Salgueiro-chorão

Salgueiro-chorão

maria da graça almeida

Em ilha de terra sofrida,

no fim do mundo e da vida,

humilde, olhando o chão,

triste, gemia o Chorão.

- Por quem choras, ó Chorão,

este choro sem consolo?

Cá estou, à tua mão,

ofertando-te apoio!

- Este choro é bem antigo,

sufocado, reprimido.

Preso aqui neste lugar,

com a face para o chão,

do céu, não vejo o luar,

da lua, não tenho o clarão.

- Alegra-te, bom amigo,

escuta bem o que digo,

na água que te rodeia,

ao teu lado, refletida,

terás linda a lua cheia!

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Quando o olho então já cego,

às visões da alma me entrego.

Aos reveses desta vida,

soluções alternativas.

maria da graça almeida

maria da graça almeida
Enviado por maria da graça almeida em 16/01/2006
Reeditado em 19/01/2006
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