O caos gera a ordem
Parte 1: Rock´n Roll com marcação de blues
PHA PHA PHA PHA
ABRE A PORTA PORRA
NÃO TÁ OUVINDO NÃO?
ABRE A PORTA CARALHO,
TUUMF TUUMF
A TUA MAE ESTÁ QUASE TENDO UM INFARTO
A DIAS VOCE NÃO APARECE, ABRE A PORTA O INFELIZ
Me deixe ao menos viver, ao menos crer em meu ser
Largue meus pés, podes ficar com meus sapatos amassados
Rasgados pelas correntes que suas garras as fazem
Achas que estais preocupado, mas no fundo, estais magoado
MULEQUE, VAI ABRIR NÃO PORRA? ENQUANTO NÓS FICAMOS PREOCUPADOS EM CASA
VOCE FICA AQUI FAZENDO ARRUAÇA?
VOCE PENSA QUE NOSSA FAMÍLIA É UMA DESORDEM?
Magoado por não ter me acorrentado em seus costumes
Magoado por não ter me costurado em suas ameaças
você não se vê que és mais um boneco dessa massa
que te abafa, te deixa na escuridão largado no seu canto
me deixem respirar meu próprio ar,
me deixem experimentar o que o próprio horizonte a mim oferece
Eu sei que tenho muito a saber, e o que sabia, larguei na sua casa vazia
PORRA, SEU DESNATURADO, MALDITO SEM CONSIDERAÇAO
SAIÁ JÁ DAÍ, OU CHAMO A POLÍCIA
TUM TUM TUM TUM TUM
“o que foi Senhor? O que está ocorrendo?”
“Olá jovem, deixe-nos entrar, seu pai
está aqui a horas batendo nessa porta”
"ele está em prantos, desesperado, você acha
certo fazer o que fazes com seus pais? Logo com eles?”
Não estou errado em fazer meus passos,
Nesses laços que fazemos a cada espasmo
Sei que me amas, sei que temes por mim
Mas o medo é a inibição da alma, se tiver que morrer, viverei
Se tiver que viver em suas redomas, morrerei
Deixem-me viver, caso morra!
Se eu morrer, que morra vivendo, e não me encolhendo
Me jogo do penhasco, sinto o fogo que adentra em meus olhos
Queimando meu sangue, evaporando as idéias nesse rápido tempo
Me sinto como um falcão, em um mergulho abrupto
Rumo a vida que passa em vastidão
Estou vivendo, estou respirando o tempo
Estou vendo a luz saindo de meus poros, como suor
Esse suor que nunca antes transpirei
ELE NÃO IRÁ TE ESCUTAR.
É UM REBELDE, UM ANARQUICO
MERECES SER PRESO
A DIAS MINHA MULHER NÃO VIVE
PENSANDO QUE ESSE INFELIZ MORREU
A DIAS PENSO QUE OS DIAS QUE
COMPARTILHAVA COM ESSE INFELIZ NUNCA VOLTARAO
“O meu jovem, o que te levas a fazer
isso? Não precisas dessa ruptura para viver”
Minha intenção não foi feri-lo,
Minha intenção nunca foi deixar de viver em paz
Nunca quis quebrar os laços que nos une
Nunca quis deixar de, em meu corpo, ter seus abraços
O meu problema não é com ninguém em especial
O meu problema é com todos em igual
Tu, que sempre me destes o amor em minhas mãos
Tu, que sempre me deras tudo sem contrariaçao
Te amo, e por isso te digo isso
Mas o meu problema é com todos iguais
Suas regras banais, querendo me ter vivo, não morto
Mas não sabeis que sem a vida,
que tanto almejo vivenciar, estou morto
Meu problema não é com vocês,
e sim com todos esses zumbis que incrementam meu meio
O medo de me perder já o fez,
o medo de me ver morrer, me matou
Eu saio de casa a muito tempo,
experimento o ar que está do lado de lá
Podes ser ruim para mim,
mas só quero viver,
sem ninguém para me apurrinhar
“O meu jovem, estou começando a ficar irritada"
“seu pai vai chamar a policia, é isso que queres?”
