É PRECISO VIVER
Parnaíba-PI, outubro/1988
Quando um passo súbito,
No inesperado mórbido,
Faz-me o mundo compreender
E num lance de lógica,
No deduzir congênito:
- Eu sinto que é preciso viver!
Eu quero um canto lírico,
E o sonho de ser pétala,
Debruçar-me sobre o jardim.
Poder cantar poética,
Sem pensar na política,
E descobrir o mundo em mim
Quando o Reino plácido
Viver seu mundo idílico,
Eu sei que já não viverei.
Pois quando o corpo lânguido
Extinguir-se em seu sarcófago
Sossego e alegria terei.
Eu quero nesse cântico:
Que o tempo ao ser rígido,
Espere o amor nascer;
Que num espiro cândido,
A voz de um romântico
Liberte o homem para viver.