PAÍS DOS CARAMELOS
O Caramelo que não era caramelo
pensou que não fosse um caramelo
quando descobriu que não era um caramelo
desses que tem o pelo todo amarelo!
Chegou até pensar que não fosse caramelo
porque não era totalmente amarelo...
Mas como foi batizado de Camarelo
ele atendia quando o chamavam: "Caramelo!"...
Vem, Caramelo! E ele vinha todo caramelo...
pulava, fazia estrepolia; tropeçava na própria alegria...
Corria e corria... achando bonito e belo...
O mundo amarelo e caramelo dos caramelos!
Numa certa manhã, o nosso caramelo
atacou outro caramelo que não era todo amarelo...
Cabeça com cabeça! Pegamos o nosso caramelo
Dando cabeçadas no espelho da loja do Marcelo!
Quando notou que ele era ele e não aquele...
E que aquele não era ele! Ele já havia rosnado pra ele!
E no colo, de modo carinhoso, amoroso, acolhedor; singelo!
Foi que descobriu que ele não era só caramelo: e sim: preto e amarelo...
O dia mais triste e mais feliz da sua vida foi aquele dia!
Comprovou que, para ser caramelo, bastaria...
fazer o que um caramelo, preto ou amarelo, faria...
E latia, de alegria, para qualquer um que passasse na via...
Voltou a correr pra lá e pra cá...
Extravasou do modo como podia...
No dia que descobriu que pra ser caramelo bastaria
fazer tudo aquilo que ele já fazia!
Descobriu que morava no País de todos os Caramelos!
Onde até aqueles que não são totalmente amarelos
são carinhosamente apelidados de caramelos!
E que no País dos Caramelos a maioria dos caramelos nem são caramelos!