Ai de Mim!
Traga mais uma bebida para a minha mesa:
Uísque, caipirinha, vodca ou até cerveja.
Vá com pressa e vontade antes que eu me arrependa,
Antes que ocorra algo que te surpreenda.
Subo em cima dessa essa e faço o que quiser.
Roubo tua paciência e xingo tua mulher.
Todo mundo vai querer tomar satisfação.
Vão me deixar aos cacos, surrado no chão.
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!
Vou avisando antes de chutar o pau da barraca:
Vivo de casa pra o boteco, do boteco pra casa;
Não adianta ninguém querer me agredir
Pois os “mano” de onde eu moro estão por aí...
Eu chego, bebo e berro, beco o teu andor,
Cuspo em cima dessa posse de “Rei-Meu-Senhor”.
Olhando meio de lado, vejo a reação:
Uns querem minha cabeça, outros querem feijão.
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!
Carrego em minhas costas um pranto sofrido.
Eu nasci de uma mulher que não tinha marido.
Acho que, às vezes, por nunca ter tido um pai,
Sou esse cara sem paz que a cada metro cai.
A bebida é a companheira de todas as horas.
É minha loura ou mulata cheia de fogo e prosa.
Uns querem se compadecer da situação,
Outros já querem me ver com a cara na mão.
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!
Oh, garçom, ai de mim, tenha compreensão!