"Meninas de Sallen" cap.6
“A TURMA DE SALLEN”
Mary e Sheila caminhavam pelas ruas de salem, Mary atraindo olhares e comentários pelo fato de ser a nova moradora esquisita da casa 13 e Sheila atraia olhares e comentários por estar com a nova estranha.
-então me conte mais sobre esse moquifo?- pediu Mary enquanto passavam enfrente ao cinema.
-Bem como eu já havia dito aqui é bem parado,- disse sheila.- a galera daqui ainda ta na saia da mãe, são palermas, nunca ficam na rua até tarde, nunca dão festas e nem fazem nada, só o que os pais dizem é claro, são muito submissos mas não só aos pais, mas também ao padre, aos professores, as velhas da igreja... aqui se vem um adulto e diz: “ei garoto não faça isso porque é errado, porque é isso, isso e isso.” então ele não fará. São muito manes não me dou muito bem com eles, gosto de pessoas agitadas, que gostem de bagunçar e não estejam nem ai para as regras ou horários ou para o que as pessoas dizem. Quero alguém bem louco!!
-Essa sou eu sheila querida e eu te prometo, juntas vamos virar essa cidade de cabeça pra baixo.- disse Mary dando um pulo e abraçando sheila pela cintura, como fazia com lisa.
-É isso ai uhu!!!- exclamou sheila passando a mão pela cintura de Mary também e continuando a caminhada.- bem esse é o cinema e como eu disse não a nada de interessante nele há anos, na verdade acho que nunca fez sucesso.- continuou sheila apontando o cinema velho. – e aquele velho careca e magricelo que esta olhando para a gente enfrente a padaria é o sr. Éderson, ele e a esposa a sra. Éderson são os donos da padaria, e adoram uma fofoca.
-Desconfio que todos aqui adoram uma fofoca.- disse Mary encarando o velho que as olhava.
-Esta casa salmão aqui a minha esquerda é a residência da senhora powerson, - disse sheila como se fosse uma guia de turismo.- castidade powerson, a velha mais influente de salem e a mais fofoqueira também, tudo que você quiser saber venha perguntar a sra. Powerson, ela não é nenhuma sabia, mas nem os sábios sabem o quanto ela sabe da vida dos outros. É nossa maior e mais venenosa fofoqueira, se alguma coisa cai na boca de castidade esta na boca do mundo e ela é capaz de criar intrigas como ninguém, fique esperta com ela, mas não de atenção a ela, como eu disse é uma fofoqueira.
-Ok. E aquela menina ali que esta saindo do mercado?- perguntou Mary se referindo a uma garota loira de corpo bem formado, a única até agora que Mary viu com uma saia acima do joelho e com uma blusa vermelha pouco mais apertada do que as outras. Tinha um ar esnobe e Mary pensou na hora que era uma garota muito chata que adorava tirar os outros.- quem é ela?
-Ah...aquilo é Regina, -respondeu sheila com nojo, como se estivesse falando de um rato morto. – Regina buldstrep. É a líder da torcida da escola, lembra que eu te falei? Então, é a garota mais metida e esnobe de salem, não sei como aguentao ela? Quer dizer, é muito simples saber como as outras garotas, igualmente esnobes e chatas, agüentam ela: Regina é a lider do grupo mais popular, quer dizer, do único grupo popular; os garotos apesar de serem palermas pagam mó pau pra elas, as meninas invejam suas roupas e seus corpos, gostariam de ser como elas, são as deusas do mundo jovem da cidade sabe; e é a Regina quem manda em tudo, se não tiver Regina não tem torcida, ai todas aquelas garotas seriam mais umas panacas, quer dizer, já são, mas sem a Regina seriam piores, por isso agüentam ela, para não cair das alturas.
-Entendo, pobres miseráveis!- exclamou Mary.
-Sim, mas sinto pena mesmo do George,- disse sheila parando enfrente a uma lanchonete.
-Quem é George?- quis saber Mary.
-É o namorado dela,- respondeu sheila.- acho que você o viu hoje quando foi ao mercado, ele trabalha lá.
-Bem, vi um cara novo varrendo a calçada.- disse Mary lembrando-se do rapaz.
