Um colibri longe da flor.

Estou morando aqui na cidade grande

E carregando uma saudade que espande

Tal qual um fogo de morro acima

É porque eu nasci um sertanejo

E alimento no meu coração um desejo

De jamais perder a minha auto estima.

Aqui é tudo muito diferente

É um corre corre dessa gente

Sem tempo pra me dizer um bom dia

É na buzina e na poluição

Onde arranco a minha inspiração

Se quizer compor a minha poesia.

Aqui raramente eu me esbarro

Com o cantar de um João de Barro

Que imensa saudade me traz

Tem um barulhão infernal de motores

Aqui não se ve abelhas e nem flores

E isso está afetando a minha paz.

Não me acostumo com as portas de vidro

Nem de bala sem rumo e o estampido

Tudo isso para o meu ego é veneno

Gosto de uma boa conversa e um café

Um lugar tranquilo onde ainda se exerce a fé

Tudo faz o meu coração mais ameno.

Eu acredito que a felicidade

Nada tem a ver com a grande cidade

Certamente é a filha mimada do interior

Aqui eu sou o que levo no bolso

Uma caricatura um numero,um esboço

Um colibri tão distante da flor.

Voltarei pro meu sertão qualquer dia

E a minha viola e a minha poesia

Unico item que eu levarei na viagem

E sentindo o coração bem mais arejado

Mais feliz e muito mais apaixonado

Irei cantando duranta toda a viagem.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 29/08/2008
Reeditado em 29/08/2008
Código do texto: T1152410
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