A História de Astride. Capítulo 1. A-F.
A HISTÓRIA DE ASTRIDE.
Era uma vez um reino onde morava um príncipe chamado Ambrósio. Seu pai, o rei, era Christoforo. Sua mãe, a rainha, era Maria. Havia prosperidade no reino. O castelo onde moravam ficava no Centro da Grande Cidade. A Grande Cidade era a também chamada Cidade Real, onde o rei morava. O nome do reino era Astride.
Astride ficava num país chamado Continente Verde. Tinha esse nome porque era muito rico em florestas. Era uma ilha tão grande que fora apelidada de “continente”. Ali havia outros reinos, como o da Mina dos Gnomos e, seu rival, o das Bruxas e Fadas.
Havia uma harmonia entre os reinos do Continente Verde, que fora estabelecida pelo poder do Cristal de Luz, preso a um cajado fixado no Topo dos Ventos, um pico na Montanha do Meio, uma montanha no Centro do Continente Verde, símbolo da liberdade universal, e esse objeto sagrado fora criado para a paz e a harmonia desse país. Esse cristal era protegido por exércitos de todos os reinos e a harmonia impedia conflitos.
Certo dia, um homem-peixe surgiu na Praia da Cidade Baixa, que ficava no sopé da montanha onde se localizava a Cidade Real. Dez soldados que patrulhavam a praia tentaram prender o invasor, mas este resistiu. Os soldados apontaram suas lanças, mas o homem aquático movia-se tão depressa que logo derrubou seus adversários, que ficaram inconscientes.
O homem marinho atravessou as dunas da praia e subiu a Montanha Real, ficando escondido entre uma floresta e a muralha da Grande Cidade. Usando suas garras fortes e afiadas, subiu a muralha e logo foi avistado pelas sentinelas que guardavam a fortaleza. Houve confrontos. Alguns soldados de lança caíram atacando o invasor, outros lançaram flechas, mas não tiveram êxito. Espadachins também foram frustrados pelo homem intrigante que saíra do mar!
Após muitos minutos de conflito, o homem-peixe entrou na Cidade Real e continuou lutando, mas, agora, contra o Exército do Rei Christoforo. E a luta continuou até o último homem, conseguindo o estrangeiro entrar no Salão Real, onde o rei esperava sentado no trono e cercado pela guarda real.
-O que queres invadindo o meu reino? -Perguntou o rei.
O homem aquático fez uma reverência e tirou um papel especial usado pelos homens submarinos: Era uma carta de pedido de ajuda do Povo do Fundo dos Mares. Os homens-pássaro tinham começado uma guerra contra os homens-peixe, o que causaria uma destruição sem precedentes, pois o Continente Verde fora protegido pelo Povo do Fundo dos Mares por muito tempo. Sem essa proteção, o Continente Verde teria muito a perder!
-Exigimos uma audiência do rei Christoforo! Queremos que nossos embaixadores saiam do fundo dos mares para vir aqui discutir um tratado de aliança militar.
-Muito bem. Que venham então! – Disse o rei.
Capítulo 1
A
O Continente Verde era um vasto território com diferentes climas e paisagens. Nele há o Reino de Astride no Sopé da Montanha Real e a Montanha do Meio no Centro do continente. O Reino do Gnomos ficava ao sul, próximo aos Reinos das Fadas e das Bruxas.
Existiu um tempo de grande afinidade entre os povos do continente e os homens aquáticos, mas os tempos foram mudando e esses homens marinhos foram deixando de sair da água, e, com o tempo, a relação entre esses dois mundos deixou de existir. Assim se passaram 300 anos.
As ilhas no meio dos mares continuaram a ter relações com os homens-peixe, principalmente a das Amazonas e a dos Anões. Porém os homens-pássaro atacaram essas ilhas e o conflito começou!
Astride era um reino de grande poder que controlava as terras ao redor da Montanha Real. A Capital de Astride era cercada pela Grande Muralha, que era vigiada por sentinelas.
Na época das relações com O Povo do Fundo dos Mares, Astride usava a Praia da Cidade Baixa, um local importante para o comércio e as relações diplomáticas entre esses povos.
Naquele tempo, havia uma paz reinante entre os homens do continente, os homens-peixe e os homens-pássaro.