-Então era ele mesmo, - continuou sheila displicente.- ele é o carinha mais bonitinho daqui, o único que tem bom gosto sabe, também curte um rock, não é um panguão, apesar de trabalhar num mercado, mas é o melhorsinho de qualquer jeito; só que acontece que a Regina o trata muito mal, o humilha quando brigam, com certeza o trai a beça, é esnobe até com ele, o tira muito e se quer saber minha opinião só esta com ele para formar o casal perfeição: ela a mais bonita e popular e ele o mais bonito e maneiro rapaz.
-Mas ele gosta dela?- perguntou Mary.
-Sim, morre de amores por ela,- respondeu sheila abrindo a porta da sorveteria.- fazer o que né? A vida não é justa. Venha, entre.
Dentro da sorveteria estava um pequeno zum zum zum de conversa, e estava cheia de jovens que se esbaldavam em grandes taças de sorvete.
Quando Mary e sheila entraram a conversa parou, e todos olharam para as garotas boquiabertos, como todos os outros antes deles; olharam Mary de cima a baixo, os meninos com uma expressão de choque e felicidade, e as meninas impressionadas e admiradas.
-ei Fred manda ai um de baunilha com castanhas e calda de chocolate no capricho.- pediu sheila sentando-se no banco do balcão e fazendo o pedido a um cara gordo e careca, porem com cara de simpático.- vai querer do que Mary?
-morango com calda de chocolate e granulado,- respondeu Mary sentando-se ao lado dela e tentando ignorar os cochichos que começavam.- e se tiver pedaço de morango melhor ainda.
-Haha mocinha nota-se que você é a garota nova.- disse o sorveteiro entregando o sorvete de sheila.- não existe sorvetes com pedaços de morango em salem mocinha, ou é o morango inteiro e sozinho ou não é nada.
-Rsrs, a vida é druris mas da muitas vodcas tio,- disse Mary rindo.- um dia você terá o morango e o sorvete juntos.
-Hehe, espero. – disse Fred .- então qual o seu nome nova amiga?
-Mary querido novo amigo, - respondeu Mary dando uma lambida no sorvete.- Mary sanderson.
Os murmúrios aumentaram e se excitaram.
-ora, ora, ora mais uma sanderson.- disse Fred.- sua família tem grande fama aqui na cidade.
-Sim eu sei e desconfio que não é boa,- disse Mary continuando a lamber seu sorvete.- pelo jeito que falaram comigo e pelo que eu já ouvi.
-Ora, não de atenção as fofocas,- disse Fred colocando a mão no ombro de Mary.- aqui em salem fofocam muito se der atenção a tudo nunca vai viver em paz. E eu não acho que haja algo de errado com a sua família, não de atenção a essas coisas ok?
-Ok.
Mary tomou seu sorvete enquanto sheila fazia um relatório sobre cada pessoa ali.
-aquela é patrícia estolls.- disse se referindo a uma garota sem expressões, gordinha com cabelos vermelhos sem vida, olhos murchos e bochechas grandes.- ela é parada, quase não fala, adora comer e Regina costuma a encher muito por ela ser gordinha; é inteligente e muito tímida e nunca beijou.
-Aquela outra magricela de cabelos castanhos encaracolados, óculos fundo de garrafa e olhar de imbecil é Kátia Wilson, filha da sra. Wilson, uma velha da igreja. Kátia fala bastante e é bem burra, e também nunca beijou.
-Quem aqui já beijou? – perguntou Mary.
-Quase ninguém. E aquela é Márcia Russel,- continuou sheila falando agora de uma garota de cabelos acaju, olhos cor de mel, e rosto fino, parecia ser menos imbecil que as outras.- ela é menos imbecil que as outras, na verdade já é bem madura, é inteligente, tem atitude, mas a usa para promover reuniões no grupo de debate e na igreja. Mas até que é legal.
-Ok. Vamos ver: patrícia é a gordinha deprimida que ninguém da atenção, Kátia é a bobalhona sem miolos e Márcia a inteligente tipo mamãe.
-Exato, muito bem.
-E os garotos? – perguntou Mary passando os olhos pelos garotos.
-Bem, aquele ali com cabelos louros penteados grotescamente de lado, óculos e com camisa listrada é pool Lee é um nerd: inteligente e imbecil, sabe falar sobre contas e musica clássica mas nenhum assunto maneiro.
-Sei.