É ISSO QUE MERECES, ABRE ESSA PORRA
SE NÃO TEMES POR TI, PELO MENOS POR SUA MAE
“calma meu senhor, vou chamar o porteiro”
“e chamarei a polícia”
não percebes a multidão que vives ao léu
não percebes a vastidão de partículas que se deixam soprar
esse é o problema, nada se cria, eu sei,
mas tudo se imita, como viciados nesse estado de vida
Quero algo novo para me viciar
Quero sentir a sexualidade me aclimatar
Perdoa-me aqueles que me amam
Mas entender-me-ao um dia,
Quando o sol fizer minha sombra
Sei que dele não farei parte,
Mas a ele almejarei alcançar
Porque o horizonte é um mar de vastidão
Não irei abandona-los,
Mas não irei ser conivente com toda essa gente,
Leis e regras, que enferrujam a vida
Só porque dei uma espiada na janela de casa
Me punistes, com medo do olhar da vizinha
Temes o tiroteio que há em cada esquina
Mas do seu temor não compartilho
Vivo, não me deixo inibir, não me impeço de seguir
Mas para seguir, preciso sair da inércia
A preguiça que queres implantar em mim
É a mesma que enraízam todos
Em um estado vicioso,
Acomodados em seguir uma vida já vivida
Um estado inabalável
Esse estado que já estavam os seus antepassados
E por isso achas que tens um nome a zelar,
Um costume a seguir, a respeitar
Mas minha preguiça não irá perdurar
Não deixarei me enferrujar
Se não me aceitas assim,
Não deixarei que podes minhas leis. TUM TUM TUM TUM
OLHA, AQUI É A POLÍCIA,
ABRA A PORTA AGORA,
OU ARROMBAREMOS, ESTÁ
ME OUVINDO?
TUM TUM TUM TUM TUM
É A ULTIMA VEZ QUE FALAMOS,
SE TIVERMOS QUE ARROMBAR,
VOCE SERÁ DETIDO, ESTÁ ME OUVINDO?
TUM TUM TUM TUM TUM BUUUUUUUM
Ué? Cadê o garoto?
FILHO? CADE VOCE? PELO AMOR DE
DEUS, NÃO FUJAS MAIS, SUA MAE IRÁ
SE DESESPERAR, EU NÃO AGUENTO MAIS
Parte 2: Baiao
Olho pro sol, me lembro de seu sorriso
Seu hálito puro, que me instiga, me empurra
Me faz seguir te procurando, te imaginando
Vejo os outros, ali só sonhando
Tantos e tantos foram os que tentaram chegar a ti
Alguns até nem oportunidade tiveram
Alguns até ficaram ali jogados, como pano de chão
Como pano de chão, jogados no firmamento
Cujo ponto de vista é aquém do nosso pé
Tanto foi o desejo por ti, por teus beijos
Tanto fez que deixaram todos pelados de uma vez
Mas ainda sim, não me inibo, nem me intimido
O medo não serve para mim,
pois o esplendor da esperança de te-la em meus braços me fascina
quero vivencia-la, quero te-la em minha alma
quero experimentar cada canto de ti
caso a tenha, não fico mais cego
caso a tenha, as cortinas caem e mostra toda vida
todos os segredos, toda a vida se fecha em um ciclo
caso a tenha, caso a tenha,
LIBERDADE, O LIBERDADE
não escorregues em meus dedos,
me banhe de seu ar fresco
LIBERDADE,
você é tudo que desejo,
Sereia que vai alem dos mares, dos ares
Esse desejo que todos têm, eu também
Direciono meu olhar ao meu redor
Vejo ao céu, uma entidade do vento,
Voando em harmonia
Como que dançando com o vento
E a essa criatura, só posso imaginar sendo sua
O LIBERDADE, o liberdaaadeee
Parte 3: Tribal, tambor e percussao
Um Gavião voando ali longe do chão
Como que dançando ao som do vento
Parece atoa, mas observa tudo e todos
De repente, em um fechar das asas
