Mundo Sombrio - Capítulo 2 - O fim do entardecer
Como aqui não deu para por em Itálico e negrito, toda vez que aparecer o nome de um personagem seguido de um dois pontos indica uma fala de seu pensamento.
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CAPÍTULO 2 - O FIM DO ENTARDECER
Melvin ouvia e sentia o vento entrar pela janela. Isso levou sua mente a viajar em pensamentos.
MELVIN: Já faz seis anos. Eu continuo visitando Seylor em busca de respostas. E nunca consigo achar nada. Parece que sinto falta de alguma coisa. Eu sinto falta deles. Sinto saudade daquela época. Hoje em dia, estou sempre sozinho. Não é a mesma coisa.
Melvin levantou-se da cama e foi até a janela. De lá dava pra ver a lateral do castelo de Seylor, e ao fundo estava o mar com o panorama rosado do entardecer. Assim que o viu, lembrou-se de uma pessoa.
_ Sarah!
............................
Sarah ainda olhava os últimos instantes do pôr-do-sol. Nicolai novamente aproximou-se.
_ Mais algum problema Nicolai? _ disse ela, após ver sua aproximação.
_ Não. É que... eu não sei como te falar, mas... você não deveria estar aqui.
Sarah o olhou não entendo o que ele quis dizer.
_ Como assim não deveria estar aqui?
_ Bem... esse lugar, esse pôr-do-sol, a faz ficar abatida. Não acho que seja saudável ter essas lembranças.
_ Está dizendo que as lembranças de minha mãe é uma doença pra minha alma? _ disse Sarah, de uma forma contida, mas inconformada pelo comentário de Nicolai.
_ Não. Eu não disse que a memória que tem por sua mãe seja algo ruim, muito pelo contrário, é até bom. Eu mesmo tenho muitas lembranças das pessoas que perdi naquela época. Entretanto.... minha vida não são apenas lembranças.
Sarah refletiu por um momento as palavras de Nicolai.
_ Talvez você tenha razão. Mas eu não consigo sair delas.
_ Você já tentou?
Eram as últimas imagens do sol que desaparecia no horizonte. O céu aos poucos foi se tornando escuro. Não havia mais pôr-do-sol para apreciar. Sarah virou-se e passou por Nicolai enquanto dizia:
_ Eu não tenho motivos para tentar.
_ Sabe que pode confiar em mim. _ disse Nicolai, quase que instantaneamente após a fala de Sarah. Ela o olhou de volta e Nicolai continuou. _ Eu sempre vou estar ao seu lado nos momentos difíceis. Pode contar comigo.
_ Obrigada Nicolai. Mas por hora, quero ficar sozinha.
_ Está bem.
_ Se alguém procurar por mim, diga que fui até a praia. _ disse Sarah, descendo as escadas para o interior do castelo.
Nicolai ficou a vendo descer. Ele faria qualquer coisa para fazê-la feliz. Seus sentimentos por ela eram muito fortes.
NICOLAI: Sarah, se você me desse uma chance, eu a faria muito feliz.
.........................
Steve aproximava-se do bar, quando ouviu alguém o chamar.. Ele virou-se, vendo Billy andando em sua direção.
_ Sabia que não resistiria a uma bebidinha após um dia de treino. _ disse Billy na frente dele.
_ Eu faço isso todos os finais de semanas, Billy.
_ Eu sei. Eu só queria puxar conversa.
Há alguns metros dali, Sarah andava de cabeça baixa. Ainda imergindo em lembranças, nem ouviu quando alguém a chamou. Ela levantou a cabeça e olhou na direção do som. Foi então que viu duas figuras perto de um bar.
SARAH: Ah, são eles dois.
_ Ei, Sarah, faz tempo que não a vejo. _ disse Billy, enquanto ela se aproximava.
_ Eu também. _ complementou Steve _ Não a vejo mais pelo reino.
