"Anos Irresponsaveis" cap 19 "Halloween" ( Restaurado)

Capitulo 19

"HALLOWEEM"

Eis que chegou o nosso mês da sorte, íamos lavar a égua em outubro. Ditado feio da porra!

- Ai que emoção!- exclamou o Mauricio em um dia parado de outubro.- daqui a alguns dias será halloween e iremos a festas incríveis!

- Que festas, meu pequeno festeiro?- perguntei sem fé.

- Eu não sei,-respondeu ele pensativo.- mas eu vou a uma festa.

- Que tal fazermos nossa própria festa na casa de alguém?- sugeriu o David.

- Grande, David!- exclamou o William. Virou-se para a sala.- EI PESSOAL, FESTA DE HALLOWEEN NA CASA DO DAVID DIA 31, AS OITO HEIN!!

- UHUHUH!!! É ISSO AI DAVID!

- Não!- gritou o David.- na minha casa não!

- AAAAHH!!- lamentou a sala.

- Então vai ser aonde?-perguntou o William.

- E eu sei lá!

- Ei Aline podia ser no seu apertamento.- sugeriu o Rafael.

- Como você mesmo disse,- respondeu Aline.- eu moro em um apertamento, e não a espaço para uma festa, e mesmo que houvesse minha mãe me mataria na frente de todos se eu desse uma festa lá em casa, de halloween principalmente.

- Ótimo, boa atração para os convidados!.- disse o Mauricio.

- Não.- respondeu Aline seria com ar de ponto final.

A Rafaela que estava sentada perto do nosso grupo de repente aproximou-se.

- ham...gente,- começou ela acanhada.- eu não pude deixar de ouvir a conversa de vocês...

- claro,- falou o William.-ninguém pode deixar de nos ouvir.

- William...-chamou o Mauricio.

- Que é?

- Cale a boca!

- Ah, ta.

- Continue Rafa.

- Bem,- voltou ela.- eu dizia que não pude deixar de ouvir a conversa de vocês, e bem, eu queria dizer que...bom, vocês estão procurando uma casa para fazer uma festa e...ah...meus pais vão viajar a negócios dia vinte e oito, e sabem, vai ficar apenas eu, meu irmão mais velho e minha irmãzinha em casa, e bem...ah, vocês sabem...

- O que?- perguntei mal podendo me conter. Eu tinha que ouvir essa frase da boca dela ou não dormiria. (mentira é claro)

- Bem...é,...vocês sabem...poderiam é , bem ...

- Fale logo Rafaela!

- Bem, vocês podem fazer a festa lá em casa se quiserem!- falou ela num ultimo esforço.

- UHUHUHU!!!!!!!!!

Saímos pulando e dançando pela sala para comemorar o acontecido.

- o que aconteceu Rafaela?- perguntou Lara levantando a cabeça da foto de sua namorada.

- Eu ofereci minha casa para eles fazerem uma festa de halloweem.- respondeu Rafaela orgulhosa de seu feito.

- O que Rafaela?- perguntou Eduarda abismada entrando na conversa.- o que você fez?!

- Eu ofereci minha casa para eles fazerem uma festa de halloween.- repetiu Rafaela alegre.

- Eu não acredito nisso Rafaela!- exclamou Eduardo.- como você pode fazer isso? E seus pais? E se eles descobrirem? Você ficou louca?!

- Eduarda cale a boca.-mandou Lara irritando-se com o exagero da outra.

- Cale-se você sua sapatona de quinta!- a sala parou com sua balbúrdia e se voltou para a discussão.- você não viu o que ela fez? Esta cega? Você quer que ela vire a vergonha dos pais dela como você virou a vergonha dos seus? Você quer arruinar a vida dela? Mas eu não vou deixar Lara, ninguém aqui vai virar uma vergonha como você, eu não vou permitir, sua lésbica nojenta!

Pá!

Ao invés das lagrimas que eu esperava por parte da Lara, veio ao invés disso um tapa que fez o rosto da Eduarda virar. Mas ela se acalmou.

- em primeiro lugar Eduarda,- começou a Lara num tom serio, porem, controlado, um tom que ela nunca havia usado antes.- eu não quero arruinar a vida de ninguém aqui, principalmente da Rafa que é uma grande amiga minha. Mas eu estou do lado dela se ela quiser dar essa festa, porque antes vocês viviam me dizendo para eu me soltar, mostrar logo a minha verdadeira cara, e eu o fiz e me dei bem e se ela quer fazer o mesmo eu vou estar do lado dela.

- Mas você não vai transforma-la em uma vergonha como você.- insistiu a Eduarda furiosa.- eu não vou permitir.

- Eu não quero transforma ninguém em uma vergonha,-respondeu Lara controlada.- e eu não sou uma vergonha para ninguém, meus pais apesar do extremo choque inicial me aceitaram muito bem e ate o pessoal da minha igreja me aceitou e...

- O pessoal da sua igreja aceita qualquer coisa.- falou Eduarda carrancuda.