Os homens-peixe sempre foram misteriosos, mas seus embaixadores sempre subiam à superfície, enquanto os homens-pássaro eram mais distantes, e hostis, pois costumavam causar conflitos com os anões, por cobiçarem suas pedras preciosas.
B
Todos da corte estavam muito agitados com a volta das relações diplomáticas com os homens dos mares! Principalmente Ambrósio, o jovem herdeiro de Astride, que não parava de sonhar com a possível guerra iminente e a possibilidade de conhecer esse povo aquático estrangeiro.
-Pai! -Disse Ambrósio.
Christoforo, que estava em audiência com os generais marinhos, disse: -Filho, venha conhecer nossos convidados!
O príncipe e sua esposa vieram do fundo dos mares conhecer seus aliados. O príncipe era belo, meio homem e meio peixe. A princesa era uma bela sereia.
Ao olhá-la, Ambrósio sentiu uma alfinetada no coração! Era linda! Mas sabia não haver nenhum sonho que se realizasse a partir daquela ilusão!
Cumprimentaram-se.
-Ambrósio, mostre ao príncipe dos mares e à sua princesa os melhores salões de Astride! Conversarei agora com os generais!
E foram-se Ambrósio e o príncipe e sua princesa, passando pelos grandes salões, onde havia iguarias inimagináveis, artes e joias além de qualquer sonho e grandes teatros, músicos e poetas.
Ao regressarem, encontraram a rainha Maria, que recebeu muito bem o príncipe e sua princesa saídos dos mares. A mãe de Ambrósio era hábil nas palavras e logo conquistou os dois corações aquáticos!
-Quem foi aquele que derrubou nossas defesas para estabelecer nossas relações diplomáticas? -Perguntou a rainha, um pouco curiosa.
E o príncipe marinho disse:
-Era um grande guerreiro, descendente da linhagem antiga, que agora será restaurada!
E o povo de Astride comentava sobre carruagens de cavalos marinhos saindo e entrando nos mares. E as forças de defesa desse reino ficavam divididas entre o dever de protegê-lo e os questionamentos sobre o conflito iminente.
Astride era o alvo dos homens-pássaro, porque era um ponto estratégico para mover tropas terrestres destes inimigos alados! Na maior parte, escravos de outros territórios conquistados! Assim, a relação diplomática com Os Povos do Fundo dos Mares era essencial para a segurança do continente.
C
O príncipe dos mares chamava-se “Áquous” e sua princesa, “Oceana”. O príncipe era uma entidade das águas profundas, que representa as correntes oceânicas e o mistério das profundezas. Ele é uma figura enigmática, governando as águas sombrias e silenciosas do oceano, onde a luz do sol raramente alcança. É poderoso e suas habilidades permitem que seja responsável pelas marés, pelo movimento dos mares e pela vida marinha. A princesa é responsável pela parte visível dos mares, representando a superfície do oceano, onde a vida floresce sob a luz do sol. Tem uma conexão mágica com as criaturas que vivem perto da costa, como peixes, golfinhos e recifes de coral. Ela simboliza a beleza, a vitalidade e a prosperidade das águas superficiais.
Foram casados por obrigações políticas e de aliança entre seus pais. Sua união é responsável pelo equilíbrio entre as forças ocultas e as forças visíveis do mar. Eles devem juntos manter a harmonia dos oceanos, sendo sua união essencial para a manutenção do mundo aquático.
Houve uma grande festa de despedida para o casal dos mares. Ambrósio foi o responsável por fazer companhia aos dois “peixinhos”. Muita festa, comida, bebida. Os festejos começaram às quatro da tarde e foram até às duas da madrugada. O príncipe das águas estava cansado e retirou-se. A princesa permaneceu conversando com o príncipe de Astride.
Discutiram de tudo, desde as Grandes Histórias entre os Povos dos Mares e do Continente Verde e o tempo sem a relação entre esses povos. Foi quando começaram a caminhar prela praia e a conversa os envolveu de tal forma que, quando perceberam, estavam longe demais da Praia da Cidade Baixa.
-Precisamos voltar! -Disse ela.
Ofegante, o príncipe puxou a mão da sereia e seus rostos se encontraram. Um dragão saiu dos mares. Os dois fugiram, regressando à praia de Astride.