_ É que não tenho saído muito ultimamente. Tenho ficado muito em casa.
_ Por quê? Você não é de ficar muito parada num canto. _ perguntou Steve, estranhando.
_ Por nada. É melhor deixar pra lá.
Steve a achou um pouco estranha comparada a Sarah que conhecia. Ela parecia um tanto abatida. Billy quebrou a tensão como sempre.
_ Ei, Sarah. Quer entrar conosco para tomar uma bebida?
_ Muito engraçado Billy. A filha do rei, dentro de um bar cheio de homens fedidos.
_ Estou brincando. _ disse após uma risada sarcástica.
_ Acho que eu vou ficar um pouco na praia. _ disse Sarah dando alguns passos para a direita.
STEVE: Praia? Sarah. Será que você...
_ Até mais! _ disse ela saindo. Logo após a saída de Sarah, Billy abriu a porta do bar. Steve ainda ficava observando-a sumir no final da rua.
STEVE: Se ela vai para a praia, ela realmente quer ficar sozinha. Ela ainda é muito apegada às lembranças.
_ Ei, Steve. O que está fazendo? Vamos entrar! _ disse Billy, o vendo distraído.
_ Claro! Já estou indo.
E os dois adentraram no bar. Ele estava lotado. Muitos homens bebiam suas cervejas, alguns apenas jogavam conversa fora. Por sorte, havia uma mesa vazia ao fundo.
_ Olhe, tem um lugar lá. _ disse Billy apontando para a mesa.
A mesa ficava encostada na parede. E tinha 4 bancos: dois ao fundo, um encostado na parede e outra no lado oposto. Steve sentou-se na do lado oposto. Na hora em que Billy ia sentar-se na outra cadeira, uma outra pessoa sentou no lugar dele.
_ O que está fazendo? _ perguntou Billy já irritado, vendo o cara sentado no seu lugar. Ele estava embriagado e cheirava mal. Billy gritou:
_ Esse lugar é meu. Dê o fora!
O homem que estava com um copo na mão, bebeu um gole de cerveja.
_ Não vou sair...Hic... Eu sentei aqui primeiro...Hic... E vou continuar aqui. _ disse o bêbado.
_ Então vai sair à força.
Billy pegou o homem pela gola e o jogou no chão. O copo que o homem segurava caiu no chão e quebrou-se. O som foi ouvido por todo o bar.
_ Isso é o que acontece quando mexe comigo. _ disse Billy.
_ Não precisava ir tão longe. _ disse Steve.
_ Não importa. Agora eu posso sentar e tomar minha bebida.
Assim que Billy ia sentar o homem levantou-se.
_ Esse é meu lugar... É meu... luGAARRRR. _ o homem deu quase que um grito, e tirou um canivete do bolso.
BILLY: Canivete!
Billy viu o homem levantar a arma em sua direção.
Logo após, o homem fez um brusco movimento para frente. Ele levantou o canivete e atacou Billy.
_ Billy! Cuidado! _ gritou Steve.
Nessa hora, uma flecha passou pelo interior do bar atingindo o canivete do homem. O canivete bateu na parede e logo após no chão. O homem ficou paralisado com a flecha que ficou cravada na parede.
BILLY: O que!
STEVE: Quem é?
Steve olhou em direção a porta do bar. Todas as pessoas fizeram o mesmo movimento, Lá estava de pé, um homem de cabelos loiros e longos até abaixo dos ombros. Usava uma camisa azul, calça branca e uma capa branca, e botas cinza. Steve o reconheceu assim que o viu.
STEVE: Ralf!
Ele andou, fazendo o som de seus passos ecoarem por todo o lugar, já que todos permaneciam quietos.
_ É o líder da tropa arqueira. _ cochichou alguém no bar.
_ O que está havendo aqui? _ disse Ralf, andando até o homem bêbado.
_ Esse cara puxou uma arma pra mim. _ respondeu Billy.