Um ato repentino, abate a Serpente
Que vive rastejando na terra ardente
Que de repentemente , Aprende um novo ato,
picando o agressor caindo no substrato,
através de sua luta Vivendo a mais tempo,
assim, espreitando o rato, que corre apressado
atrás do trigo que o satisfaz
ali no canto, a serpente prepara o encanto
o veneno na ponta do dente
um bote de repentemente, acerta o Serelepe ser
que assim pesada, indefesa, fácil presa
serve de alimento pro Gambá
que alimenta sua prole,
que logo cresce, ficando forte
assim sai da toca, fazendo sua vida
em liberdade, diante do horizonte
Logo vem o Gato, se esgueirando entre o mato
Em um pulo rápido, agarra o jovem Gambá,
Que em um ato intempestivo, foge pro seu abrigo
Aprendendo um novo passo, descobrindo os segredos de cada ato
Lutando pelo seu direito de viver, até morrer
Assim o Gato do Mato, espreita outra presa
Abate outro infortunado, e leva para sua prole, o alimento conquistado
Do resto, os Urubu, que brigam por pedaços inanimados
E cada um voa com seu pedaço, sobrevoando o penhasco
Ali logo perto, uma Fragata observa, o Urubu com seu pedaço
Em um roubo fortuito, pega o pedaço, do lascado e mal tratado
Assim o pirata sobrevoa os mares da vida,
Até que um vento se joga contra a ave,
fazendo cair um pedaço do pedaço
ao mar encharcado de seres,
tubarões, golfinhos e peixes
uma multidão de peixes beliscam a massa de carne
ai então, vem o tubarão, abocanhando a multidão
Golfinhos se aproveitam, pulando no turbilhão
Até que de repente, e não mais que de repente,
Uma boca escura e vasta, gigante por natureza, abarca toda a multidão de peixes
Uma baleia, sereia gigante, beleza impressionante
Dali partem os Golfinhos, pulando de alegria, surfando as ondas da vida
Dali nadam os Tubaroes, com seus dentes, suas munições, experiências e sincronizações
Dali restam peixes, que nadam pra outros cantos, para povoar outros momentos, após novo despertar
Do caos gera a ordem, DO CAOS GERA A ORDEM
Parte 4: rock´n roll mais lento
Chego em casa, todo amassado,
Como se tivesse carregado em meus olhos, o mundo
Como se tivesse sentido em meu sangue, tudo
Lacrimejando em minha pele,
meus olhos já falam por si
vejo aqueles que um dia disse adeus
aqueles que um dia me acolheu
aqueles que do amor me supriu
digo que voltei, meu pai, voltei
ainda tenho muito a viver,
mas tudo que quero viver, agora
é viver com vocês,
o amor matou minha mãe de desespero
o amor matou meu pai de desgosto
mas o amor me fez viver a vida
e agora, estou a agradecer tudo que me deram
com minha experiência
quero segurar firme suas mãos,
e através delas, quero mostrar tudo o que tive
tive em meus olhos, tive em meu sangue
quero retribuir o que fizeram por mim
quero dar tudo o que experimentei em suas mãos
segure bem firme em minhas certezas,
ouça o que digo, e sinta o sol vespertino
o tempo mal passou, pois ele nunca chegou
o dia que saí, foi o mesmo que cheguei,
dispam-se do rancor, abram-se pro que vier
e o que eu te dou, será a resposta pro que me questionou
suas ordens foram cumpridas, nesse exato momento,
obrigado por tudo!
Do caos gera a ordem, como a física já dizia!
DO CAOS GERA A ORDEM, DO CAOS GERA A ORDEM