Raiz
Maio, junho, julho, agosto
São meses que não têm “R”
É rico o tempo de apanhada
Do caranguejo de andada
Na lama gente atolada
Para apanhar o ganha-pão
Não é senão
Época que trovoa
De um som pesado que soa
Estronda os buracos no chão
Caranguejo, saraivada, Sarayevo
Predação que antevejo
Na guerra do homem
Em busca de redenção, refeição...
Caule aéreo, folha verde, manguezal
Chié, sirí, lamaçal
Aratu, tesoura, guaiamus...
Sobrivência animal
Na veia as entranhas do homem local
Na teia desse caos certo vínculo social
Candeias, Ilha de Joaneiro
Um bando de gente
Fornecendo o tom
Que dá nesse som de lama e de sal