Mundo Sombrio - Episódio 12 - Limpando a sujeira
Billy corria desesperadamente pela estrada de terra. Ele saira da cidade, trilhando um caminho mais rural para tentar se esconder, mas até agora, não havia encontrado um único lugar para este fim. Sem resultado, estava retornando novamente para a cidade.
Ao lado da estrada havia algumas plantações e apenas mato. Ele podia ver a cidade logo à frente. Os prédios e as feirinhas já podiam ser vistas de longe. E atrás dele, Doger continuava a persegui-lo.
Billy: A morte está a poucos metros de mim. É provável que aquele cara me mate.
_ BILLY! EU VOU TE MATAR! _ gritou Doger, atrás dele.
_ Isso elimina meu provável.
Episódio 12
Limpando a sujeira
Billy olhou para o matagal à esquerda, e viu algo que despertou sua atenção. Era um terreno abandonado cercado por um enorme muro, sua dimensão era grande. E grande também era altura do capim dentro dele. Billy já havia entrado naquele terreno antes, e sabia que podia usar a enorme vegetação para se esconder.
Ao olhar para trás calculou a distância entre ele e Doger. Concluiu que teria por volta de seis segundos para se esconder no matagal do terreno antes de Doger o alcançá-lo. E após se esconder por um tempo, ficaria alerta para quando Doger estiver longe o bastante, para que então, sorrateiramente ele saia do terreno, e deixe Doger o procurando, quando na verdade, Billy estará bem longe.
Billy: Que idéia brilhante! Nem parece que fui que criei. Eu devo ter copiado de alguém.
Billy deu um pique maior, e disparou em direção ao terreno. Para sua sorte, o mato tinha quase 1,5 m. Assim que entrou, havia uma trilha de terra e ao lado dela o gigante matagal. Ele correu 5 metros na trilha, depois entrou no matagal, e correu uns 10 metros para a esquerda. Assim que terminou de se mover, Doger entrou no terreno.
_ Você quer brincar de pique-esconde? _ perguntou, enquanto adentrava no terreno. Billy presumiu que Doger ainda estava andando na trilha de terra. Ele teria que esperar mais um pouco para se movimentar. E com um terreno daquele tamanho, seria muito difícil ser encontrado.
Billy: Ele nunca vai me encontrar aqui.
Distraído, mal percebeu que alguma coisa se aproximava dele. Só se deu conta, quando ouviu um som de chocalho logo ao lado. Billy tremeu. Calmamente, ou pelo menos tentando, olhou para sua esquerda. Havia uma cascavel enrolada de 2 metros de comprimento, prontinha para dar o bote. Billy ficou gelado e paralisado por alguns décimos de segundos. E depois...
_AHHHHH! _ Billy gritou no mesmo instante que saiu correndo. Por sorte, a cobra foi bem lenta e não o pegou. Após ouvir o grito, Doger notou um movimento no enorme capim. Billy havia saído do matagal, e entrado na trilha de terra. Doger estava um pouco mais ao fundo. Billy olhou para trás, e correu ao mesmo instante em que viu o irmão de kate se aproximando. Os dois saíram do terreno e novamente estavam na estrada. Billy continuou correndo em direção a cidade.
_ Entrar aqui foi furada. Tinha que ser idéia minha. _ disse enquanto corria.
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Nicolai tateava as paredes do corredor, usando-as como um guia até seu quarto, que por sinal não estava muito longe. Seus olhos ainda não haviam se recuperado do ataque de Pietro. A cena dele rindo quando Nicolai gritava de desespero por estar cego ainda permanecia fixa em sua mente.
Nicolai: Maldito! Prefiro que ele e o Melvin morram de uma vez só.
Enquanto insultava Pietro mentalmente, não percebeu que alguém vinha na direção oposta. Esta pessoa observou o estranho jeito de Nicolai andar, com os olhos fechados e com a mão tateando a parede, como se estivesse cego.
_ Sr.Nicolai, você está bem? _ perguntou o homem. Foi só nessa hora que Nicolai percebeu que alguém estava próximo a ele. E ao mesmo tempo, reconheceu quem era pela sua voz. O homem que pagou, por espionar a conversa entre Melvin e Sarah naquela manhã.
_ Não. Mas irei ficar. _ respondeu Nicolai.
_ O sr. quer que...
_ Não faça nada! _ interrompeu Nicolai _ Apenas finja que não me viu. _ disse enquanto continuava a andar. O homem gordo virou-se e ouviu uma frase abafada pronunciada por Nicolai. _ Droga! Aquele maldito Pietro!
_ Pietro? _ perguntou o homem para ele mesmo, enquanto observava Nicolai virar no corredor à direita.
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Alguns minutos após ter encontrado Nicolai, o homem gordo encontrou com seu outro colega de trabalho. Os dois faziam a vigia no castelo. Seu parceiro era um magricelo de cabelo ruivo.
_ Você conhece alguém chamado Pietro aqui no castelo? _ perguntou ele.
_ Não. Porque?
_ É que vi o Nicolai agora a pouco. Ele não parecia estar bem. Estava usando as mãos na parede para se guiar, além de estar com os olhos fechados. Cheguei a pensar que ele estava cego?
_ E onde está o Pietro?
