminando o meu rosto)
Com os dedos bem firmes e olhos acesos
Acendi um isqueiro iluminei teu retrato
Comecei pelos cantos a queimar tua imagem
Pó preto formou-se e desfez-se no ar