Mundo Sombrio - Episódio 11 - O irmão de kate
_ Você já está melhor? _ perguntou Billy, olhando para Kate. Os dois estavam sentados à mesa.
_ Sim! Estou sim. Graças a você._ respondeu, agradecida. Billy havia cuidado muito bem dela durante a noite. E por isso, Kate sentia-se muito grata a ele.
_ Que bom!...Mas então...você ainda não lembra de como foi parar desmaiada no meio da rua?
_ Ainda não. Só consigo me lembrar de estar voltando para casa.
_ É preocupante. Você parece ter sido atacada por alguém. Há sinais de agressão no seu corpo. Quem foi o desgraçado que fez essa covardia com você?
_ Eu queria muito saber.
_ Esse tipo de crime o levaria para a prisão perpétua ou até mesmo à execução. Tem certeza que você não lembra? Pelo menos o rosto. _ insistiu Billy.
_ Não. Eu não faço a mínima idéia do que me aconteceu ontem. Nada..._ disse, desanimada._ Ai! _ Kate pôs sua mão esquerda sobre o braço direito. Havia uma marca avermelhada.
_ O que foi?
_ Nada. Só está doendo um pouco.
_ Espere... _ Billy levantou-se e foi a um armário próximo. Abriu-o e procurou por algo no interior. _ Eu tenho uma pomada em algum lugar por aqui. _ disse enquanto remexia alguns objetos no armário.
_ Ei, Billy! Não precisa. Eu posso agüentar a dor.
_ Espere só mais um pouco. _ Billy já estava com a cabeça dentro do armário. _ Ah, que droga! Onde será que eu botei essa pomada?
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Um homem jovem de porte físico atlético, vestido com uma camisa branca e calça azul parou em frente a um feirante.
_ Bom dia! O senhor viu essa mulher em algum lugar? Ela é minha irmã. _ o homem mostrou a foto para o feirante que logo a reconheceu.
_ Ah, sim. Eu a vi ontem à noite. Billy a estava carregando. Um homem de cabelo verde..._ o feirante foi interrompido antes mesmo de terminar a descrição da pessoa.
_ Obrigado pela informação. _ disse indo embora.
Aquele Billy. Ele que não se atreva a abusar de minha irmã. Pensou ele.
Episódio 11
O irmão de Kate
_ Achei! _ disse retirando-a do armário. Logo após, ele a abriu e foi até Kate. _ Me dê seu braço! _ Kate estendeu-o. Billy passou um pouco da pomada na mão e começou a massageá-la.
Billy: Que pele macia! Imagino como deve ser o resto.
_ Aqui nas costas também dói. _ disse ela.
_ Nas costas?
_ É. Passa a pomada aqui pra mim. _ disse pondo a mão na parte das costas onde doía. _ Eu vou tirar a roupa de cima pra você. _ Billy não acreditou no que ouviu. Seu olhar mais pervertido do que nunca. Ele deu um sorriso maior que seu rosto.
Billy: Ela vai mesmo tirar a roupa?...haha...
Kate começou a tirá-la vagarosamente. Billy, cada vez mais ansioso. Ele não tirava os olhos da camisa aos poucos se erguendo.
Billy: Isso! Vamos...tire!
_ Billy, você está bem? _ perguntou Kate, vendo a expressão desnorteada no rosto de Billy.
_ Ah, o que? _ perguntou ele, confuso.
_ Parece que você ficou congelado agora há pouco.
_ Ah, não... _ Billy mudou sua feição para alguém alegre, escondendo seu lado pervertido._ Estou bem! Eu só fiquei distraído.
_ Ah...tá...Me dê a pomada!
_ Claro! Toma!
Billy: Sonhando acordado de novo. Isso está virando doença.
Nessa hora, ouviu-se um toc-toc. Kate parou de passar a pomada e prestou atenção na porta.
_ Quem será? _ perguntou Billy, enquanto se dirigia para abri-la. _ Quem é? _ perguntou, já de frente para a porta.
_ Doger! _ gritou alguém do outro lado._ Quero saber se minha irmã está aí. Abra a porta!
Uma sensação de desespero misturado com encrenca tomou conta de Billy.
Billy: Ih! Ferrou!
_ É o meu irmão. _ disse Kate.
Billy voltou-se para ela e falou bem baixo, apenas para ela ouvir.
_ Se esconda! Se esconda! _ Kate correu para outro cômodo. Enquanto isso, Doger gritava cada vez mais alto.
_ Billy! Abra essa porta!
_ Espere um pouco! Eu já estou indo!
_ Se você não a abrir, irei arrombá-la. _ neste exato momento, Billy abriu a porta fazendo um bocejo, e mostrando uma cara de que mal saiu da cama.
_ Doger! O que você quer a uma hora dessas? Eu acabei de acordar. _ Doger o ignorou e saiu entrando na casa. _ Ei, espere! O que está fazendo?