- Não Eduarda,- continuou Lara.- o povo da sua igreja que é cheio de preconceitos e não permite ás pessoas viverem da maneira que elas são felizes, tem que ser tudo do jeito que o pastor quer, mesmo que elas não sejam felizes. Já na minha igreja eles não ligam se a pessoa é gay, lésbica, hetero, negro, branco, amarelo ou o que for, estamos ali somente para servir e amar a deus. E se você não gosta da minha opção sexual o azar é seu, porque eu sou CEM PORCENTO SAPATAAA!!!!!-gritou ela pulando como uma paty doida.

- UHUHUHU!!!!!!- gritamos em apoio.- É ISSO AI LARA!!! A LARAÉ UMA BOA COMPANHEIRA.- entoamos.- A LARA É UMA BOA COMPANHEIRA. A LARA É UMA BOA COMPANHEIRAAA. NINGUEM PODE NEGAR, HEI!!

A Eduarda ficou esquecida com seu mau humor e consagramos a Lara e a Rafaela as garotas do ano.

- e ai, como vai ser?- quis saber logo a Rafaela.

- Bem, isso é uma coisa que devemos pensar com cuidado.- respondeu o Rafael.

- Cale a boca Rafael, -mandou Mauricio.- você é muito palerma para saber de festas.

- Eu tirei uma racha e ganhei,- falei. - eu organizei o esquema da tribe house, e por tanto eu sou a única com cabeça para organizar uma festa.

- Ah, é cabeça é o que você tem de sobra.- falou Mauricio.

- Obrigada, eu acho.- agradeci.- bem, como eu dizia: eu tenho capac...

- Ah, você não tem nada,- falou o William.- dinheiro muito menos.

- Ah é, e por falar nisso você me deve dez reais, Anne.- lembrou o David.

- Não era vinte?- questionou Mauricio.

- Ah, é são vinte.- corrigiu David.

- Mais uma vez, muito obrigado Mauricio.- falei por entre os dentes.

- Ah, não a por onde, - agradeceu o outro.-se precisar estou aqui.

- Obrigada! Bem, como vai ser o esquema da viagem dos seus pais Rafa?

- Como eu disse,- respondeu Rafaela.- eles vão viajar no dia vinte e oito e só vão voltar dia dois, ou seja, podemos fazer a festa na boa, desde que vocês ajudem a limpar depois.

- Mais é claro!- respondi empolgada, sem notar os olhares de lamentos dos outros. Mas ninguém reclamou, quer dizer, era o mínimo que podíamos fazer, não?

- E como vai ser a decoração?-perguntou Aline.

- Eu acho que fazer decoração ia dar muito trabalho.-disse o David.- podemos simplesmente colocar uns panos escuros na janela pra ficar no clima de halloween e acender umas velas quem sabe. E se alguém aqui tiver luzes coloridas...também seria muito bom.

- Ai, é ótimo ter um gay no grupo!-exclamou Mauricio emocionado.

- É uma boa idéia David,- concordei.- lá em casa tem ate uma cortina vermelha de veludo que ficava linda na nossa antiga casa.

- Ah, fascinante!- falou Mauricio.- e lá em casa velas é o que não falta. Minha mãe sempre acendeu uma para a santa não sei quem, são sei lá das quantas...

- E na minha tem luzes vermelhas.- falou Rafael.

- Para que você tem essas luzes Rafael?- quis saber o Mauricio.

- Meu pai tinha um comercio,- respondeu o Rafael.- porem ele faliu.

- Não vai me dizer que ele “comeu” o estoque?- perguntou Mauricio incrédulo.

- Por que essa pergunta Mauricio?- quis saber a Rafaela.

- Bem, ele tinha um comercio e nesse comercio usava-se lâmpadas vermelhas, então só podemos imaginar que o comercio dele se chamava “casa da luz vermelha”.

- Rsrsrsrs.

- Pois é,- continuou o Rafael.- mas como eu disse o negocio faliu, ninguém queria sua mãe Mauricio.

- HAHAHAHA!!

Mauricio emburrou-se.

- vamos voltar ao assunto.-falou o William.- mas e os seus irmãos Rafaela?

- O meu irmão ele só precisa de uma garota, ai ele fica fora do caminho o tempo que precisarmos.- respondeu a paty com um dedo no queixo, pensativa.- e quanto a minha irmã, ela já tem um compromisso: ela vai dormi na casa de uma amiguinha.

- Legal!- exclamamos.- então esta tudo limpo, é só convidar o povo e dar inicio a zuera!

- MAS E A COMIDA E A BEBIDA?!?!- perguntou o William em pânico.

- Ah é......bem, podemos fazer uma festa americana.,- respondi. - uma vez um amigo meu, o Diego, ele também fez uma festa de halloween á americana.

- E como é isso?- perguntou Mauricio perdido.

- Dãr, fala serio Mauricio,- respondeu Aline irônica.- festa americana é quando os convidados levam as bebidas e comidas, mas é claro que nós também temos que colaborar né?

- Ah, droga,- lamentou Mauricio.- eu achei que não íamos ter que fazer nada.

- Ai meu deus!

Os dias passaram rápidos,e logo chegamos no tão esperado dia trinta de outubro, e começamos nossos preparativos depois da aula.

Chegamos na casa da Rafaela e contemplamos por fora o imenso casão da loira.

- entrem.-convidou ela.

