A PRAIA - PARTE II
Todos os outros ficaram estáticos, olhando uns para os outros, surpreendidos pela intrepidez do amigo. Um misto de desvendar mistérios e o medo do desconhecido os moveu como uma engrenagem antiga. E assim, quando perceberam já estavam caminhando por uma picada na mata.
— Pessoal, vocês estão certo disso! Não é melhor a gente voltar?
— Olha Pedro, se quiser voltar, pode voltar. Só que vamos dizer para todo mundo na escola que tu é um medroso. – Falou Alfredo meio zangado.
— Quem é que está com medo aqui? Vocês estão loucos.
Minutos depois, a praia apareceu branca, calma e deserta; o vento soprava meigo como na beira do mar; e o sol sufocante das duas tornava a paisagem deslumbrante.
Eles se esconderam por entre os arbustos. Antes de sair, fizeram uma varredura do local, não viram nada: só os maçaricos, as borboletas e os cavalos-do-cão.
Minutos depois, estavam sobre a areia escaldante e a curiosidade os levou para junto da pedra negra, de lá observaram tudo, fizeram os cálculos e decidiram que o local era próximo a uma jará.
Sob a sombra da palmeira o chão estava molhado, bem molhado e havia aqui e ali um pouco de vermelho manchando a areia.
— É sangue! É sangue!
— Para de gritar! Alguém vai nos ouvir!
De repente um som de entre a mata ecoou como um tiro e um quebra-quebra de galhos avançou rumo à praia, os meninos numa disparadas mergulharam atrás da grande pedra e ficaram olhando para ver o que acontecia...