-E aquele outro ali com a jaqueta azul e cabelos castanhos é Rafael Smith,- disse sheila sobre um garoto com cabelos castanhos lisos estilo de índio, olhos brilhantes e um pouco bochechudo.- ele até que é legal, sabe falar bem, mas é muito medroso, teme mais que tudo os garotos do futebol; uma vez ele pediu para ficar com uma garota da torcida, Melany, foi horrível, ela riu dele e começou a zoa-lo na frente da escola inteira, dizendo que ele era um pirralho idiota, que não tinha saído das fraldas, não tinha capacidade para ficar com ela, que era um frouxo e outras coisas; toda a torcida e o time o zoaram por mais de um mês. Foi horrível!
-Imagino, que cadela que essa menina é,- disse Mary revoltada.- por que ela simplesmente disse que não queria?
-Porque é isso que elas gostam de fazer, -respondeu sheila.- humilhar os outros para que todos as temam, para ficarem no poder.
-Mas isso vai acabar.- disse Mary com um tom de crueldade.- quando eu chegar nessa escola toda essa realeza de quinta vai ser destronada, vamos abalar geral.
-É isso ai, abaixo as poderosas!!- exclamou sheila atraindo olhares. De repente sheila se virou pro pessoal que estava na sorveteria e disse.- ei pessoal quero que vocês dêem boas vindas a Mary sanderson, ela e a mãe são novas aqui em salem, vieram de Boston e Mary vai estudar com nós a partir de amanha.
-Oi.- disseram alguns, baixinho e tímidos. Os outros voltaram a olhar para Mary boquiabertos como se ela fosse um ete que veio de marte.
-E ai galera, como vão- cumprimentou Mary.- eu prometo que vamos abalar geral heim.
-Hehe é isso ai, vambora Mary.- disse sheila pegando Mary pela mão e a levando para fora da sorveteria.
O sol começava a se por do lado de fora, o movimento nas ruas já estava menor, de repente um som alto e agudo rasgou o silencio que já se instalava na cidade.
-o que é isso? – perguntou Mary.
-O sino da igreja,-respondeu sheila sem dar atenção ao barulho.- já são seis horas, hora da missa. Vamos, as velhas estão vindo para a igreja, se nos verem vão começar a falar e fofocar; detesto isso, é melhor irmos.
-Claro, aonde vamos agora?- perguntou Mary caminhando pela calçada com sheila.
-Não sei, realmente depois do cinema e da lanchonete não á mais nenhum lugar de interessante aqui em salem.- respondeu sheila.
-O que há aqui na cidade?- perguntou Mary.- quero dizer, alem das casas, da escola, igreja, cinema, lanchonete e tal. O que a mais aqui?
-Bem aos redores da cidade a uma pequena mata,- respondeu sheila pensando.- é facinho de se chegar lá, mas é claro que ninguém nunca vai, e ainda por cima tem gente que diz que a mata é mal assombrada, que antigamente foi esconderijo e moradia das bruxas, e é claro que muitos ainda acreditam.
-Fala sério,- disse Mary achando uma idiotice do povo.- e o que mais.
-Nada, quer dizer, a não ser que você conte com o velho cemitério de salem.- respondeu sheila sem considerar o velho cemitério importante.- é realmente antigo, milhares de pessoas já foram enterradas lá, quer dizer, sempre foi o único cemitério de salem, então todo mundo foi enterrado lá; provavelmente depois de uns meses pegavam alguns corpos e jogavam em algum rio e depois colocavam mais outros.
-Interessante,-disse Mary com ar sonhador.- muito interessante. O pessoal costuma colar lá?
-Que?! Haha. Você deve estar brincando,- disse sheila rindo.- é claro que não, o pessoal daqui é medroso, não vão nesses lugares, ainda mais porque as velhas bruxas também foram enterradas lá e o povo acha que seus espíritos maus ainda vagam por lá como almas penadas.
-Caramba, mas por que o pessoal daqui tem tanto medo dessa coisa de bruxa?- perguntou Mary achando idiotice.- eles acreditam nisso?