Passamos por um extenso jardim e entramos pela porta da sala, a casa era realmente grande, a sala era bem extensa, dava até pra providenciar uma pequena pista de dança se colocássemos os móveis no canto, mas só tiramos mesmo tudo o que era quebrável e as mesinhas de centro. Instalamos um super som na sala, colocamos as cortinas escuras e as luzes coloridas, tudo parecia fácil no começo, mas deu mais trabalho do que imaginamos, principalmente quando as cortinas caíram. Mas no final valeu tudo a pena.

- Muito bem, esta tudo pronto e muito bem feito!- exclamou a Rafaela batendo palmas.- agora é só convidar as pessoas. E por falar nisso, quem são os convidados?

- Os nossos conhecidos é claro.- respondi.

- É o pessoal da sala, talvez uns atletas gostosões.- disse Aline.

- E aquele pessoal descolado, o topo sabem?- sugeriu o David.- e também não faria mal em chamar o povo homo.

- É, podemos chamar um pouco de cada tribo.- disse a Lara.

- Exceto valentões, pelo amor de deus!- exclamou o Rafael.

- E nada de torcida!- disse eu.

- Ah é claro, mas aqui ninguém gosta deles mesmo.- disse a Regina.

- ei, será que a Eduarda vai querer vir?- perguntou de repente a Rafaela

Nos olhamos fazendo a mesma pergunta.

- olha paty,-começou a Lara, que para nossa surpresa resolveu ajudar na arrumação.- você conhece a Eduarda, se ela não quiser vir não se preocupe ok? É a sua festa e dessa vez você vai ter que curti sem ela, ok?

A paty concordou tristemente.

- ok.

Depois tivemos que combinar umas coisas realmente importantes antes da festa.

- mas como eu vou virar a noite na festa?- perguntou-se a Lara.

- Eu estive pensando nisso,- falou a Aline.- o que vocês acham do “truque do sono”?

- O que é isso?-quis saber a Rafaela.

- Nós falamos para nossos pais que vamos dormi na casa de um amigo e saímos para outro lugar,- respondeu Aline pronta e orgulhosa de saber a resposta.- e você tem que lembrar de dizer que esse amigo não tem telefone e que você não sabe o endereço dele, caso seus pais queiram falar com os pais dele.

- É, acho que se eu dizer que vou dormi na casa da Rafa meus pais deixam.- falou Lara.-eles a conhecem.

- Muito bem, vocês já sabem como fazer não?-perguntou Aline a nós.

- Olhe bem para nós Aline,-falou o William.- esta nos perguntado se sabemos mentir?

- É só pra garantir. Então é isso ai, já sabem o que fazer.

O dia seguinte chegou e ...

- uhuhu é halloween moçada!!-gritou o Mauricio ao entrarmos na sala.

- Mauricio, silencio! Esta pensando que isso aqui é o que?!?

- Ah. Desculpe professora Matakari.-pediu Mauricio segurando o riso.

Nos sentamos e soltamos risadinhas baixas.

- sua miopia anda brava, heim?-falei tentando conter uma gargalhada.

- Rsrsrsrsrsrsrs.-foi a resposta.

Ao lado a Rafaela conversava com a Eduarda.

- olha Eduarda,-começou ela.- eu sei que você esta chateada, mas não é pra tanto né? Sabe, se eu fosse você eu passava lá na festa, só para ver como vai estar, talvez você goste.

- Eu nunca vou gostar dessas coisas do mundo Rafaela, -respondeu Eduarda tentando falar baixo.-eu sou uma garota de deus.

- Eu também,-insistiu a Rafaela.- mas não custa nada se divertir um pouco, né? E você não é tão santa assim, eu sei as besteiras que você fala ta? Qual é, você falava da Lara antigamente, mas agora você esta igualzinha: fingindo não gostar, quando na verdade esta doida para cair no samba, no rock, melhor dizendo.

Eduarda não respondeu, foi fazer a lição.

- e ai paty,- falou a Aline.- que roupa você vai usar.

De repente uma sombra aflorou o rosto da Rafaela.

- eu não sei.-respondeu ela sombria como se aquilo fosse uma coisa macabrissima.- eu não tenho nada que combine com a ocasião. Você vai usar o que?

- Eu vou pegar uma roupa com a Anne.

A paty me olhou com cara de cachorro pidão.

- me empresta uma roupa também?

- Claro paty, passa lá em casa hoje.-respondi.

Nessa hora a Eduarda nos olhou, ela adorava as minhas roupas loucas.

- Rafaela,- chamou ela.- eu acho que eu...que eu, é...eu acho que eu vou nessa festa.

- UHUHUHUHUH!!!!!!!!!!!!!-comemoramos.

- SILENCIO!-berrou a professora colocando os bofes para fora e nos fazendo pular meio metro da cadeira.- VOCE ACHAM QUE ESTAM AONDE? ACORDARAM COM A MACACA HOJE, É?

- E você com a selva inteira.-resmungou o Mauricio baixinho fingindo apanhar um lápis no chão.

Aquele era um intervalo feliz, estávamos todos empolgados pensando na festa, convidamos pessoas de quase todas as tribos, chamamos alguns descolados, os bonitões, alguns nerds, alguns homo, quase de todos um pouco, só não constavam na nossa lista os valentões, a torcidas e os drogados, mas ninguém fazia questão da presença deles. Então estava tudo na mais perfeita ordem.