-Dragão! -Começou a gritar Ambrósio.
E a gritaria começou!
O príncipe aquático foi avisado do conflito na praia.
-Oceana -disse ele-, não sabes mesmo governar o reino aquático! Que as profundezas misteriosas e escuras saibam! O oceano está além de tudo! Sob pena de isolamento!
-Precisamos dos homens! -disse ela. -Deve haver o vínculo entre os povos! Para haver liberdade e crescimento!
O dragão os interrompe!
-Eu sou o caos das profundezas e a tempestade das superfícies! Destruirei ambos!
Áquous e Oceana olham-se temerosos e a sereia dá a mão ao príncipe aquático!
-Desculpe! -Diz ela.
E começam uma dança pela invocação da Lança das Marés, um objeto místico capaz de canalizar tanto as energias profundas quanto as da superfície. E sua união gera uma lança poderosíssima! E um Espírito dos Mares traz três partes da lança, que precisam ser unidas!
Enquanto isso, começa uma tempestade! O casal aquático une forças contra o monstro! O dragão continua a atacar! E olham-se mutuamente e perdoam-se, unindo-se num só ser com duas cabeças, quatro braços e quatro pernas! A lança é forjada com o sopro desse ser, que a usa e mata a besta!
Nasce uma pequena ondina da morte do dragão.
Assim o ser da união do príncipe aquático e de sua princesa volta para as profundezas dos mares com a ondina, declarando que reclamarão ao rei a imprudência do príncipe!
D
O rei declara aos homens-peixe que o príncipe será banido para um mosteiro próximo ao Cristal de Luz, no Topo dos Ventos, na Montanha do meio. E assim Ambrósio é banido do reino!
Acontece que os homens-pássaro atacam a Ilha das Amazonas e estas recorrem aos homens da água. E estes pedem reforços de todos os aliados, inclusive de Astride! E um exército de Astride é enviado!
Navios se destroem e guerreiros começam o combate. Os homens do ar são muitos, mas a defesa na terra também tem número! A batalha pela ilha das amazonas é acirrada! Tudo parecia não ter fim!
Porém acontece que outras forças dos homens do ar aprendem a mergulhar nas profundezas e começam a tomar os territórios profundos dos mares! Então os povos marinhos pedem socorro aos homens.
-Precisamos de guerreiros que aceitem nossas armaduras e lutem nos fundos dos mares! -Disse o príncipe Áquous, agora separado corporalmente de Oceana, ao rei Christoforo.
Então o rei de Astride envia seu filho e homens convocados de todo o Continente Verde para enfrentar os inimigos voadores que aprenderam a mergulhar nos mares profundos!
Ambrósio usa a armadura de general terrestre dos mares profundos e lidera seus companheiros nas profundezas oceânicas. Mas algo que nenhum deles suspeitava era a traição das bruxas! Estas formavam um exército aliado dos homens voadores chamado Forças Avoantes das Bruxas.
Com esse grande conflito e uma crise em todo o continente, quando o equilíbrio entre os reinos da terra, da água e do ar estava ameaçado, um poder se consolidou entre as bruxas e tomou corporeidade! Era uma fada mestra!
Esta liderou as bruxas na aliança com os homens-pássaro! Assim a magia delas iria além da terra, atingindo o ar! E ensinou às bruxas uma lenda antiga de que os homens-pássaro são descendentes de antigos deuses do ar, dotados de penas mágicas que lhes permitem voar grandes distâncias. Eles podem se transformar em diferentes espécies de aves, ganhando habilidades específicas relacionadas a cada uma, como visão aguçada ou velocidade. Também podendo controlar o clima e invocar tempestades, tornando-se guerreiros formidáveis em batalha.
O Exército das Bruxas era organizado em várias legiões, cada uma liderada por uma bruxa-mãe e um comandante-pássaro. As bruxas cuidavam da estratégia mágica, enquanto os homens-pássaro atuavam como líderes militares. Juntamente, desenvolviam táticas de guerra que combinavam magia e ataques aéreos, como emboscadas de tempestades e feitiços de ilusão.
