Uma amizade extraordinária (Continuação de “Plutão”, de R. J. Palacio) - Parte II

Na manhã seguinte, eu fui para a escola e consegui me lembrar de trazer todas as coisas que eu ia precisar. Afinal, eu não quero que aconteça o mesmo que aconteceu na segunda-feira.

As aulas não foram não foram tão difíceis assim. Acho que consegui entender tudo o que os meus professores ensinaram, até na aula de Matemática, que eu achava que era dada numa língua que não conseguia entender.

A única coisa que continua me intrigando é porque a Katie McAnn continua me olhando. Tomara que ela não esteja apaixonada por mim.

E por fim, eu fui no auditório com o John para encontrarmos o Sr. Bowles e começarmos a nos aprontar para o concerto. Quando o achamos, ele disse:

- Preparados, pessoal?

- Sim, mas não vai ser a mesma coisa tocar somente nós três. – respondeu o John.

- Como assim, “somente nós três”? – O John e eu ficamos com a mesma de confuso quando o Sr. B disse essas palavras. Mas, antes que eu pudesse responder, apareceram as três pessoas que eu menos esperava. - Ennio! Harry! Elijah! Que bom que vocês estão aqui!

- Viram? Agora, somos seis pessoas! – Disse o Sr. Bowles, enquanto preparava os equipamentos para o show.

- Desculpa por termos deixado vocês na mão – falou o Harry apontando para mim e para o John.

- Você tinha razão, Chris. – disse Elijah – Tinha razão sobre tudo.

- É, verdade. – concordou Ennio Obrigado por não desistir de nós três. E desculpa a gente não ter ensaiado ontem com vocês.

Depois do Ennio falar isso, o John tocou “The Final Countdown” e todos cantamos a mesma parte da música: “Acho que não há ninguém para culpar/Nós estamos saindo do chão (saindo do chão)/Será que algum dia as coisas serão iguais novamente?/É a contagem final!” É, estava um clima legal entre nós.

Então, o Sr. Bowles veio e falou para todo mundo colocar uma mão em cima da outra e dizer: “Hora do show!” Foi irado fazer isso! Após o Sr. B ter se apresentado ao público, finalmente havia chegado a hora de tocarmos. Ele começou tocando o piano, e daí entrando em seguida. Para ser sincero, eu estava nervoso quando subi no palco. Acho que todos se sentiram assim. Porém, no que eu mais me concentrei não foi nisso, e sim nos rostos que via na multidão. Os meus pais juntos torcendo por mim, a Katie McAnn (eu ainda fico nervoso com ela me olhando, mas tudo bem), o meu amigo Auggie e o pai dele, e duas outras pessoas que eu menos esperava: o Zac e o Alex. Eu não acreditava que eles estavam ali me assistindo. Que surpresa fantástica!

Depois de tocarmos “The Final Countdown”, fui correndo abraçar meus pais, mas especialmente, o Auggie, o Zac e o Alex. Todos ficamos felizes por nos encontrarmos de novo. Por isso, eu disse:

- Zac! Alex! Eu não sabia vocês dois viriam.

- É, o pai do Auggie trouxe nós três aqui. Ele falou sobre a morte da cachorrinha Daisy e do acidente que aconteceu com a sua mãe. – disse o Alex.

- Daí, nos sentimos mal por não ter mais falado com vocês. – falou o Zac - Então, por isso viemos aqui, para nos redimir com vocês. Para pedir desculpas.

- Tudo bem, gente. Deixa isso pra lá. – daí, eu apontei para mim e para o Auggie – Nós estamos felizes por vocês dois terem vindo

- Ah, além disso, o Alex e eu queríamos falar com a Lisa, para ver como ela está.

- Ela está do ali, ao lado do meu pai. – disse apontando em qual direção eles deveriam ir. Sabe, foi bom o Zac e o Alex terem saído por alguns minutos. Assim, eu poderia conversar com o meu amigo Auggie sozinho, sobre algo que queria muito saber. Então, eu falei:

- Auggie.

- Sim? O quê?

- Eu queria te perguntar algo.

- Pode mandar.

- Porque você chorou?

- Eu “chorei”? Como assim?

- Quando a sua irmã te contou que Plutão não era mais considerado um planeta, você chorou. Sempre me perguntei porque você fez isso naquele dia.

- Bom, você é Plutão. Eu imagino que eu sou o Sol, e que os outros planetas são as pessoas da minha vida. Se Plutão não era mais planeta, então pensei que você sairia da minha vida.

- E com o fato de que naquele momento eu estar me mudando de casa, você ficou com mais medo disso acontecer.

- É, você acertou.

- Bem, Plutão não é mais planeta. Mas, nem mesmo isso tirou ele do sistema solar de Auggie.

- E eu concordo com você. - daí, o Auggie deu uma risada - Sabe, você é extraordinário, Chris!

- A nossa amizade que é extraordinária!

Daí, eu estendi a mão e perguntei:

- Então, amigos para sempre?

- Amigos para sempre. – e nos cumprimentamos.

Esses últimos dois dias foram tão legais, e passaram voando. Sabe, existe uma frase que diz: "Não fique triste porque acabou, mas fique feliz porque aconteceu." E quantas coisas boas aconteceram!

Para encerrar, gostaria de falar um preceito, um lembrete importante que resume toda essa história. Acho que foi assim que o Auggie explicou para mim. O preceito é meio poético: “Os dias em Plutão são interessantes, /Nunca se sabe o que está por vir./Mas, podemos sempre contar/Com a luz do seu amigo, o Sol, /Que sempre vai estar ali”.

Eu consigo ver o sol. E você?

Tiago Salpin
Enviado por Tiago Salpin em 18/08/2023
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T7864580
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