-Sim. Deixa eu te contar Mary, venha sente-se aqui.- disse sheila sentando-se no banco de uma pequena praça vazia.- Bem, o povo de salem é um povo muito supersticioso ainda acreditam nessas coisas de passar embaixo da escada, quebrar o espelho e tal; bons e maus, acreditam em coisas do demônio e de deus, e também acreditam muito nessa coisa de bruxas e bruxarias. Isso porque no século dezessete aqui em salem houve uma brincadeira de criança que foi interpretada como uma coisa diabólica, a prática de bruxaria sabe, e para se livrarem da culpa (como se tivessem quebrado o vidro de perfume da mãe), as crianças lideradas por uma tal de Abigail Willians, colocaram a culpa em uma senhora negra, tituba, que era escrava da família e praticava vudu, depois numa velha que tinha a aparência de bruxa Sarah osborne , depois também numa viúva e assim por diante. As pessoas perderam o controle, o tribunal mandava toda pessoa, vamos dizer que suspeita, para a forca sob a acusação de bruxaria, até mesmo quem estava no banco da igreja no dia anterior. Foi horrível, vinte pessoas foram enforcadas ou queimadas na fogueira, até cães foram queimados.
-Tudo era motivo para mandar as pessoas para a forca: ciúmes, rixas, inveja, cobiça, intriga, tudo foi levado para o tribunal como se fosse bruxaria. Perdeu-se toda a razão e qualquer consideração pelas pessoas, foi horrível até uma senhora, Rebeca Nursery, de 72 anos, foi sumariamente enforcada simplesmente porque o tribunal apresentou nos autos “provas concretas” contra ela. O terror pairava sobre a cidade, os órfãos vagavam famintos e abandonados pela cidade, e a normalidade só voltou à cidade quando própria mulher do governador foi acusada de bruxaria, por ser amiga da senhora Carey, cujo marido, rico e influente, subornou os guardas da prisão para que a libertassem. O governador extinguiu o tribunal, e, mais tarde, as excomunhões foram suspensas, as famílias dos acusados foram indenizadas e a reputação dos executados foi restaurada.
-Mas isso não quis dizer muita coisa,- continuou sheila respirando fundo depois do grande relato.- por que ainda hoje as pessoas acreditam nessas coisas sabe, não queimam e nem enforcam mais ninguém é claro, mas ainda julgam as pessoas com suas próprias palavras e algumas se pudessem as queimariam com muito gosto, principalmente aquela velha, castidade.
-Caramba! – exclamou Mary impressionada com o relato.- vocês apelaram né? Mas agora tudo isso acabou não é? Já se passaram séculos, acho que não á mais motivos para as pessoas acreditaram nessas coisas de bruxas.
-Eu também acho mas fazer o que se eles não pensam assim, mas acho que tudo isso foi mais por causa de Sarah sanderson.
-Quem é Sarah sanderson?- interrompeu Mary sem se conter.
-Sarah, vamos dizer, que foi a última bruxa a aparecer em salem, - respondeu sheila se esforçando para se lembrar.- dizem que ela encantava os animais para servi-la, que enfeitiçava as crianças nas noites escuras, as matava e pegava sua gordura para fazer velas e outras coisas, e diziam também que a viam às vezes voando pelo céu em sua vassoura enfeitiçada e que ela tinha um gato que matava seus inimigos com o olhar penetrante.
-Uau!!- exclamou Mary impressionada.- por que ninguém nunca me contou isso? É incrível.
-Sim, mas não acaba ai,- continuou sheila empolgada com a historia.- dizem que numa noite quente de verão Sarah seduziu Peter Norbert e, nessa mesma noite ele fez uma criança nela. Mas quando a esposa dele, Melissa , descobriu tudo ficou tão revoltada com Sarah que ela mesma organizou uma tentativa para prende-la.
-Conseguiram? – perguntou Mary ansiosa.
-Sim, dizem que Sarah lutou bravamente, transformou homens em sapos e mulheres e cabras, mas Melissa foi vitoriosa: a atacou pelas costas com um grande facão que atravessou o peito de Sarah, esta ficou ferida e incapaz de continuar a luta, mas não morreu, foi então que a capturaram e nessa mesma noite a mandaram para a fogueira.
-As chamas já estavam altas, começavam a tocar Sarah quando ela virou se rosto para o céu gritou palavras estranhas, que todos diziam ser a língua do demônio, ai então começou a chover, dizem que nunca choveu tanto em salem como naquele dia, alguns animais até se afogaram, e Sarah por sua vez desapareceu da fogueira.
-O que?! Mas... como? – perguntou Mary sem entender.
-Não sei, simplesmente desapareceu, como se tivesse se teletransportado sabe, apenas sumiu. Mas Sarah teve seu filho, ou melhor sua filha, que foi levada daqui por uma velha, talvez outra bruxa dizem, mas a coisa é, a garota nunca mais foi vista e ninguém sabe o que aconteceu com ela.
