O Espólio do Poeta

O ESPÓLIO DO POETA

(ALTINO MANOEL)

Se de tudo que vivemos,

Eu pudesse viver pelo menos a metade,

Eu então seria feliz por uma vez e meia.

Mas a solidão tomou conta do meu coração,

Entre sorrisos e farpas,

Entre gritos e misérias,

Tenho diante de mim uma cidade esquecida,

Nua, despida pela violência e ambição,

Sou contra a metade,

Ou inteiro ou nada.

Liberdade não facilita a vida,

Quero pão, escola e gratidão.

Trabalhei sob o sol e a chuva,

Construi progresso, dividi idéias.

Poemas escuros ,escritos em forma de dor,

É fácil dizer palavras,

O difícil é trazer o amor.

Eu não te disse nada ainda,

Não falei dos espinhos,

Não falei da fome,

Te falei das rosas,

Te falei dos seus filhos.

Não deixe a vontadeir embora,

Agora é a hora,

De fazer e não de pedir.

Te peço um perdão qualquer,

Por favor me ajude,

Preciso do seu apoio,

Estou só, e dói tanto.

Reze por mim, ore por mim,

Sou imperfeito mas estou do lado do amor,

São tantas as noites, que nem sei os dias,

Lembre de mim como Quase sem Querer,

E não como Lage Dór.

Altino Teodoro
Enviado por Altino Teodoro em 27/05/2008
Código do texto: T1008060