Verdade/Mentira - 2007
Eu digo não à mentira
e toda e qualquer falácia
em que a palavra,
então, delira.
Não ouço mais a malícia,
nem boato e nem notícia.
Não tenho ouvido
pra fofoca e detração.
Meu juízo é o silêncio
e as janelas abertas.
As antenas eretas
e a mudez juramento.
Não quero mais que o momento
em que a vida se declara
e meu sentir se depara
com o acontecimento.
Não quero mais
que ver,
sem ter que crer.
Eu digo sim a verdade
de qualquer natureza
aprecio um bom fato
em minha mesa.
Posto pra meu deguste,
postas, como le gusta,
eu gosto bem das coisas
como são.
O fato é "um"
de um jeito que
as palavras nunca são.
O verbo é vão,
se tal, só vem depois
do que já foi.