ODISSÉIA DOS MITOS

Entre o real e o inanimado

Entre a matéria e o abstrato

No silêncio, no espanto do segredo desvendado

Homens e mitos, lendas do mundo

Palavras e assuntos são mistérios profundos

No vôo dos pássaros, nas asas da imaginação

Asas de cera que derretem de volta ao chão

No sonho de Babel que se erguia ao léu

Em busca da porta do Céu

Homens de barro, de pedra e de suor

Que com um sopro de Deus retornam ao pó

Sacrifícios em carne viva, em busca do bem e do mal

Necromancia em cantos do fundo do quintal

Na sombra da noite do dia medonho

Do sonho tristonho e da vida infernal

Em cada floresta encantada

Histórias de bichos, estórias de fadas

Por cima ou por baixo das águas turvas

Por dentro ou por fora das velhas tumbas

As mesmas palavras, as mesmas cabalas

No vento do sopro de Seth

Na ponta da lança que fere

Nos conselhos do velho beato...

Vai-se o homem e fica o mito

No rumo do destino já traçado

No silêncio dos discos planando nas plainas

Em poucas palavras, em gestos, em falhas

Em talhos no corpo do homem inocente

Na ponta do lápis, em cartas marcadas

O mal se alastra por cima da gente

Batalhas em busca de paz, em busca de glória

Entre a verdade e a mentira da história

Na certeza do futuro que já passou

Em cada estrondo que se ouviu

Em cada botão que a mão ativou

Em migalhas como recompensa

Pela falta daquilo que se pensa

A esperança reduzida à esperança

Nos olhos do ancião e em cada choro de criança

A herança nuclear do que sobrou

Homens e mitos, lendas do mundo

Amor e traição no mesmo assunto

Segredos secretos, livros abertos

O bem e o mal tramando notícias

De glórias, agonias e lamentos profundos.

DIDO SALVADOR
Enviado por DIDO SALVADOR em 01/08/2008
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T1107412
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