_ Me desculpe! Eu não queria fazer isso. Por favor! _ implorava o homem bêbado encostando-se na parede.
Ralf parou há alguns metros do homem e ergueu seu arco lentamente, enquanto pegava sua flecha nas costas.
_ Por favor, não faça isso. Não.
Ralf preparou-se para atirar no homem. O lugar ficou em completo silêncio, com toda a atenção voltada para um único ponto. Ralf atirou.
TREC!
O homem tremia enquanto virava a cabeça para a direita e vendo a flecha na parede. A flecha atingiu a parede a alguns milímetros de sua cabeça.
_O que está havendo aqui? _ Disse outra voz vindo da porta. O homem usava uma armadura verde-amarelo cobrindo todo o seu peito e parte de suas pernas. Tinha um cabelo castanho grosso, além de um grande porte físico.
_ Agora é o líder da tropa de lanceiros. _ cochichou uma pessoa.
Ralf olhou aquela pessoa grandiosa se aproximando dele.
_ Baltazar, até mesmo você aqui. _ disse Ralf o olhando.
_ Eu vim aqui pra testar a bebida do bar, e já encontro confusão. O que está fazendo Ralf?
_ A confusão já está resolvida. Eu vou levá-lo até a Torre dos prisioneiros pessoalmente.
O homem pareceu se assustar com a fala de Ralf.
_ Torre dos prisioneiros? _ disse o homem aparentemente com medo _ Mas eu não sou ladrão.
_ Lá você poderá ser julgado se é ou não uma boa pessoa. Mas antes tenho que fazer o que vim quando cheguei aqui.
Ralf virou-se para Steve que ainda estava sentado.
_ Steve, eu tenho um recado para você.
_ Recado?
_ Eu coloquei um substituto para você na Torre dos prisioneiros. É um iniciante, e parece que ele é um dos bons. Já você, vem trabalhando dobrado nos últimos dias. Achei melhor lhe dar uns dias de descanso.
_ Está bem!
Ralf voltou seu olhar para o bêbado.
_ Enquanto você, venha comigo.
Ralf saiu com o homem para fora do bar rumo a Torre dos prisioneiros. Esta torre abriga todos os maus elementos do reino. É lá que são julgados e presos todos os marginais.
_ Bem, será que eu posso sentar com vocês. _ perguntou Baltazar para Billy e Steve.
.........................
Melvin andava por uma estrada de terra e via o enorme muro do castelo logo em frente. Ao lado da estrada havia uma pequena floresta. Além do castelo, Melvin avistou algo a mais. Uma silhueta de um homem vinha em sua direção.
_ Ah, quem é?
Após andar mais alguns passos, reconheceu a pessoa. Os dois ficaram frente a frente.
_ Melvin! _ disse o homem
_ Nicolai! _ disse Melvin.
_ O que veio fazer em Seylor?
_ O de sempre.
_ Você e essa sua profecia. Não sei por que acreditar nisso. Apenas tolos acreditam nessa besteira.
_ Acredita quem quiser. Apesar de controvérsias, muitas pessoas acreditam. Inclusive a Sarah. A propósito, vim aqui falar com ela. Você sabe onde ela está?
Nicolai ficou em silêncio por um instante enquanto lembrava do que Sarah lhe havia dito.
Lembrança de Nicolai
Sarah: Se alguém procurar por mim, diga que fui até a praia.
Tempo atual
_ Não. Eu não a vi. Mas acho que ela está no castelo. _ disse Nicolai olhando nos olhos de Melvin.
Melvin sentiu alguma coisa de diferente na fala dele. Sua expressão parecia um pouco falsa, como se escondesse algo.
_ Tudo bem. Acho melhor falar com ela outro dia. _ disse Melvin se afastando.
_ Você é quem sabe. _ disse com um leve sorriso no rosto vendo Melvin ir embora.
Nicolai: Idiota!
CONTINUA...