Salgueiro-chorão
Salgueiro-chorão
maria da graça almeida
Em ilha de terra sofrida,
no fim do mundo e da vida,
humilde, olhando o chão,
triste, gemia o Chorão.
- Por quem choras, ó Chorão,
este choro sem consolo?
Cá estou, à tua mão,
ofertando-te apoio!
- Este choro é bem antigo,
sufocado, reprimido.
Preso aqui neste lugar,
com a face para o chão,
do céu, não vejo o luar,
da lua, não tenho o clarão.
- Alegra-te, bom amigo,
escuta bem o que digo,
na água que te rodeia,
ao teu lado, refletida,
terás linda a lua cheia!
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Quando o olho então já cego,
às visões da alma me entrego.
Aos reveses desta vida,
soluções alternativas.
maria da graça almeida