Agora é tarde
Não sei se terei
O que?
Não sei
Nem se ainda estarei
A espreita
Quando o que eu tanto quis chegar
Provável é que nem seja mais
O que esperei e se algum dia virá.
O tempo remonta
Desgasta, repõe e maltrata
Num processo irrefreável
O uso do gosto
Mudara de posto
Procurando se acostumar
E as asas deixaram de ser necessárias
Porque aprendi a nadar
Mas as marcas de sua existência
Indicam o que estive a esperar
Rever o que sempre esteve presente
E agora não está
Sumiu à francesa
Com a sutileza que lhe é peculiar
Viciou-me no que tenho agora
Mudou minha forma de ver
Agora não venha lembrar-me
Esqueci de você