COMPRANDO NA C & A

 

 

Depois que meu irmão Beto mudou para Curitibanos – SC eu só o encontrava e à sua família nas férias, quando íamos para lá ou eles vinham a Curitiba. Algumas vezes não vinham todos, somente Ana e Ludmila, suas filhas adolescentes, que ficavam na casa da avó ou no meu apartamento. Celso, meu marido, e eu, programávamos alguns passeios com elas: ao Jardim Botânico, ao cinema, ao parque de diversões, e jantares e almoços fora. E elas ficavam muito felizes com esses mimos.

 

Entretanto, o ponto alto das férias era mesmo uma ida desta tia com elas à C & A para a compra de alguns presentes para as duas. Íamos de ônibus à loja do centro da cidade e eu deixava que escolhessem os modelitos que mais lhes agradavam. Enchiam, cada uma, sua sacola da loja e partíamos para o provador. Lá eu ficava sentada olhando as trocas de roupas, aprovando ou desaprovando, dando palpite...e, finalmente elas se decidiam por algumas peças de vestidos, shorts, blusas e outros acessórios. Depois íamos para a Seção de Calçados, onde experimentavam sandálias e tênis. Tudo escolhido e decidido era hora de chegarmos no Caixa, já todas cansadas, principalmente eu que não era tão jovem. Elas, muito contentes com os presentes e eu com mais uma conta para pagar no Cartão de Crédito.

 

Gostava de presentear as meninas, que hoje são adultas e mães, e que jamais esqueceram dessas nossas idas à loja, nas férias, para comprar roupas e acessórios da moda. Quando voltávamos, também de ônibus, eu ficava a olhar para elas, Ana com seu lindo cabelo ruivo muito liso e brilhante, e Ludy, de cabelo castanho, sedoso, tão jovens, felizes, confiantes. Isso me trazia uma satisfação enorme. Não tive filhos, porém sempre preenchi essa falta convivendo muito com as crianças de meus irmãos, especialmente com estas sobrinhas, com as quais tenho uma ligação muito forte até hoje. Ambas nunca esquecem, também, das cestas de vime que eu enchia de coelhinhos e ovos de chocolate e mandava para elas por ocasião da Páscoa.

 

Afeto se dá, não se cobra e, podes crer, a recompensa vem, espontaneamente.

 

 

 

 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 13/01/2024
Reeditado em 13/01/2024
Código do texto: T7975773
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