O poeta das cinzas
Um poeta perdido ao tempo
uma vida que não faz sentido
esvái seus versos ao vento
e o vento lhe arrasta aflito
Cadê tua coragem?
Cadê o teu amor?
A guerra é só uma miragem
O coração é a tua dor
A chuva não se satisfaz
e há quem diga que o céu está em paz
minhas asas vão te machucar
rosas só tem espinhos tristes p'rá se entregar
respirar, mergulhar, enganar...
Cadê tua coragem?
Cadê o teu amor?
A guerra é só uma miragem
O coração é a tua dor
Meu amor, cuidado na esquina
podes saber não voltar
Meu amor, hoje o céu não se despediu
Nem as estrelas cantaram:
"Por que agente está assim?
Por que a juventude está tão triste?"
Cactus a boca
Pássaro metálico
Serpe que desiste
O poeta ri assim:
com os olhos enfaixados
com a boca costurada
mãos calejadas
Não me diga que não existe
esperança
Juntos não caímos
rimos da balança