As aulas passaram rápidas e as duas da tarde chegaram na a Aline, a Rafaela e a Eduarda querendo roupas emprestadas, mas estávamos todas mais preocupadas em arrumar a Eduarda do que a nós mesmas.

- vamos por pessoa. ok?- perguntei quando estavam todas loucas pra revirar meu guarda-roupa.

- Ok.

- Muito bem, vamos começar com a Aline que é a mais rápida.

- Uhuhuhuh!

- Legal, escolha a suas roupas bem rápido.

Aline se encaminhou ao guarda-roupa e desatou a fuçar.

Ela foi realmente rápida, pegou um short preto, uma bata azul escura, meia calça preta e botas.

- ótimo. Rafaela, adiante!

- Legal!

Em pouco menos de quinze minutos Rafaela tirou um vestido vermelho tomara que caia, meia calça escura e uma penca de maquiagem que não constava no scripit.

- E agora...Eduarda.

(silencio total e muita atenção).

- e ai Eduarda, o que você vai querer?

- O que você acha que ficaria melhor em mim?-perguntou ela de cabeça baixa e, eu acho que um pouco envergonhada.-ah, não se esqueça de que eu sou gorda.- completou ela num sussurro vergonhoso.

- Eu também,-falou Aline, sem vergonha alguma.-mas isso não me impede de ficar bonita e gostosa e não vai impedir você.

Eduarda sorriu.

- é isso ai Eduarda,-falei.-vamos lá.

Comecei a tirar coisas do guarda-roupa medindo nela, perguntando se ela gostava, achando algo que combinasse e muito mais.

- que tal essa Eduarda?-perguntei oferecendo uma saia pinsada a ela.

- Hum-hum.-respondeu ela fazendo um sinal negativo com a cabeça.

- E essa blusa?-uma blusa, grande de alças, roxa.

- Não.

- Essa?

- Não.

- Hum?

- Hum-hum.

- E que tal?

- Acho que não .

- Não.

- Não.

- Não .

- Não.

- AH, DIABO SE DECIDE PORRA!!!!

- Anne não grita com ela.-ralhou a Rafaela.

- Ah, me desculpe paty, mas eu já perdi a paciência. Nada a agrada, ta parecendo a Lara.

- É porque você não ofereceu nada que ela tenha vontade de usar.-retrucou a Rafaela num tom de quem sabe das coisas.-da licença.

Ela me empurrou para o lado com um supetão e pegou umas coisas.

- acho que achei.-falou ela levantando-se com uma pilha de roupas.que tal Eduarda?

Uma calça preta, botas pretas, pulseiras, anéis e um sobretudo roxo.

- sim, esse sim.-respondeu Eduarda sorrindo, para a alegria geral.

- ÓTIMO!-exclamou Rafaela satisfeita.- Ai Eduarda, você vai ficar linda!

- Vamos lá Anne,-disse Aline impaciente.-escolha logo suas roupas e vamos maquiar a Eduarda. Ai que emoção!

- Ok.

Sem perder tempo corri e peguei uma calça jeans preta, um sobretudo vermelho e as minhas botas vermelhas que eu havia escondido para não correr o risco de ir descalça.

- ei, você não falou dessas botas!- protestou Aline olhando as botas, maravilhada.

- Ah, não? então peço desculpas.-respondi irônica.

Todas nós nos vestimos e nos maquiamos: eu passei sombra vermelha e lápis e batom preto. Ai então fomos cuidar da Eduarda.

- Eduarda feche os olhos.-mandou a Aline sacando do estojo sombra, lápis, batom, blush e tanta coisa que me perguntei como cabiam naquela bolsinha.

- Hum-hum.

Ela passou nos olhos da Eduarda sombra roxa, batom preto e mais umas coisas que a deixaram super!

- AI MONA VOCE ESTA LINDA!- exclamou Rafaela histérica.

- Oh, esta incrível Eduarda.-concordei.

- Deixa eu me ver.- falou ela indo ate o espelho.

Ela se olhou de cima abaixo e sorriu.

- Uau! Eu nem me reconheço!- exclamou ela.- acho que é a primeira vez que me sinto tão bonita, tão atraente, me sinto ah...gostosa, como diz a Aline, rs. É a primeira vez que não me importa em ser gordinha, que não vou esperar uma piadinha de mau gosto de alguém por ai. To linda!

- É claro que esta Eduarda.- disse Aline.- e vai por mim, ser gordinha não quer dizer nada, não deixa as pessoas fazerem você pensar que tem que ser magra pra ser bonita e gostosa. E o mais importante, você é quem tem que se achar bonita e gostosa, para os outros te acharem também.

- É isso ai. E como dizia o meu ex-amor gay, “as pessoas gostam de quem gosta de si mesmo”.- disse eu.

- Rs. Valeu meninas, vocês são demais!

Depois que todas já haviam se arrumado fomos para a casa da Rafaela.

A Lara, a Regina e os meninos já estavam lá, estavam todos bem vestidos e algumas pessoas já haviam chegado, alguns nerds, uns homos e poucos descolados. Já rolava musica eletrônica bem alto, as poucas pessoas que estavam na sala já começavam a dançar e de repente, não sei como, a casa já estava cheia e havia gente dançando pra todos os lados. Uma grande quantia de bebidas alcoólicas apareceu na mesa, uma fumaceira de cigarro começou a pairar sobre a sala, algumas pessoas já começavam a se agarrar nos sofás e poltronas, e outras se atreviam a subir para os quartos, mas os expulsamos de lá e trancamos tudo.

