Mundo Sombrio - Capítulo 6 - O ciúme de Nicolai

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Sinopse

Nicolai demonstra ciúmes de Sarah e tenta impedir de que Melvin a veja.

Personagens

Melvin, Sarah, Nicolai, Ralf, Steve, Dustin, Eddie, Samara,

Amanhecia em Seylor. Melvin observava a luz matinal entrar pela janela do quarto. Porém, seus olhos estavam bem longe da realidade, sua mente imergia em pensamentos. Aquele momento ainda permanecia vivo na memória.

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_ O que houve com o cristal de aprisionamento? _ perguntou Melvin. Prevaleceu um silêncio no lugar, e finalmente Gina falou:

_ Ele foi roubado!

_ Isso é impossível. Não há como roubarem aquele cristal. Os magos selaram aquele lugar, e só eles sabem como desfazer o selo.

_ Assim como você, ele também afirmou que não havia a possibilidade do cristal ser roubado, já que apenas os magos sabem onde ele está, e como pegá-lo. Por esse motivo acabou criando-se uma suspeita.

_ Suspeita... Entendo... Há uma chance de que um mago esteja por trás desse roubo.

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Melvin: Eu poderia mandar um pássaro mensageiro para a Cidade dos Magos, avisando sobre o ocorrido. Mas com essa suspeita de que um mago esteja envolvido, não seria prudente fazer isso. Preciso ir pessoalmente a cidade e dar esta informação para alguém de minha confiança. Isso, se eu conseguir entrar nela e for bem-vindo. Mas antes, preciso me encontrar com Gina... Cinco dias... O sol já está nascendo. É hora de partir. Preciso apenas me despedir de alguém.

Episódio 6

O ciúme de Nicolai

Em uma floresta, um garoto pegou uma flecha e a pôs no arco. Mirou e atirou. A flecha seguiu até o centro de um alvo circular de madeira pregado numa árvore à frente. Ele deu um breve sorriso, ao ver que a flecha atingiu onde ele queria. Quando ele pegou outra flecha na bolsa presa às costas, ouviu uma voz infantil ao lado.

_ Olhe só quem está aqui. É o “menino sem mira”, Steve _ o menino riu da cara dele.

_ Ei, garoto. Já não me chamam mais assim já faz um tempo. _ disse Steve

_ Ah, você não consegue acertar uma flecha num alvo a um palmo de seu nariz.

_ Você quer ver? _ perguntou Steve apontando para o alvo à frente. Daqui até o alvo tem uns 50 metros. Duvida que irei eu acertar bem no meio?

_ Eu aposto todo o meu dinheiro.

_ Preste atenção garoto! Vou lhe mostrar. _ disse apontando a flecha. Steve mirou e atirou. Logo após de atirar ele fixou seu olhar para o alvo, e de repente sua visão mudou completamente. No lugar da floresta era a escuridão, e no lugar do alvo de madeira era um homem. Steve via a flecha que tinha acabado de atirar seguir em direção ao homem. A flecha seguia até o peito daquele homem. Os olhos de Steve acompanharam o percurso da flecha até ela atingir o coração do homem. Neste instante, tudo ficou às escuras seguido de um som de carne sendo perfurada.

Steve abriu os olhos e no mesmo instante ergueu-se da cama. Quando se deu conta, estava em seu quarto. Estava claro. Já era manhã.

Steve: Foi só um pesadelo?...Apenas...mais um pesadelo.

......................

Dustin olhava para o espelho enquanto terminava de se arrumar. Via um jovem de estatura normal de cabelos escuros e curtos. Tinha 18 anos, a idade mínima para fazer parte da força militar de Seylor. Mesmo assim, são poucos os que conseguem entrar com tão pouca idade. E Dustin era um deles. Era seu primeiro dia como um arqueiro de Seylor. Sentia-se preparado e confiante. Enquanto olhava-se no espelho, o reflexo de uma criança apareceu ao lado.

_ Irmão, você já vai sair? _ perguntou ela.

_ Sim, Eddie. Hoje é meu primeiro dia como um arqueiro. _ O irmão de Dustin tinha apenas sete anos. _ Vou ser vigia da Torre dos prisioneiros.

_ Minha irmã disse que você não deve ir á esse lugar, porque pode ficar emotivo e fazer uma besteira.

_ Eu não vou fazer nada. Samara se preocupa demais. _ Assim que terminou a frase. Dustin e Eddie ouviram outra voz no quarto.

