Noite Santa (Coisas da Vida)
É nessa hora
Tão crucial
Que a gente cresce,
Vira um mortal.
Juntando os cacos,
Curando as feridas:
Coisas da vida.
É quando o vento
Da triste madrugada,
Nos fazem homens,
Nos fazem quase nada.
Juntando os cacos,
Curando as feridas:
Coisas da vida.
Noite Santa,
Sede é tanta,
Dor tamanha
Pra juntar.
É quando a mágoa
Não te abandona
E o medo insiste
Em vir à tona
Juntando os cacos,
Curando as feridas:
Coisas da vida.
É quando o apelo
Não é ouvido;
Não há mais graça
E nada faz sentido.
Juntando os cacos,
Curando as feridas:
Coisas da vida.
Noite Santa,
Fome é quanta,
Mais que tanta
Pra levar.
A voz envelhece,
A razão adormece
E haja prece pra rogar
Pelo teu juízo
Pra reclamar
O meu prejuízo.
Juntando os cacos,
Curando as feridas:
Coisas da vida.
Noite Santa,
Sede é tanta,
Dor tamanha
Pra juntar.
Noite Santa,
Fome é quanta,
Mais que tanta
Pra levar.