-Nossa! Incrível!-exclamou Mary.- ei sheila você reparou?!
-O que?- perguntou sheila sem entender.
-“sanderson” - disse Mary com um ar de “não é obvio?”- é o nosso sobrenome!
-Ora mas e daí Mary?- disse sheila sem achar grande coisa.
-E se formos descendentes de Sarah?- perguntou Mary sombria.
-Duvido, quer dizer, deve haver milhões de pessoas por ai com o sobrenome sanderson.
-É mas faria sentido, afinal, as pessoas tratam nossa família daquele jeito, como se fossemos erradas,- continuou Mary.- fofocam e nos olham como se fossemos de outro planeta, como se fossemos anormais.
-Ora mais isso não tem nada a ver,- disse sheila achando tudo um absurdo.- é porque vocês são diferentes do povo daqui, não são patéticas, por isso fofocam e tudo mais, mas daí a pensarem que vocês são bruxas é apelação.
-É...acho que você tem razão,-disse Mary se acalmando.- acho que me empolguei com a historia. Esquece.
-Ok,Mary acho que já vou pra casa esta tarde,-disse sheila se levantando.- e amanha já é segunda-feira e tenho aula de mamhã; e também já estou com fome, o jantar deve estar saindo.
-Tudo bem, também já vou.- disse Mary levantando-se também.- muito obrigado pelo dia sheila, foi muito legal sair com você e a historia também foi muito interessante. Obrigada.
-Não a por onde Mary.- disse sheila sorrindo.- e espero vê-la amanhã na escola heim.
-Rs pode deixar. Tchau tchau!
-Vê se não se atrasa. Xau!
Mary voltava para casa tranqüilamente, caminhava sem preça admirando a paisagem da nova cidade; estava pensando na historia que sheila contou, era realmente um fato impressionante e dava calafrios em Mary pensar que nas belas praças da pequena cidade, talvez até mesmo naquela em que ouviu a historia, já haviam queimado pessoas vivas por uma simples brincadeira de criança mal interpretada. Não sabia porque mas desde pequena sempre gostou muito de historias de bruxas, enquanto seus amigos choravam no maternal e pediam para a professora parar, ela queria mais, nunca gostava quando as professoras paravam. Sua data preferida não era natal e nem ano novo, e sim halloween, pois em todo halloween colocava uma de suas assustadoras fantasias e saia com a amigas pelas ruas de Boston gritando: “gostosuras ou travessuras!”.
Amava esse dia.
E de repente lhe veio uma pergunta a cabeça: “será que aqui em salem comemoram o halloween? Depois de toda essa historia de bruxas vai saber né, e ainda mais com esse povo que pensa que tudo é obra do diabo, sei lá viu...amanha na escola vou perguntar pra sheila.”
E lembrando-se de que no dia seguinte seria o seu primeiro dia de aula apressou o passo e foi logo para a casa.
Enquanto caminhava pela sua rua, que já estava deserta, Mary reparou que a janela da casa doze estava aberta, e a garota loira estava pendurada nela observando a rua, e como sempre seu olhar se ficçou em Mary enquanto ela caminhou até o numero treze.
Quando Mary entrou encontrou sua mãe e sua avó sentadas no sofá com olhares estranhos, não conversavam, estavam serias, com ar de preocupadas, e quando Mary se aproximou (esperando por uma bronca por ter chegado tarde), ambas a olharam como se elas esperassem uma bronca de Mary ou algo parecido.
-o que foi?- perguntou Mary sem entender aqueles olhares.
-Ah...- sua mãe olhou para a avó confusa, mas também aliviada, como se aquela pergunta não fosse o que ela esperava, mas disse no tom mais displicente possível.- nada.
-Ok, então vou até a cozinha comer alguma coisa e irei para meu quarto,- disse Mary encaminhando-se para a cozinha.- lembrei que amanha tenho aula.
-Sim, e não se atrase, coloque o relógio heim.- disse Rita se levantando do sofá com o ar mais calmo.- vou deixar sua lista de horários que peguei na escola aqui em cima da mesa.
-Ta bom. Ei ainda tem mais bolo de carne?- perguntou Mary com a cabeça dentro da geladeira.
******************continua****************************
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