Um canto, um amor.

...E toca o som irritante do despertador

Abro os olhos e levanto ainda dormindo

No banheiro, o espelho parece deformar meu rosto

Ainda amassado de uma noite em claro,

Se me assusto? É claro!!

Mas vem lépida a lembrança

Ainda efêmera, mas sempre mais forte

De uma voz suave, calma, firme

Que me hipnotiza na mais pequena frase

E então volta meu sorriso

Tímido, encolhido e amorfo

Que ganha vida em uma xícara de café

E força no pôr do sol

Tenho um longo dia

Por culpa de uma espera assomar

De te ver, de te ter, de te sentir

Confesso querer-te só por um minuto e a eternidade

Mas isso só, não é pedir demais

Ficar ao teu lado

Segurar tua mão

Dizer tudo o que sinto e também que te amo

Sentir você feliz, nervosa ou deprimida

Não importa o estado, mas sim tua presença

Pra que me sinta vivo em um abraço

Em teus carinhos

No brilho do teu sorriso

No sustento que me causa a tua atenção

E cai então o sol para um leve cochilo

No fim de um dia estendido

E no começo de momentos nossos, só nossos

De longe, vem você.

Um beijo, um abraço, e tão simples e fascinante, um “OI”!

Então me conta como foi seu dia

Os problemas que enfrentou

Os risos que, ainda, prevalecem

Você me veste e eu te protejo

Protegendo-te me fortaleço

E somos um só,

Temos os nossos momentos e ninguém precisa saber

O tempo é inimigo e chega a hora de ir

É visível a tristeza que causa a despedida

Em quem tem que se despedir

E vai você,

Deixando-me apenas o perfume e saudade

Chego em meu refúgio

Fecho as trancas

Fecho a alma

Fecho os olhos

E espero novamente pelo som irritante do despertador...