_ Não se faça de sonso. Eu sei que minha irmã está aqui. _ disse já na cozinha, que era o primeiro cômodo da casa. Billy virou-se para Doger.
_ Quem? _ perguntou tentando aparentar não saber de nada.
_ Um feirante me contou que viu você a carregando ontem nos braços.
_ Deve ter sido alguém muito parecido. Eu já estava em casa ontem à noite.
_ Não tente me enganar! _ disse andando até Billy, com o intuito de o intimidar. _ Eu sei que ela está aqui, ou pelo menos esteve.
_ Doger, não tem ninguém aqui. _ ouvi-se então um som abafado vindo de outro cômodo.
_ Que barulho foi esse?
_ Barulho? Que barulho?
Doger dirigiu-se para o corredor à esquerda. Nele, havia uma porta para o banheiro no lado esquerdo, e mais à frente a sala. Eles se dirigiram para a sala, mas novamente ouviram o barulho, e Doger conclui que ele vinha do quarto de Billy.
A primeira coisa que observou quando entrou no quarto foi o armário. Outra vez o barulho, e agora com toda certeza, Doger sabia a origem do som.
_ No armário, não é? _ Doger andou até o armário.
Billy: Droga, Kate! Isso é clássico! Não podia ter pensado num lugar melhor?
_ Ei, espere! Doger! _ Billy correu até ele tentando o impedir de abri-lo.
_ Sai pra lá! _ gritou enquanto empurrava Billy alguns metros para trás. Doger ficou de frente para o armário e o abriu.
Billy: Ferrou!
Mas para a surpresa de ambos, não havia ninguém lá dentro. Apenas as roupas e os objetos de Billy. Enquanto Doger tentava entender como não havia ninguém dentro do armário, um gato saiu de seu interior e pulou em seu rosto. E logo em seguida foi para o chão, e correu para a saída do quarto.
_ Droga! _ gritou Doger, que havia se assustado com o gato.
_ De onde será que veio esse gato? _ perguntou Billy. Doger olhava novamente o armário.
_ Eu tinha certeza que tinha alguém aqui. _ Mal imaginavam, que Kate estava bem em cima de Billy. Deitada em uma prateleira acima da porta do quarto. Se um dos dois olhasse para cima, com certeza a iriam vê-la. Um movimento e um simples ruído, ela seria descoberta.
_ Ei, Doger! É melhor parar com isso. _ Billy tentava o convencer. _ Já disse que não vi a Kate ontem e nem hoje, e muito menos aqui em casa. É melhor você procurar em outro lugar. A Kate não... _ Nesse momento, Billy sentiu um peso sobre suas costas. E instantes depois, estava ao chão. Kate havia caído com prateleira e tudo em cima dele.
_ Desculpe! _ disse Kate, olhando para baixo.
_ Se fosse assim, era melhor ter se escondido no armário mesmo. _ disse Billy, um pouco tonto.
_ Kate! _ gritou Doger. _ O que você está fazendo aqui? Procurei a noite toda por você.
_ É que eu não estava muito bem ontem, e o Billy me ajudou. _ respondeu ela, olhando para o Billy que ainda permanecia debaixo dela.
_ Será que dá pra levantar? _ perguntou, quase morrendo por causa do peso.
_ Ah, desculpe! _ disse levantando-se rapidamente.
_ Como assim o ajudou? _ perguntou Doger.
_ Eu a trouxe para minha casa, já que ela não estava bem. _ respondeu Billy, terminando de se recompor.
_ Você o que?
_ Um obrigado está de bom tamanho.
_ Seu canalha! Você fez minha irmã passar mal, e aproveitou para trazer ela pra cá. Acha que não sei ver suas más intenções. Eu sei muito bem o que queria com ela.
_ O que está insinuando? Eu posso até ser esse vagabundo que você fala. Mais eu nunca a traria pra cá com más intenções.
_ Eu não acredito que ela dormiu aqui com você.
_ Mas não aconteceu nada. Nós dormimos separados. Eu fiquei no chão e ela na cama.
_ Mas isso não muda o fato dela ter dormido aqui.
_ Na verdade... essa é a terceira vez que ela dorme aqui. _ Doger arregalou os olhos após a fala de Billy.
_ O QUEEEE?
Billy viu a expressão de Doger mudar para alguém que queria comê-lo vivo.
_ Ei, rapazes. Fiquem calmos! _ disse Kate tentando amenizar a situação, mas já era tarde.
_ Eu vou...te quebrar! _ Após a frase de Doger, Billy instintivamente já sabia o que fazer.
Billy: Corre! Corre! Corre!
Billy disparou para a saída de casa com Doger logo atrás dele. Saiu na rua em alta velocidade, passando pelo caminho de quem estivesse na frente. Bem atrás dele, Doger gritava pelo seu nome.
_ BILLYYY!
_ Se eu faço algo com segundas intenções, eu me encrenco. Se eu faço uma boa ação, eu também me encrenco. Será que eu nunca vou me dar bem?
Continua...
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