_ Dustin! Por favor, não vá! _ disse Samara, que tinha entrado no quarto há pouco tempo. _ Peça um outro tipo de trabalho para o Sr. Ralf, mas não vá para aquele lugar. Se você vê-lo, você pode...

_ Isso não tem nada haver com ele. Irei apenas cumprir meu trabalho e trazer dinheiro para essa casa. Eu sou o único que pode fazer isso. Preciso garantir nossa sobrevivência. _ disse Dustin num tom mais firme.

_ Prometa que vai ser apenas isso?

Dustin olhou dentro dos olhos de sua irmã e depois para seu irmão mais novo.

_ Eu prometo...a vocês dois.

....................

Sarah chegou à mesa do café da manhã. A mesa de dez metros de comprimento estava cheia de alimentos. A sala onde ela se encontrava era bem grande também. Apesar de todo o tamanho da mesa, apenas duas pessoas estavam sentadas a ela: Ralf e Nicolai. Apenas a família real do rei e convidados podiam sentar naquela mesa. Mas como a família real se resumi a pai e filha, a mesa acaba ficando vazia. Por isso, os três líderes militares do reino sentam à mesa junto com a família durante as refeições.

_ Bom dia! _ disse Sarah, sentando.

_ Bom dia! _ respondeu os dois.

_ Onde está Baltazar?

_ Hum_ respondia Ralf_ ele deve ter bebido muito ontem à noite e ainda estar sofrendo as conseqüências. Ele não vai acordar tão cedo.

_ Ele é bem irresponsável _ disse Nicolai _ Nem parece um líder de um exército.

_ Você sabe como é o Baltazar. É o jeito dele...infelizmente.

Sarah sentiu falta de mais alguém à mesa.

_ E onde está Francis?

_Ele acordou cedo, e já passou por aqui. _ respondeu Nicolai. Ralf completou:

_ Não notaram que o ar nessa sala parece melhor. Sem ele o começo da manhã se torna muito mais agradável.

_ Também concordo _ disse Sarah _ mas não é sensato expressarmos isso abertamente.

_ Tem razão _ disse Nicolai _ Não podemos ficar falando essas coisas, se não teremos problemas depois.

_ Qual é o problema? _ perguntou Ralf bebendo seu último gole de café_ Estamos sozinhos aqui.

_ Você nunca ouviu falar que as paredes têm ouvidos, Ralf?

_ Só estou expressando minha opinião. Estão cansados de saber que não simpatizo com aquele homem.

_ E você acha que alguém aqui simpatiza? _ perguntou Sarah, de forma irônica.

_ Então estamos entre amigos. Não temos porque nos privar dessa opinião em comum. _ Ralf levantou-se e caminhou para a saída. Com isso, apenas Nicolai e Sarah estavam na sala.

Nicolai: Agora que estamos sozinhos, eu posso saber o que aconteceu entre eles dois ontem.

_ Sarah, o Melvin te fez bem alegre ontem, não foi? O que ele contou a você?

Sarah o encarou por um instante, e depois abriu um sorriso.

_ Ele...me fez abrir os olhos. _ disse ela permanecendo com um sorriso no rosto. Como se apenas lembrando do que houve, fosse suficiente para ficar alegre. Nicolai percebeu isso.

_ Ele apenas lhe deu conselhos?

_ Bons conselhos, por sinal. Me sinto bem mais alegre agora.

_ É os que os amigos fazem, não é? Dão conselhos.

Após a fala de Nicolai, Sarah pareceu viajar em pensamentos. Seu rosto permanecia intacto com uma expressão alegre. Ela recordava a noite passada.

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_ Tem razão. Não há com o que me preocupar. Eu tenho amigos em que posso confiar. Amigos como você. E por sinal,...você é o meu melhor amigo.Melvin ficou com as bochechas um pouco avermelhadas após a fala de Sarah. Ele pôs a mão na parte de trás da cabeça e deu um sorriso meio que envergonhado._ Não seja exagerada. Eu sou apenas um amigo conselheiro. Eu só quero ver minha amiga feliz como sempre foi.Sarah também deu um sorriso. No fundo ela sentia um pouco de amor por aquela pessoa. Olhando o rosto de Melvin, ele também parecia esconder esse sentimento._ Fico feliz de ser sua amiga.