E
Os exércitos das bruxas usavam antigos túneis usados pelos anões que viveram no continente para encurtar o caminho até Astride, e, com seus aliados alados, começam um ataque surpresa! E os homens-pássaro, aproveitando a oportunidade, iniciam ataques aéreos inesperados à Cidade Real. As bruxas conjuraram tempestades, dificultando a visão dos defensores continentais, permitindo que um pequeno grupo de guerreiros alados invadisse e destruísse as defesas da cidade.
Porém as forças dos homens de todo o Continente Verde iniciam o resgate ao rei Christoforo, começando uma grande batalha. Muitos homens do reino estavam na praia e perceberam o golpe do inimigo! E os exércitos marinhos foram avisados! Inclusive Ambrósio.
Este, conhecedor da geografia do reino e dos seus grandes túneis, lagos e rios, monta uma estratégia para o resgate do rei e para retomar Astride. Assim as bruxas lutavam para manter o domínio da Cidade Real. Porém elas não esperavam o golpe que seria dado sem que elas o calculassem.
O príncipe de Astride espreitou pelos calabouços e passagens secretas, e, quando as bruxas menos esperavam, começou o ataque! Foi uma luta sangrenta! Muitas baixas de ambos os lados! Os exércitos dos homens-peixe ajudaram a retomar a Cidade Real! E os exércitos das bruxas recuaram de volta aos seus covis ao sul do continente!
Porém o príncipe não ganhou a guerra sem ter aliados entre as bruxas. Algumas mestras magas o ensinaram na infância a dominar técnicas de invocação mágica quando em tempos de necessidade! E viriam defensoras do reino que habitavam o Topo dos Ventos! E assim as tempestades acalmaram e a vitória contra o invasor foi possível!
Porém a guerra ainda não acabara, pois fora apenas uma batalha! Mais tropas viriam! O clima estava tenso! E, enquanto isso, Ambrósio e seus aliados marinhos, espreitavam escondidos sob o véu das águas!
Um grande furacão foi invocado pelas bruxas ao sul! E a fada mestra tomo o poder dos ventos, e começou a destruir tudo, até não haver mais povos livres ao redor do Reino das Bruxas! E assim muitos povos fugiram, buscando refúgio e rumando para o norte!
O exército das bruxas investiu um ataque maciço! E não haveria como contar o número de bruxas e guerreiros alados! Porém, mesmo assim, teriam que enfrentar o príncipe de Astride!
As bruxas e os guerreiros alados marcharam contra a Cidade Real, mas era só uma questão de Ambrósio dar a ordem e começaria o ataque! Todos estavam tensos. Bruxas dançavam e riam e guerreiros marchavam furiosos!
-Atacar! -Disse o príncipe!
E começou a grande batalha! Os guerreiros dos reinos ao norte e aliados de Astride também foram convocados e assim foi uma luta acirrada! Era uma batalha sem precedentes. E, a cada bruxa e guerreiro bruxo que nossos amigos matavam, mais tropas inimigas surgiam! Era uma guerra sem trégua! E começou à tarde, e durou toda a noite! E assim os primeiros raios de sol raiaram, iluminando um mar de sangue!
Mas algo inesperado acontece: O rei Christoforo e, sua rainha, Maria decidem partir para o campo de batalha. Mesmo sem as habilidades de combate que o filho, sua presença inspira os soldados do Continente Verde. Porém a batalha não tomava outros rumos.
Durante um momento de distração, quando cargas explosivas foram usadas para derrubar exércitos bruxos, o rei e a rainha deram as mãos e surgiram juntos na frente da batalha. E Ambrósio viu e mandou uma saraivada de flechas, lanceiros atacaram para proteger o rei e a rainha. Mas, mesmo protegidos, olharam-se mutuamente e, ainda de mãos dadas, evaporaram na neblina da guerra despertando o dragão de luz!
O dragão de luz invocado pelo casal real destruiu a magia das bruxas e a guerra tomou um novo rumo. Os homens perceberam que a maldade das bruxas não funcionava além dos domínios dos reinos da fada mestra, e atacaram, destruindo o exército do Reino das Bruxas, que acabou recuando de volta para as terras ao sul do Continente Verde!
