Morros do meu Rio
Onde vocês estão
Morros do meu Rio?
Cadê Maria,
Lata d'água na cabeça?
Cadê Conceição,
Que subindo desceu?
Até parece que a gente,
Da velha boemia, esqueceu
Nem lembra mais daquela beleza
De toda aquela sua poesia
Que a sua pobreza enriqueceu
E fazia, do morro, a alegria.
O Morro nem percebeu
Que desejando crescer
Virou gigante cruel:
Tem milícia ,com granadas,
As crianças mal amadas
São sentinelas do mal...
Querendo alcançar o ceu
Virou favela importante
Com luz e água encanada,
Com elevador, telefone
Seu povo, morto de fome
Tem rádio e teleisão
Tem maconham, cocaína
Tem crack, sei mais o quê
E de repente
O Morro morreu doente
E muita gente inocente
Vive morrendo também.
(Aceito quem queira musicar esta.)