A festa estava indo bem, as pessoas estavam animadas, os descolados sabiam passos incríveis de dança, a Lara conversa com uma homo descolada que parecia muito interessada nela, a Aline já dançava com um atleta gostosão, a Regina já dava uns amaços num cara bonitão e a Eduarda estava encostada num canto sozinha, tinha a expressão de quem estava completamente perdida.

- vem, vamos falar com a Eduarda.- chamei a Rafaela e fomos até ela.- ei Eduarda porque esta aqui sozinha?

- Eu não conheço ninguém ora,- respondeu Eduarda com um ar de não é obvio.- você queria que eu fizesse o que? Sai-se falando com esse povo que eu nem conheço?

- Sim.- respondi.- é uma festa, onde fazemos amigos. Vem.

As levei ate um grupo variado que conversavam animados.

- e ai galera.- cumprimentei.- qual o assunto?

- Ah estamos comentando sobre Monique Scarpa.- disse uma garota de cabelos laranja.- ela ficou furiosa quando soube que vocês iam dar uma festa e não a convidaram.

- Ah é? Bem, não to nem ai.- disse e puxei a Rafaela e a Eduarda pro centro da sala.

Nos três fomos para nossa “pista” e entramos no ritmo da música eletrônica.

A Rafaela até que dançava bem, já a Eduarda estava meio perdida e dançava toda dura, mas ai aconteceu umas coisas, alguém sabe, empurrou um carinha bonitinho pra cima dela, e sem perder tempo ele a agarrou pela cintura e começaram a dançar e ela amoleceu rapidinho. Eu sou demais!

Dançamos por um bom tempo, a Eduarda acabou em beijos com o carinha e a Rafaela foi conversar com um atleta que começou a falar coisas sobre futebol com ela. (que, eu tenho certeza, não estava prestando a mínima atenção)

Eu estava passando pela mesa cheia de bebidas quando encontrei o Mauricio.

- e ai ta fazendo o que?- perguntei pegando o copo dele.

- Bebendo você é cega?- respondeu ele apanhando outro copo.- tem cada pergunta. Já fez o que de bom?

- Bem, eu já fiz a Eduarda mergulhar num beijo profundo ali com o caio e a Rafaela ta trocando idéia com um fortão ali.

- Interessante.- disse ele sem achar nada interessante.- ei que tal tirarmos um racha de bebidas?

- Como assim?- perguntei me interessando.

- Vamos pegar os maiores copos, misturar um monte de bebida e ver quem vira mais rápido.

- Beleza!

Abaixei a musica por um minuto e perguntei:

- ei pessoal, quem ta a fim de tirar um “vira copo” ai?

- eu to!- respondeu alguém com a voz que mais parecia um rosnado.

- Ah não!- exclamou o Rafael em alguma parte.

Na porta da sala, sabe deus como, estava parado Paredão e seu grupo de brutamontes.

- o que estão fazendo aqui?!- perguntou o Mauricio furioso?

- Não se preocupem, dessa vez viemos em paz.- respondeu Paredão se adiantando até a mesa de bebidas.

- Mas vocês não foram convidados!- protestou Mauricio se postando na frente do valentão.

- Monique Scarpa disse que vocês nos convidaram.- disse Paredão sem se alterar com a atitude do Mauricio.

- Monique?! Mas nem se quer falamos com ela!- exclamei.- aquela vaca!

- Então resolva com ela.- respondeu Paredão indiferente, os olhos grudados no Mauricio.- e ai, e como é essa do “vira copo”?

- Já era, o desafio foi cancelado.- respondeu o Mauricio e saiu andando.

- Não ficou com medo só porque eu cheguei, ficou magrelo?- perguntou Paredão com desdém.

Mauricio se voltou pra ele, o cenho franzido, estava se aborrecendo, dava pra notar.

- eu não tenho medo de você.- disse ele.

- Então vamos ver quem vira o copo mais rápido.- disse Paredão.

Todos se aproximaram, Paredão encheu dois copos enormes com tudo o que havia na mesa, pegou um e entregou o outro para o Mauricio.

- muito bem, quando eu contar três,- disse Aline.- vamos lá. Um...dois...e...três VÃO!

Eles viraram os copos na hora, o Mauricio fez uma careta de quem engolia esgoto, com certeza gosto era péssimo, de repente ele fez uma cara e pareceu que ia vomitar. Paredão por outro lado virava tudo como se fosse água, com certeza já estava acostumado a beber feito um louco e ...

- TERMINEI!!!!!- berrou o valentão batendo o copo na mesa.

- Uhuh!!!!

O povo aplaudiu Paredão que queria desafiar uns atletas enormes, mas eles se recusaram, dizendo que a bebida poderia prejudica-los e voltamos as coisas normais de uma festa: dançar, beber, se agarrar, conversar, usar drogas...EPA!! USAR DROGAS?!?