Ambrósio é coroado! E promete eliminar as bruxas de uma vez por todas! Assim, envia todos os exércitos de uma vez contra o Sul e a grande batalha começa! As bruxas e os homens-pássaro defendem-se desesperadamente! Mas os homens-peixe e os defensores do continente atacam numa última tentativa de findar a guerra! A batalha dura dias, mas as forças aliadas do novo rei de Astride ganham o direito de paz mais uma vez!
E assim os homens-pássaro retornam às suas terras distantes e as bruxas adormecem na obscuridade sombria do antigo Reino das Bruxas! Onde não se entra e sai vivo!
E, quando ninguém esperava, o líder dos homens voadores vem pessoalmente desafiar Ambrósio a um combate: Quem vencesse, reinaria o Continente Verde e as terras aquáticas próximas. E o rei de Astride aceitou o desafio.
O combate começou. Ambrósio sacou sua espada e, usando o seu escudo para se defender da maça do homem alado, cravou a lâmina numa asa do inimigo, que gritou de dor. Porém este puxou uma adaga e enfiou no ombro do príncipe, fazendo jorrar sangue. O nosso herói ficou de joelhos e o vilão levantou a massa para dar o último golpe, mas o novo monarca puxou um cristal mágico do bolso e uma luz brilhou tão intensa que ofuscou o sol, fazendo todos fecharem os olhos, e, não perdendo tempo, decepou a cabeça do inimigo!
Todos vibraram e os homens-pássaro voaram para longe. E assim houve um mês de festas e celebrações, tanto na terra como na água! E haveria um ano de paz e prosperidade!
F
Após a guerra, o Cristal de Luz torna-se responsável por restaurar as terras devastadas. E assim tudo o que as bruxas fizeram assolando tudo por onde passavam tomou uma nova forma de vida! Florestas, lagos e rios. E a vida encontrou um novo curso! E as pessoas voltaram a sorrir e a ter esperança!
E os meses se passaram até completar um ano! E foi quando começou um murmúrio da existência do Espírito das Sombras, Kaelos. E os magos responsáveis por vigiar o Cristal de Luz avisaram ao rei Ambrósio que essa pedra protetora estava enfraquecendo e perdendo o seu brilho original!
-Senhor, -disse um mago -Kaelos surgiu com o enfraquecimento do Cristal de Luz, uma fonte de equilíbrio que mantém a harmonia entre luz e escuridão no mundo. À medida que o cristal perder seu brilho, as sombras se tornarão mais fortes, permitindo o renascimento desse espírito maligno no nosso mundo! Ele personifica a escuridão que cresce onde a luz falha.
E continua:
-Kaelos possui uma forma etérea, sempre cercado por uma névoa negra que oscila e distorce a realidade ao seu redor. Seus olhos brilham com uma luz espectral, contrastando com a escuridão de seu corpo quase invisível. Ele pode assumir diferentes formas, sempre sombrias, mas preferencialmente surge como uma figura humanoide alada, reminiscente das terras dos homens-pássaro.
-Ele tem poderes? -Perguntou o conselheiro do rei, Rami.
-Sim, -disse o mago -seu poder é alimentado pela ausência de luz, e Kaelos tem a habilidade de manipular sombras, obscurecer a visão e drenar a energia vital de seres vivos. Seu toque espalha trevas e desespero, e ele pode se mover entre as sombras, tornando-se quase impossível de ser detectado. No entanto, seu poder não é completo por causa do Cristal de Luz, e ele precisa restaurar sua força nas terras dos homens-pássaro, onde o nosso cristal protetor foi criado!
-Qual o objetivo de Kaelos? -Perguntou Rami.
E o mago, chamado Magiori, respondeu:
-O objetivo de Kaelos é retornar ao auge de seu poder! Para isso, ele deve retornar às terras dos homens-pássaro, onde acredita que os fragmentos remanescentes da antiga magia que criou o Cristal de Luz possam ser usados para libertar as sombras neste mundo! E ele será implacável em sua busca, disposto a manipular, destruir ou corromper qualquer um que cruze o seu caminho.
-Ele tem fraqueza?
-Sim, sua ligação com a escuridão o torna vulnerável à pura luz -especialmente a de origem celestial ou mágica. Ele evitará confrontos diretos com seres que carregam a luz do Cristal, preferindo agir nas sombras e através de intermediários.
