O que será que seria?
Que seria dos teus olhos
Se meus olhos não vissem
O engano prescrito
Que ilude a astúcia
Na balbúrdia do alarde
Do vento da tarde
Retardando o entendimento
De um bom sentimento
Preso nos olhos de Horus
À priori na perfídia do verbo
Fibrilando ao infinito
No sonho maldito
Que seria dos teus sonhos
Se o anoitecer fosse distante
Muito além da utopia
Num amanhã que não virá
A esperança solitária
Vagaria nas galáxias
Entre brumas fulgurantes
Com seus traços flamejantes
Com seus anseios primitivos
De um saber distante.
O que seria dos meus olhos
Se teus olhos não viessem
Á todo instante como prece
Os meus olhos contemplar!
E o que seria dos meus sonhos
Se os teus sonhos não fossem os meus!