A CIDADE DOS ANJOS

Os dados rolando, a sorte lançada

O ás de espadas cravado no peito

A dor da semente perdida

O dedo na mesma ferida

E cada palavra, em cada conceito.

No barulho o silêncio da dor

Em busca da vida, do pouco da paz que sobrou.

Riquezas perdidas, tristezas encontradas

Nas frias calçadas das grandes cidades inacabadas

Os esquecidos que pedem para sobreviver!

A cidade que cria, a cidade que mata

A falta de sorte de quem não pediu pra nascer

O destino traçado, trazendo desgraça

Para quem não sabe o sentido da palavra viver!

O tempo sem hora marcada

O espaço sem ponto de chagada

A tela da vida que retrata a morte

Em castelos necrópsios, em tristes mansardas.

Em mesas fartas as mentes voltadas

Apenas para aquilo que se tem

Em busca de mais sem olhar para trás

E nem para os lados também!

O sorriso profano de quem prometeu

O abraço de Judas de quem esqueceu

Dos dias azuis que com certeza nunca vêm!

A cidade que cria, a cidade que mata

A falta de sorte...

DIDO SALVADOR
Enviado por DIDO SALVADOR em 31/07/2008
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T1105678
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