Concreta fragilidade

Por quê...

Estamos sempre à mercê

De tantas imposições

E sem ter nada a fazer?

Talvez, um dia vamos descobrir...

Que descoberta é não fazer por mais.

Pois somos feitos

Da mais sólida fragilidade

E nos enganamos com muita, facilidade.

Com dúvidas concretas,

E certezas imprecisas.

Nos importamos muito,

Em ter direito, a mais nada.

... À deriva, suspenso ao mar,

De ondas que são trincheiras,

Lá onde o sonho é acordar.

... À deriva, suspenso ao mar,

De ondas que são trincheiras,

Lá onde o sonho é acordar.

Dançando também, com muita emoção...

No olho voraz, de um furacão.

Vendo longe, muito longe sem notar.

Que o essencial aqui do lado pode estar

Buscando por bem,

Nas entrelinhas da verdade

O que só é descrito,

Num olhar de cumplicidade.

Para obter a necessária concepção

De que jamais viveremos... em vão.

E um farol, ele veio me mostrar,

Que a luz mais linda, só a escuridão

Pode criar.

... À deriva, boiando ao ar,

Em ondas, não mais trincheiras, (2x)

Onde sonhar é velejar.