PAÍS DOS CARAMELOS

O Caramelo que não era caramelo

pensou que não fosse um caramelo

quando descobriu que não era um caramelo

desses que tem o pelo todo amarelo!

Chegou até pensar que não fosse caramelo

porque não era totalmente amarelo...

Mas como foi batizado de Camarelo

ele atendia quando o chamavam: "Caramelo!"...

Vem, Caramelo! E ele vinha todo caramelo...

pulava, fazia estrepolia; tropeçava na própria alegria...

Corria e corria... achando bonito e belo...

O mundo amarelo e caramelo dos caramelos!

Numa certa manhã, o nosso caramelo

atacou outro caramelo que não era todo amarelo...

Cabeça com cabeça! Pegamos o nosso caramelo

Dando cabeçadas no espelho da loja do Marcelo!

Quando notou que ele era ele e não aquele...

E que aquele não era ele! Ele já havia rosnado pra ele!

E no colo, de modo carinhoso, amoroso, acolhedor; singelo!

Foi que descobriu que ele não era só caramelo: e sim: preto e amarelo...

O dia mais triste e mais feliz da sua vida foi aquele dia!

Comprovou que, para ser caramelo, bastaria...

fazer o que um caramelo, preto ou amarelo, faria...

E latia, de alegria, para qualquer um que passasse na via...

Voltou a correr pra lá e pra cá...

Extravasou do modo como podia...

No dia que descobriu que pra ser caramelo bastaria

fazer tudo aquilo que ele já fazia!

Descobriu que morava no País de todos os Caramelos!

Onde até aqueles que não são totalmente amarelos

são carinhosamente apelidados de caramelos!

E que no País dos Caramelos a maioria dos caramelos nem são caramelos!

Paulino Neves
Enviado por Paulino Neves em 07/12/2024
Código do texto: T8213805
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.