Ser e amadurecer: caminhos do viver...
Há parodoxos cujo legado ainda mexe com nossa vida de modo ideológico e político. Inconsciente ou inconscientemente. Despir-se da prepotência e do marciano ou do etnocentrismo; pode isso legar anos, décadas e séculos. Precisamos de nós reeducar na humildade, abandonar os preconceitos, os autoritarismo e toda forma de pretensão e subjugação do outro em nome da lei, do poder, do prazer e da riqueza acumulada. Isso é a negação da pedagogia da opressão para alavancar passos firmes em direção à pedagogia da Autonomia. Começamos na dependência ou heteronomia para abraçar a autonomia responsável. Não há neutralidade, sim posicionamento e omissão. Omitir já é posicionar. Não há autonomia completa pois e processo entre pessoas que são "aprendentes e ensinantes". Não se pode absolutizar sistemas, uma vez que é capaz de contradições. Somos em nós: contradição ambulantes. Mas, isso não impede de recomeçar o plebiscito diário que nos edifica e nos torna ético. Cada dia, podemos reinventar a vida de formos corajosos o suficientes para não ficar no ontem nem desejando as abstrações do futuro ideal, sem vivermos o hoje, o aqui e o agora. Assim, surprenemo-nos se somos auto críticos, não auto punitivos ou apenas impregnados de auto comiseração ou pietismo sem vontade de aprender com os erros e acertar mais na capacidade de recomeçar. A dor e este aprendizado são conclusos com a chegada em si do grau de perfeição do Homem e mulher Novos, sem egolatria e receios, justificativas de generalizações ou precipitações diante das dificuldades, perdas, enganos, quedas e crises. A Oração completa da serenidade me levou a me retomar e reinventar a vida como espaço, possibilidade, utopia e autogratificação. Gratidão por viver mais este dia perto de você, dos outros, da natureza, do Ser Superior, o qual possamos reconhecer como somos por nós reconhecidos. Viver e morrer são mistérios da nossa relatividade, condição ontologicamente frágil, carente, aberta à significação ou ressignificação de cada ato de existir e renascer interior e amadurecer como a aurora precede o sol, a noite finda dialeticamente o dia. E vamos indo como ondas do mar ou o brilho das estrelas. Cada qual se identifique com as metáforas da existência e seus efeitos de sentido e desejo de transcender-se ante as situações e stress da história vivida. Somos presentes para nós mesmos/mesmas. Olho no futuro, aprendemos com o passado e vivemos só o presente. O momento presente de cada vez e em gotas homeopáticas, filosóficas e nos fizemos na linguagem, nosso espaço mental e cultural comum e desigual de saberes e memórias. Às vezes, somos rocha; às vezes, barcos. Esse barco sou eu e o mar está aqui dentro a navegar. Não dá mais para retornar: as ondas nos impulsionam ao alto mar ou nos levam à praia. Rocha para firmar os pés, mas há areia para percorrer ao longo da vida no deserto de nossa solidão e isolamento. Ora somos essa solidão, ora somos a solicitude. Fases da lua em nós como nos é a vida de outros no nosso planetário relacional, afetivo e místico ou espiritual. Pluridimensões que nos complexizam em leques de caminhos, a angústia de poder seguir um caminho de cada vez.