Um carinha que com certeza eram penetra e drogado de repente puxou um cigarro do bolço que ele foi passando de mão em mão, e em menos de um minuto toda a casa estava com um cheiro insuportável de maconha.

- ei qual é cara, isso aqui não PODE!- falei pra eles, antes que a Rafaela, que estava planejando um barraco, fosse falar.- será que dá pra vocês apagarem, a casa ta cheia de gente, será que da pra respeitar?

- Ah, claro, esquenta não, nóis vai lá pra fora.- disse um cara que eu acho que não conhecia. (um penetra com certeza e devia ser o nóia supremo, pela cara).

- Certo, valeu!

Eles realmente foram lá pra fora, só que de repente tudo começou a acontecer e quase que não consigo acompanhar tudo.

O David estava caindo pelos lados, já havia tomado todas e mais um pouco, a cara vermelha como um pimentão, dando risada sem motivo, e eis que de repente ele olhou para o cara ao lado dele, também já muito chapado, já havia arrancado a camisa, eu pensei em ir lá falar com ele (era gostosão), mas então para meu choque total o David se jogou em cima do cara e começou a beija-lo como um louco, e para minha surpresa maior o cara não deu um soco no nariz dele, ao contrario, ele o agarrou pela cintura e o correspondeu com a mesma vontade louca.

Muitas pessoas pararam e olharam de boca aberta, uns valentões já estavam falando sobre socar os dois, mas eu falei para deixa-los em paz.

Então a Aline veio correndo, (não sei como, já estava mais caindo do que andando) e falou toda esbaforada:

- você viu? Você viu o David? Oh meu deus! Eu sempre soube...ele sempre teve cara...minha nossa! Eu não acredito! Estou pasma, eu ia dar para aquele cara!

Virei os olhos pra cima e a sacudir pelos ombros:

- calma Aline! Não é o fim do mundo, tudo vai dar certo! Você pode dar pra outro cara!

- Ah, é mesmo! – disse ela rindo demente e saindo por ai.

- Ai meu deus, como eu sofro! Estou cercada de pinguços.

Mas depois que cada um achou o que fazer, fiquei perdida no meio da festa, e sem muitas opções fui me sentar em um pufe e fumar um cigarrinho básico pra acalmar. (não sei do que).

Eu já estava pensando em me enfocar de tédio quando a porta da sala abriu e um bando de caras fortes entraram, era o time de basquete e no meio deles estava o cara alto, forte, pele cor de chocolate, olhos cor de mel e ...

- uuuuhhhh!!! Ele veio!!

Num pulo levantei do pufe e fui falar com o maravilhoso jogador de basquete.

- oi!

- Ola.- respondeu ele sorrindo.

- Puxa, não sabia que você viria.-falei tentando conter os pulinhos.

- É a Rafaela me convidou.

De repente me deu um tique no punho e eu quis esganar alguém.

- ah, a Rafaela é?

- Sim, a festa não é dela?- perguntou ele olhando ao redor.

- Não exatamente, é nossa.- respondi irritada por algum motivo.

- Bem, então você pode me mostrar alguma coisa aqui? Que pessoal estranho.- falou ele observando o David e o cara ainda se atracando. (e muito bem pra dizer a verdade).

- Claro. E qual seu nome?- perguntei puxando ele pela mão e o conduzindo ao pufe.

- Jhonatam, mas pode me chamar de jhony.- respondeu ele se sentando no pufe (ele sentado era do meu tamanho em pé.rs)

- Ah, eu sou Anne. E ai, ce quer fazer o que?

- Ah sei lá, que tal...ah, olha a Rafaela ali!

(desgraça!)

- Ah, jhony você veio?- gritou Rafaela abraçando ele pela cintura.

(vagabunda!)

- eu não ia perder!- respondeu ele se soltando dos braços dela.

(bom mesmo)

- e ai o que você esta fazendo?- perguntou a Rafaela.

- A eu estava aqui conversando com a Anne.- respondeu ele se sentando novamente.

De repente ela olhou para mim, mas não foi como sempre, o olhar dela pareceu um tanto quanto irritado.

- ah, Anne é?..bem, quer dançar comigo?- convidou ela na maior cara-de-pau, que eu nunca a vi antes.

(ah, eu vou pegar ela pelos cabelos, essa loira de farmácia!! ÃRR!!)

- ah, bem, eu acho que não ia me sentir muito bem, vou ficar aqui com a Anne.

(uhuhu!)

mas ai me veio a idéia.

- ah mas eu também quero dançar, vamos vai?- pedi fazendo cara de cachorrinho.

- Ah, esta bem então vamos, nós três.

- Certo.

E fomos para a “pista”, os três, mas a Rafaela me olhou de novo com cara de raiva, a qual eu retribuí com um sorriso que dizia: “comigo ele veio, com você não! nananana!!” e ela saiu por ali pesando duro.

Estava tocando a musica paradise do the sister of mercy, uma espécie de gótico eletrônico.