Assim o poder do Cristal de Luz começa a enfraquecer, ameaçando a nova prosperidade.
Os magos revelam que o Cristal de Luz precisa da energia de uma antiga fonte perdida no território dos homens-pássaro. Alguém precisava embarcar em uma nova jornada para restaurá-lo antes que Kaelos se corporificasse.
Ocorre que uma velha bruxa que habitava florestas próximas invadiu o castelo no Centro da Grande Cidade e, diante do rei, começou a falar:
-Chamo-me Selvéria. Vim profetizar que o Cristal de Luz é a chave para despertar um poder antigo e terrível! Ele deve ser destruído! Seu poder gerará caos e discórdia, guerras e traições! E não descansará até despertar o Guardião do Cristal de Luz! Um Antigo Rei do Mundo Alado, uma espécie de rei dos homens-pássaro que foi adormecido por ser temido, odiado e invejado pelos próprios homens alados!
Ambrósio manda prendê-la! E assim convoca um conselho entre homens, homens-peixe, amazonas e anões. Discutem sobre o que fazer perante aquela profecia! Alguns líderes do Continente Verde querem destruir o cristal para evitar qualquer risco, enquanto outros, incluindo Ambrósio, acreditam que o cristal deve ser protegido. Essa divergência cria tensões entre os aliados e ameaça a frágil paz.
Então um exército ninja ataca Astride de surpresa. Ocorre uma luta, mas um mago negro invade o castelo onde o rei estava.
-Sou Trevius! Vim pelo cristal! Quero-o! Em troca terão a minha proteção! Se o poder dele acabar, será pior! Eu sei restaurá-lo! Dá-mo!
E assim mais guardas chegam para confrontar os ninjas que acompanham o mago e a situação fica tensa, mas Ambrósio faz sinal para esperarem!
-Como posso acreditar em ti? -Pergunta o monarca.
-Porque sabes sobre Kaelos! Sabe o que acontece se o cristal perder seu brilho!
-Então como restaurá-lo? E o Antigo Rei do Mundo Alado?
-Quem fez o Cristal, também soube como adormecer esse tirano! Só há um modo de restaurá-lo sem despertar o Inimigo: Na Montanha das Paixões das Trevas, onde vive a Mulher-Cavaleiro: Uma besta metade mulher e metade demônio, e os dois ao mesmo tempo. Além de dominar a magia para a restauração do cristal, ela é uma feiticeira muito poderosa e inimiga do Antigo Monarca do Mundo dos Homens-pássaro!
-Onde fica?
-Nas terras dos homens-pássaro!
-Como chegamos lá?
-Tenho um navio mágico que pode nos levar até lá!
E assim Ambrósio e o conselho que convocara decidem que um representante de cada povo deveria ser enviado, formando uma guilda com os seguintes membros: O primeiro homem-peixe a aparecer na nossa história, Nereu; dois representantes de dois reinos continentais aliados de Astride, Kaelan de Valecor e Drakar de Pedraluz; Magiori; Rami; uma amazona, Thalassa; e um anão, Bromnar.
O dia de nossos heróis embarcarem começou com um céu lindo, muito azul e ensolarado. O príncipe Ambrósio ficou encarregado de entregar o Cristal de Luz nas mãos de Trevius. Porém, antes de entregar o cristal, o rei teve uma visão: “A origem dos homens-pássaro, dos homens-peixe e das bruxas: Foram uma vez parte de um único povo, dividido por magia e ganância. O Cristal partido, geraria um conflito tão terrível que destruiria a terra dos homens!”
O rei conta a sua visão e Magiori revela ao rei que há muito tempo os homens-pássaro, os homens-peixe e as bruxas foram um só povo, unidos pela harmonia de um cristal de luz! Porém o egoísmo fez esse cristal partir em três e houve grandes guerras e conflitos. O mundo entrou em colapso. Tudo começou a ruir, a morrer e a sofrer. Até que os pedaços do cristal foram reunidos, dando origem ao atual Cristal de Luz. E assim este foi entregue aos homens, que o puseram na Montanha do Meio.
E, depois disso, finalmente nossos heróis embarcaram nessa grande viagem rumo às terras dos homens-pássaros!