UMA NOVA REALIDADE ( sertão efêmero)

No passado, em tempos nem tão distantes

O meu sertão vivia mais tranqüilo

Apenas o Sol era o grande inimigo

Que sem a chuva vivia a nos calejar.

O chã sofrido se recusava a brotar

O pão sagrado para a gente sobreviver

Que sem a água e a falta do que comer

Morria bicho, morria gente todo dia

E era aquela agonia em cada novo amanhecer!

No meu sertão está tudo tão mudado

Não mais preservaram a batida do pilão

Todos só falam do estrondo do canhão

Que acaba com uma multidão de uma vez só...

Que é bem pior que o inimigo natural

A estiagem infernal que reduz tudo a pó

E é bem melhor, ainda que na última fruteira

Dormir ao canto do rouxinol

E vim acordar na última fronteita

Com as trombetas de Jericó!

E aprendemos a conviver com o inimigo

O pesadelo do mundo vim a explodir

Pois, sabemos que o que contece por lá

Também acaba afetando por aqui...

E as crianças não têm mais atiradeiras

E até mudaram o modo de falar...

Vivem sentadas em frente à televisão

Vendo esses filmes de ação

Com suas terríveis técnicas de matar!

O vídeo game é o jogo preferido

A internet na hora de se comunicar.

Mas, enfim, percebemos que o sertão só é sofrido

Porque viveu sempre esquecido

E, quem sabe agora esclarecidos

A gente aprenda a votar.

E aprendemos a conviver com a visão

Uma ação em que nada deve impedir

Uma missão que sempre esteve em nossas mãos

E, se anda tudo azul no sul que pinte por aqui.

DIDO SALVADOR
Enviado por DIDO SALVADOR em 08/08/2008
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T1118415
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