O jhony realmente não sabia dançar muito bem, ele se mexia, como as pessoas fazem em musicas dançantes, mas ai acho que a Rafaela resolveu mostrar a ele como se fazia e começou rebolar na frente dele, mexendo os quadris e jogando os cabelos. Mas resolvi mostrar a ELA como se fazia de verdade: coloquei as mãos no peito dele e comecei a rebolar, mexendo tudo, e desci até o chão (coisa que pensei que nunca iria fazer), subi novamente, meu corpo colado no dele, balançando para todos os lados, passando a mão pelo corpo dele; virei de costas para ele, com as mãos em volta do pescoço dele, ficando cara a cara com a Rafaela que me olhava com cara de ódio, sorri para ela e me virei de novo para o jhony.

Ele me pegou pela cintura e pareceu aprender a dançar rapidinho e começou a me conduzir numa dança que mais parecia um jogo de sedução. Mas quando nossos olhos se encontraram e eu pensei que um beijo aconteceria, alguém me deu uma braçada me empurrando para trás e a Rafaela entrou na minha frente. (imitando meus passos, se querem saber).

Eu a puxei para trás pelo cinto, ela se virou para mim com cara ódio, abriu a boca para dizer alguma coisa e ...

- Anne! Depressa!- chegou o Rafael gritando.

- Ah diabo o que foi? Estou ocupada!- a única coisa que eu queria fazer era quebrar a cara daquela vaca. (e beijar o bonitão).

- A Aline e o Mauricio, depressa, vêm!

Corri atrás dele até o quintal e fiquei chocada com a cena que vi: os maconheiros, todos muito loucos e a Aline e o Mauricio no meio deles, caindo um no colo do outro de tanto rir, com caras de nóias retardados, mais loucos do que gente em show de reggae.

Perdi as estribeiras, era demais para um dia só.

- O QUE EU DISSE A VOCES??- cheguei gritando e arrancando o cigarro da mão de um deles..- OLHEM SÓ O QUE VOCES FIZERAM! OLHEM SÓ PARA ELES DOIS, VOCES PERDERAM A NOÇÃO!!

- Ih mano qual é? Ninguém obrigou eles não, os mano se jogaram porque quiseram.

- NÃO INTERESSA, EU DISSE PARA VOCES NÃO USAREM ESSA MERDA AQUI!! VEM ALINE, RAFAEL PEGA O MAURICIO.

- ei panacas, qual o problema?- era paredão e os valentões novamente.

- ei cara agora não, firmeza? Estamos com um problema sério aqui.- respondei tentando guiar a Aline para dentro.

(- haha! Me solta! Ahahaha!)

- rs, olha só pra esses dois!- zombou o valentão que havia socado o Mauricio uma vez.- e ai debilóide, consegue me encarar agora?- perguntou ele se aproximando do Mauricio e empurrando ele. O Mauricio só deu mais risada.

- Qual é cara, ele não ta bem, deixa ele em paz, vai.- pediu o Rafael, a voz tremendo um pouco.

- Cala a boca imbecil, não to falando com você.- retrucou o valentão e empurrou o Rafael, que caiu junto com o Mauricio.

- EI PAREM COM ISSO!- berrei entrando no meio quando todos os grandões foram pra cima do Rafael.

- Sai daqui esquisita, vai cuidar dessa drogada ai!- disse Paredão me empurrando pro lado.- vamos ver se esse nóia tem coragem de encarar agora.

E foram pra cima dos garotos.

Antes que alguém podesse fazer algo paredão deu um chute nas costelas do Rafael que fez ele ficar branco como gelo, os outros pegarão o Mauricio pela gola e deram um soco no nariz dele que começou a sangrar na hora.

- EI ALGUÉM ME AJUDE!- comecei a berrar.- SOCORROO!!

Paredão continuou chutando Rafael no chão, os outros socavam o Mauricio que já estava ficando com a cara cheia de sangue, a Aline estava jogada no chão, se acabando de rir, Rafael gritava como louco, lagrimas e sangue escorrendo, o Mauricio estava a ponto de um desmaio, eu perdida no meio de tudo, gritando por ajuda, e

- EI PAREM!

Um grupo de atletas tão grandes e fortes quantos os valentões apareceram e foram pra cima dos brutamontes na hora. Sem muita dificuldade cada um agarrou um valentão e o maior de todos encostou paredão na parede e falou num tom quase letal:

- vai embora vagabundo, se eu te pegar encostando nesses moleques de novo eu acabo com sua raça e com a desses desgraçados que se acham os bons. AGORA SUMAM DAQUI!!

E sem questionar uma palavra os valentões saíram correndo.

- e vocês também seus desgraçados.- falou o cara para os maconheiros que também se mandaram.

Eu corri pra ajudar o Rafael e o Mauricio, cada um mais machucado que o outro, o nariz do Mauricio coberto de sangue e inteiro por um milagre, a boca do Rafael completamente estorada, os olhos ficando roxos.

- eu ajudo você.- disse o carinha e me ajudou a leva-los para os quartos onde limpamos o sangue da cara deles.

- você não acha melhor leva-los a um médico?- sugeriu o atleta.

Eu olhei bem pra cara dos dois, acho que estavam a ponto de um desmaio, o Mauricio ainda por cima drogado.

- é, talvez não seja uma má idéia.- concordei.

- Não!- exclamou o Rafael com um esforço enorme.- meus pais não podem saber que eu apanhei.

- Cara vai por mim, eles não vão demorar pra notar.- disse o atleta olhando pra boca e para os olhos do rafa.

- Mesmo assim, não vou pra um hospital, meu pai não me perdoaria.

