O Xucro
Toda ajuda é pequena
E nenhuma vingança é amena
O laranja apenas assina
Tão fiel quanto uma raça canina
As promessas do mês de janeiro
Mal passam do dia primeiro
E quando chega o Carnaval
Vem a autorização para o mal
Assim como sempre tem sido
Faturando no profano e divino
Fazendo a cabeça do indivíduo
E tudo mais é proibido
O xucro nomeia e reclama
Depois esquece e aclama
Promove um novo fiasco
Escolhe seu próprio carrasco
Só Adão comia sem tempero
Que fartura tem o brasileiro
Que entrega o escasso à igreja
Dizendo amém e que assim seja
Assim como sempre tem sido
Faturando no profano e divino
Fazendo a cabeça do indivíduo
E tudo mais é proibido
Que o amor é cego é fato
Quanta gente apurando seu tato
De olhos no calendário
Marchando em direção ao calvário