Um colibri longe da flor.
Estou morando aqui na cidade grande
E carregando uma saudade que espande
Tal qual um fogo de morro acima
É porque eu nasci um sertanejo
E alimento no meu coração um desejo
De jamais perder a minha auto estima.
Aqui é tudo muito diferente
É um corre corre dessa gente
Sem tempo pra me dizer um bom dia
É na buzina e na poluição
Onde arranco a minha inspiração
Se quizer compor a minha poesia.
Aqui raramente eu me esbarro
Com o cantar de um João de Barro
Que imensa saudade me traz
Tem um barulhão infernal de motores
Aqui não se ve abelhas e nem flores
E isso está afetando a minha paz.
Não me acostumo com as portas de vidro
Nem de bala sem rumo e o estampido
Tudo isso para o meu ego é veneno
Gosto de uma boa conversa e um café
Um lugar tranquilo onde ainda se exerce a fé
Tudo faz o meu coração mais ameno.
Eu acredito que a felicidade
Nada tem a ver com a grande cidade
Certamente é a filha mimada do interior
Aqui eu sou o que levo no bolso
Uma caricatura um numero,um esboço
Um colibri tão distante da flor.
Voltarei pro meu sertão qualquer dia
E a minha viola e a minha poesia
Unico item que eu levarei na viagem
E sentindo o coração bem mais arejado
Mais feliz e muito mais apaixonado
Irei cantando duranta toda a viagem.