- Como assim rafa?- perguntei sem entender a coisa.

- Ele vai dizer que sou um molenga, que não sei brigar, que não sou homem.- respondeu Rafael, e mais lagrimas caíram.

Na hora eu entendi o problema do Rafael e a não pude fazer mais nada alem de abraçar meu amigo.

- e esse aqui?- perguntou o carinha se referindo ao Mauricio.

Ele também estava com os olhos, à boca e o nariz bem machucados, sem contar a droga, mas achei melhor deixa-lo onde estava mesmo, a mãe dele cuidaria dele.

- ok então, se já esta “tudo bem” eu vou indo.- disse o carinha.

- Certo, obrigada cara, você salvou a pele deles.- disse apertando a mão do cara.

- Não foi nada.- disse ele sorrindo.- a propósito, me chamo Douglas.

- Anne.

- Muito bom saber.- disse ele e foi embora.

Eu deixei o Rafael e o Mauricio no quarto e puxei a Aline pelo braço até o banheiro vomitado.

- ai Anne, que foi? Não faz isso!- pediu ela retardada quando eu comecei a jogar água na cara dela.

- PARA UMA CARAIO, VOCE TA LOUCA, RETARDADA É? DE ONDE TIROU A IDÉIA DE FAZER ISSO?!? SE EU FOSSE SUA MAE EU TE DAVA UMA SURRA!

- MAS VOCE NÃO É MINHA MAE!!-gritou ele de repente ficando valente.- EU NÃO TENHO MÃE, OK?! NÃO VENHA COM ESSA HISTÓRIA, EU TO CANSADA DESSA COISA DE MÃE, ELA SÓ PRESTA PARA ME PERTUBAR! ODEIO ELA! VOCE NÃO É MINHA MÃE!!!

E saiu do banheiro batendo os pés.

- graças a deus não sou sua mãe.- falei observando ela sair do banheiro.

Quando voltei a sala procurei o jhony mas ele não estava em parte alguma, então procurei a Rafaela e a encontrei ao lado da Eduarda, com cara de cu. (E a Eduarda também estava com cara de cu, acho que a Rafaela estava atrapalhando ela, o carinha bonito ainda estava lá).

Na maior cara-de-pau fui até ela e perguntei:

- cadê o jhony?

- Não sei,- respondeu ela seca.- deve ter ido embora.

(melhor do que ficar com você)

Mas depois de tanta confusão e sem o jhony a festa já não parecia tão boa, na verdade parecia uma droga e eu dei graças a deus quando o sol nasceu e todo mundo foi embora num pulo só. (esse povo até parece vampiro, só vive fugindo do sol).

- ah que pena,- lamentou Eduarda ao ver o ultimo carro parti.- estava tão bom.

- É pra quem não queria vir né.-disse Rafaela abraçando a amiga.

- E pra quem aproveitou né?- disse eu frustrada.- mas acho que agora é melhor arrumarmos logo essa casa para irmos embora,

- Mas arrumar agora?-questionaram todos ate mesmo a Rafaela.

- Sim, temos que aproveitar que ainda estamos quentes,- respondi.- se deixarmos pra depois nunca vamos terminar. E eu quero ir embora logo.- falei olhando para a Rafaela que pareceu entender o recado.

- Você tem razão,-concordou Regina.- vamos!

Entramos e depois de descansar um pouco, rs fazer o que né, somos filhos de deus também, arrumamos toda a casa.

Limpamos o chão que estava realmente imundo, jogamos uma boa quantia de lixo, tiramos a decoração e colocamos os moveis no lugar, vale a pena ressaltar também que a Eduarda teve que lavar o banheiro porque ela mesma vomitou nele por causa da bebida.

E por falar em bebida tava todo mundo bem alegre, mas ninguém se comparava a Aline que além de bêbada ainda estava saindo do efeito da maconha, ou seja, ela estava muito mais do que louca. Mas a obrigamos a trabalhar do mesmo jeito, o único que não fez nada foi o Mauricio, porque estava extremamente drogado e machucado, mas até o Rafael que estava com as costelas doloridas, os olhos roxos e inchados e a boca toda ferrado ajudou o quanto pode.

Sendo assim, só lá pras nove da manha nós cinco: eu, o Mauricio (quase carregado no colo), Aline (cambaleando pra porra), Rafael (se fazendo de forte), David e o William animadões voltamos para minha casa, tínhamos que estar sem os trajes e fingindo que não saímos de lá quando minha mãe chega-se do almoço da casa da minha avó. Mas isso não ia representar nada, diante da situação geral.

- bem meninas, foi uma ótima noite!- exclamei na despedida.-espero que vocês tenham gostado e que um dia possamos repetir a dose.

- Mas é claro! -exclamou Eduarda feliz.- eu mal posso esperar para ver o Roger de novo.

- Uhh, alguém gamou heim!- comentou Lara rindo.

- É mas nada se compara ao David, heim David?- falou a Regina.- logo o mais gostoso da festa!

- Ah cale a boca!- mandou ele e pareceu envergonhado e nada a fim de falar sobre o assunto.

- Mas bem, tchau pra todo mundo!

- Xau!

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 14/04/2008
Reeditado em 06/04/2009
Código do texto: T945171