SOPA DE LETRINHAS
RosanAzul
11 de maio de 2008
Para Meus Filhos: Mariana, Ronaldo e
Raquel.
Quando era pequenina
Do tamanho de um botão,
Fazia muita estripulia
E apanhava de montão.
O que eu fazia nem me lembro
Só das surras que levava
Até uma pá de bolo
Nas minhas costas foi quebrada!
Comia de tudo um pouco
Não fazia cara feia pra nada
Adorava pirão de feijão
Com carne moída ensopada.
Ia à missa todo domingo
Porque a minha mãe mandava
Levava o pastoral na mão
Mas não prestava atenção em nada.
Certa vez na praia do “Cagão”
(E não tenho culpa do nome
Não fui eu que inventei
Foi o tal do esgoto
Que o coitado do mar come)
Num dia muito quente de verão
Botei a bóia n’água
Um enorme pneu de caminhão
Olhei pro céu azul de arder os olhos
Fechei-os e esqueci, que o mar era fundo
Acordei com a minha mãe chorando
Desesperada gritando ao mundo
Que não dava mais pé,
Mas também não dava mão.
Para minha sorte um visinho
(e sempre tem um de plantão)
Soldado do batalhão
Me salvou do perigo
Edelson, meu primeiro herói!!
É claro que apanhei
E um bom tempo fiquei
Sem molhar o dedo do pé.
Outra ocasião foi com meus tios
Hamilton e Almir
Dois tremendos trapalhões
Queriam fazer uma “jangada e sair pro mar”
E eu estava nessa
Achando que ia ser bom "à beça"...
Ajudava a carregar os bambús
E numa das minhas correrias
Ao porão da casa da vovó
Oficina de peripécias
Veio o vento de rebojo
Me desequilibrando num tombo só.
Eu caí.
Espetando o bambú na barriga
Minha vó em meu socorro logo apareceu
Com a garrafa de arnica
Eita que aquilo doeu...
E mais uns tapas
Pra esquecer da idéia de “girica”!
Mas dessa me escapei bem
Porque a jangada foi mesmo pro mar
Porém se desmanchou no fundo d’água...
Eu não sabia nadar...
Á noite o que eu gostava mesmo
Era de comer um belo prato
De sopa de letrinhas
Ela esfriava logo
Porque eu catava todas
Separando-as das batatinhas
Para então formar as palavras
O “R” sempre deixava por último
Escrevia no prato:
Mamãe, papai, amor, azul
E hoje aqui estou eu
A remoer as letrinhas do passado
Vivos na memória do
ABC da minha história!
RosanAzul
11 de maio de 2008
Para Meus Filhos: Mariana, Ronaldo e
Raquel.
Quando era pequenina
Do tamanho de um botão,
Fazia muita estripulia
E apanhava de montão.
O que eu fazia nem me lembro
Só das surras que levava
Até uma pá de bolo
Nas minhas costas foi quebrada!
Comia de tudo um pouco
Não fazia cara feia pra nada
Adorava pirão de feijão
Com carne moída ensopada.
Ia à missa todo domingo
Porque a minha mãe mandava
Levava o pastoral na mão
Mas não prestava atenção em nada.
Certa vez na praia do “Cagão”
(E não tenho culpa do nome
Não fui eu que inventei
Foi o tal do esgoto
Que o coitado do mar come)
Num dia muito quente de verão
Botei a bóia n’água
Um enorme pneu de caminhão
Olhei pro céu azul de arder os olhos
Fechei-os e esqueci, que o mar era fundo
Acordei com a minha mãe chorando
Desesperada gritando ao mundo
Que não dava mais pé,
Mas também não dava mão.
Para minha sorte um visinho
(e sempre tem um de plantão)
Soldado do batalhão
Me salvou do perigo
Edelson, meu primeiro herói!!
É claro que apanhei
E um bom tempo fiquei
Sem molhar o dedo do pé.
Outra ocasião foi com meus tios
Hamilton e Almir
Dois tremendos trapalhões
Queriam fazer uma “jangada e sair pro mar”
E eu estava nessa
Achando que ia ser bom "à beça"...
Ajudava a carregar os bambús
E numa das minhas correrias
Ao porão da casa da vovó
Oficina de peripécias
Veio o vento de rebojo
Me desequilibrando num tombo só.
Eu caí.
Espetando o bambú na barriga
Minha vó em meu socorro logo apareceu
Com a garrafa de arnica
Eita que aquilo doeu...
E mais uns tapas
Pra esquecer da idéia de “girica”!
Mas dessa me escapei bem
Porque a jangada foi mesmo pro mar
Porém se desmanchou no fundo d’água...
Eu não sabia nadar...
Á noite o que eu gostava mesmo
Era de comer um belo prato
De sopa de letrinhas
Ela esfriava logo
Porque eu catava todas
Separando-as das batatinhas
Para então formar as palavras
O “R” sempre deixava por último
Escrevia no prato:
Mamãe, papai, amor, azul
E hoje aqui estou eu
A remoer as letrinhas do passado
Vivos na memória do
ABC da minha história!