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Nicolai sempre percebia quando ela fazia aquela expressão.

Nicolai: Ela está pensando nele...

_ Sarah! _ disse Nicolai em um tom alto o bastante para tirar Sarah de suas lembranças. Quando ela o olhou, ele fez uma cara alegre. _ Desculpe, é que você parecia meio distraída.

_ Só estava pensando... _ Sarah levantou-se.

_ Aonde vai?

_ Eu vou pro meu quarto.

_ Mas você não terminou o café.

_ Não estou com muita fome. _ disse ela saindo pela porta. Após entrar no corredor e fechar a porta ela parou por um instante. Olhou para a porta da qual veio.

Sarah: Nicolai... Você não faria essas perguntas, se não estivesse preocupado com o meu relacionamento com o Melvin. Você realmente ainda acredita em nós dois?

....................

O lado direito do castelo de Seylor tem seu corredor do primeiro andar do lado de fora. Há apenas um muro de meio metro separando o jardim do lado de fora e o corredor. Podia-se ver a beleza do jardim para quem andava por este corredor. As belas flores rosadas das árvores preenchiam o belo jardim.

Nicolai andava neste corredor, mas nem sequer olhou para o jardim. Sua mente estava pensativa.

Nicolai: Cada vez mais, eu me afasto da Sarah. Provavelmente, ela sabe que ainda gosto dela. E talvez ela prefira ficar mais com aquele mago do que comigo. Isso se ela já não estiver apaixonada. Tenho que evitar qualquer tipo de contato entre eles. Isso não pode continuar assim.

_ Hã..._ seu pensamento foi interrompido ao ver alguém perturbador vindo da direção oposta. _ Melvin..._ sussurrou ele.

Nicolai: O que ele veio fazer aqui tão cedo? Será que veio ver a Sarah?

_ Olá, Nicolai! _ cumprimentou Melvin ao se aproximar. _ A Sarah já acordou?

Nicolai: A pergunta perfeita para uma mentira. Ele é bem idiota.

_ Não. Ainda continua dormindo. Ela chegou tarde ontem à noite e por isso está bem cansada. Não deve acordar tão cedo.

Melvin: De novo essa expressão... Ele está forçando o rosto para parecer que está sendo sincero.

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_A propósito, vim aqui falar com ela. Você sabe onde ela está? _ perguntou Melvin.

_ Não. Eu não a vi. Mas acho que ela está no castelo. _ respondeu Nicolai.

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Melvin: Ontem, quando fui procurar pela Sarah, ele mentiu. Será que ele está mentindo novamente? Mas por que?

_ Nicolai..._ disse Melvin, suavemente_ Será que posso dar uma olhada no quarto dela?

_ Hã...Por que? Ela está dormindo agora.

_ Apenas quero ter certeza. _ Melvin fez uma expressão séria.

Nicolai: Por que ele está me olhando desse jeito? Será que sabe que estou mentindo? Mesmo assim irei continuar.

_ Melvin, eu não estou entendendo. _ disse dando uma risada sem graça _ Eu já disse. Ela está dormindo. A porta está trancada. Ninguém pode entrar lá.

_ Talvez eu possa forçar uma entrada.

Nicolai: Ele quer mesmo vê-la.

_ Se fizer isso, terei que prendê-lo por invasão a propriedade real. Não vou repetir mais uma vez. Sarah está neste exato momento em seu quarto... _ Nessa hora, uma outra voz apareceu. Vinha de trás de Nicolai.

_ Melvin! _ disse Sarah vindo de um corredor à direita. _ Que bom que veio cedo! _ Sarah andou até ele. Ela estava longe o bastante para não perceber que os dois discutiam sobre ela. Nicolai estava com a cara travada. Melvin deu um pequeno sorriso, e depois olhou para Sarah.

_ Olá, Sarah! Acordou agora? _ perguntou Melvin.

_ Faz mais de uma hora.

_ Verdade? Parece que uma hora passa bem rápido aqui, não é Nicolai? _ Melvin virou-se novamente para Nicolai, que tirou sua cara de gelo, para uma séria. Um pingo de suor vindo da testa, resvalou sobre seu rosto.

_ Eu tenho mais o que fazer. _ disse se virando e afastando.

Nicolai: Droga! Minha ação agora foi patética.

Melvin o observava ir embora.

Melvin: Por que ele está agindo assim?Por que estava mentindo?

Continua...