A COR DA NOITE

Parnaíba-PI, março de 1988.

Quando a tarde cai

E o silêncio vem bater

Nessa vida que sem vida

Sobrevive no sofrer

Na lembrança do açoite

Do grilhão, do preconceito.

Sofro tanto nessa noite

Dor cruel me assola o peito

Por quê a raça pura?

De onde vem essa razão?

Seja qual for pele escura

Tem amor, tem ilusão

Sou tão vivo tão humano

Como qualquer um irmão

Pra quem vive o desengano

Faço aqui minh’oração:

- Ouve o clamor

Deste povo senhor!

- Mostra-te como um Deus

Que não tem cor!

Roberto Dourado
Enviado por Roberto Dourado em 13/08/2008
Código do texto: T1126704
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