_ Eu ouvi esse nome depois que ele se afastou. Ele disse “Aquele Maldito Pietro”. Eu não conheço nenhum Pietro aqui no castelo.
_ Deve ser um forasteiro.
_ Tem razão!
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Pietro já havia partido para sua missão. Francis estava sozinho em seu sombrio salão. Mas não havia motivo para sossego. Após resolver o problema de Nicolai, teria que resolver outro problema criado pelo próprio Nicolai. Apesar disso, mantinha o sorriso estampado no rosto.
_ Nicolai é realmente pouco cauteloso quando se trata de informações sigilosas. A ira é um catalisador para o não-raciocínio. As pessoas simplesmente se guiam pelas emoções e esquecem de serem racionais. Se o inimigo for mais forte na inteligência, essa pessoa ficará em desvantagem. A ira não leva simplesmente a lugar nenhum. É preciso ter frieza para controlar a fúria de seus sentimentos, ou eles podem controlar você... Todo homem gosta de algo que o faz ser ele mesmo.
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O homem gordo caminhava no corredor ao lado de seu amigo. De repente o gordo parou. Sentiu-se como se estivesse indo para outro mundo. Algumas imagens passavam pela sua mente. Um barril de vinho. Lembrou-se do vinho do castelo que tomou ontem. Ele havia pego uma garrafa no depósito durante a noite passada, e depois dividiu com os amigos.
Uma forte vontade de tomar novamente aquele vinho o dominou. Seu parceiro havia notado algo de estranho, e perguntou:
_ Ei, cara! O que foi? _ O homem gordo o olhou ainda em devaneios e respondeu:
_ Nada. Você pode me esperar aqui? Eu vou ali no depósito.
_ Depósito? Você vai roubar outra garrafa? E se alguém te ver?
_ Fica tranqüilo! Ninguém vai me ver. _ disse já caminhando.
O depósito ficava no corredor à esquerda de onde eles vieram. Em pouco tempo, o homem já estava em frente à porta do depósito. Ele olhou para os lados conferindo se o lugar estava realmente limpo. Vendo que estava sozinho, ele abriu a porta e entrou.
O lugar era pequeno em forma de quadrado. Havia uma mesa no centro, e espalhado pela sala, alguns barris contendo: vinhos, cervejas e outras bebidas. Ao lado da mesa, havia algumas garrafas de vinho cobertas por um pano. O homem foi até lá, e levantou o pano, fazendo aparecer o que ele queria.
Quando estava para colocar a mão na garrafa, o local começou a escurecer.
_ O que está havendo? _ perguntou olhando ao redor da sala, sem entender como escureceu tão de repente. Foi então que sentiu algo em seu estômago, seguido de um som de carne sendo perfurada. O sangue começou a escorrer da cintura para baixo, resvalando em sua roupa até cair sobre o chão. Logo em seguida, o som de alguma coisa sendo retirada da carne. O homem caiu e sons de perfuração ecoaram na escura sala.
O parceiro que havia ficado o esperando viu uma imagem estranha na mente. A imagem de um homem decapitado estirado no chão. Esse homem era seu parceiro. Com essa estranha imagem lhe perturbando, veio-lhe uma sensação de angústia. Começou a ter impressão de que seu parceiro estava demorando. Cansado de esperar, ele foi até o depósito.
Quando chegou, abriu a porta vagarosamente chamando pelo nome de seu amigo. Ele o encontrou...morto. A imagem trouxe uma sensação de nojo, e medo.
_ Meus Deus! O que houve? _ Cautelosamente, ele se aproximou do cadáver. Olhava para a enorme poça de sangue ao redor do corpo. Sua cabeça estava no canto da parede. Seu estômago tinha um enorme buraco. Além disso, algumas outras partes do corpo estavam soltas. _ Meu deus! Meu Deus!
Sem se dar conta, já estava dentro do cômodo. A porta fechou-se sozinha. Quando se virou, já era tarde demais.
_ O que está acontecendo? _ O homem tentava abrir a porta sem sucesso. O medo começando a brotar dentro dele. A escuridão começou a se firmar. _ O que é isso? O que está havendo? _ Após estas palavras ele virou-se para a direita a ponto de ver o que logo em seguida lhe mataria. E neste mesmo instante ele soltou um grito. Logo após, respingos de sangue marcaram a parede.
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Baltazar pensou ter ouvido algum grito. Ele estava andando próximo ao depósito, após ter acordado depois de uma noite de ressaca.
_ Isso foi um grito? Acho que veio de algum lugar aqui perto. _ Baltazar andou um pouco mais para frente, até chegar à porta do depósito. Aquele era o único cômodo nesta parte do corredor, por isso, concluiu que o grito podia ter vindo do depósito. Então ele abriu a porta e se deparou com um lugar em normalidade. Não havia ninguém, e as bebidas estavam em seus devidos lugares. Os corpos e o sangue que anteriormente faziam parte do cenário desapareceram.
_ Será que ainda estou bêbado? _ perguntou-se se o grito não passou de imaginação. Baltazar fechou a porta e partiu.
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Francis relaxava em seu trono confortável, na escura sala em que só ele se encontrava.
_ Agora sim...A sujeira está limpa!
Continua...