O VELHO CIGANO

Eu conheci um velho cigano

Um pouco de tudo ele era

Era meio sorriso, era meio pranto

Meio diabo e também meio santo.

Cabelo comprido e de anéis nos dedos

Que tinha coragem e também seus medos

Meio perverso e meio cristão

E que enxergava tudo em minha mão!

Falava da alma e das coisas incertas

Dos muros erguidos e das portas abertas

Era meio homem, era meio cão

Meio beija-flor e também gavião.

O segredo da luz ele conhecia

Da força da mente e da energia

Era meio peixes, era meio leão

Era meio céu e também meio chão.

Apontou meus defeitos que eu nem percebia

Falou-me de coisas que eu nem conhecia

Era meio Freud, era meio Platão

Um pouco de Ghandi e de Napoleão!

Revelou os sonhos que eu nunca sonhei

Apagou o arco-íris que um dia pintei

Era meio iceberg, era meio vulcão

Era meio brisa e também tufão.

O velho cigano que eu conheci

Falou-me de coisas que só agora entendi

Da presença ou ausência que nos acompanha

Nas coisas nefastas e em cada coisa santa.

Das coisas ocultas ele sabia de có

Do carma, do espírito e da carne em pó

Era meio Crowley, era meio Frei Damião

Era meio Claplin e também Salomão.

Hoje o velho cigano sumiu

Pegou uma carona no tempo e partiu

Ficaram as palavras, ficou a lição

De vida , de morte e de salvação!

O velho cigano não mais voltará

Foi com suas palavras para um outro lugar

Foi levado por um anjo ou talvez um dragão

Em um novo começo de uma velha missão!

Hoje o velho cigano sumiu.

DIDO SALVADOR
Enviado por DIDO SALVADOR em 30/07/2008
Reeditado em 14/10/2014
Código do texto: T1104082
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