A GALINHA E A RAPOSA

Estava a galinha a ciscar no seu terreiro toda sorridente e cantarolando sem parar, pois seus filhotes estavam a aprender o ciscado da mãe, e isso muito a orgulhava.

Em meio a essa alegria, apareceu a vizinha Raposa, admirada desse contentamento entre mãe e filhos, mas desejando, intimamente, que um dos pequenos franguinhos se tornasse sua ceia matinal.

- Como estão contentes os teus filhotes! Bem se vê que tu estás a lhes ensinar a ciscar como verdadeiros galos de briga. Por que não os manda ciscar mais afastados de ti, para que eles descubram os perigos da vida e aprendam, verdadeiramente, a se defenderem? – perguntou a raposa com palavras de incentivo e maldade.

- Não, amiga Raposa. Eu não desejo que os meus filhotes sejam bravos guerreiros de luta. No fundo do meu peito desejo que eles aprendam a sobreviver de maneira independente e que possam, sozinhos, se livrar dos perigos que a vida há de lhes trazer.

- Então por que não os afasta de ti nem por um instante? Enquanto estiverem debaixo de tuas asas eles depositarão em ti toda a confiança de que precisam adquirir por si mesmos.

- Não os impeço de se afastarem de mim, mas os ensino, antes de os trazer para ciscar, que o mal não está apenas em quem está longe. Ensino-lhes que o mal pode estar nas palavras de uma vizinha astuta que acredita que com palavras de falso incentivo pode convencer uma velha galinha a lhe dar de brinde para a ceia um dos seus lindos filhotes.

MORAL: Nem sempre a conversa astuta traz os resultados esperados.

Nara Minervino
Enviado por Nara Minervino em 12/11/2022
Código do texto: T7648486
Classificação de conteúdo: seguro