Vida e milagres de Padre Miguel A. Leite, de Cajuru/MG. Paz e Jesus, anunciando como arquitetos de Deus no mundo... pela glória de Deus.

Não tem que provar --- não é ciência empírica... é mistério de fé... Nós cremos... Pois para Deus, nada é impossível, disse o anjo a virgem Maria em Lucas 1,37

PADRE MIGUEL, UM “SANTO” CAJURUENSE.

José Antônio de Ávila Sacramento

A aftosa dizimava os rebanhos nas redondezas do distrito são-joanense de São

Miguel do Cajuru. Não havia remédios e nem vacinas que evitassem o mal. Eis que, de

repente, alguns sitiantes locais se lembraram de recorrer ao padre; talvez ele pudesse

rezar, pedindo a intercessão divina contra aquela doença:

- Padre Miguel, o senhor tenha dó de nóis, o nosso gado tá morrendo...

- Meus filhos, tragam lá da venda mais ou menos um quilo de sal.

- Mais padre... e a reza?

- Não tem mais nem menos, tragam-me o sal...

Assim fizeram. Uma oração em latim, a benção “Ad majorem Dei Gloriam”, o

sinal da cruz e pronto:

- Podem levar! Dividam esse sal. Ao chegarem às suas fazendas, misturem um

pouco no sal de lá e vão dando ao gado... E que Deus os abençoe. São Miguel os

levará sob a proteção das Suas asas!

(...)

Padre Miguel Afonso de Andrade Leite nasceu em 29 de setembro de 1912, no

distrito de São Miguel do Cajuru. Era filho de Francisco Afonso de Andrade Leite e de

Afonsina Batista de Carvalho. Neto paterno de Francisco Afonso de Andrade e de

Maria Feliciana de Andrade e, por parte da mãe, de José Batista de Carvalho e

Guilhermina Leite de Andrade. Foi para o Colégio do Caraça; cursou teologia e

filosofia no Seminário dos padres da Congregação São Vicente de Paula, em

Petrópolis, onde se ordenou em 13 de fevereiro de 1938. Celebrou a sua primeira

missa cantada aos 22 de fevereiro de 1938, no distrito de S. Miguel do Cajuru. Não foi

ainda possível precisar a causa de sua saída da Congregação dos Padres Lazaristas.

Tornou-se sacerdote da Arquidiocese de Mariana. Foi pároco de São Miguel do

Cajuru, São Sebastião da Vitória (aproximadamente de 1942 a 1950) e da Paróquia de

São José, em Barbacena. Faleceu em 30 de setembro de 1976, na Santa Casa da

Misericórdia de São João del-Rei, em conseqüência de coma diabético, diabetes

melito, insuficiência renal e arteriosclerose generalizada.19 No velório o fragilizado

corpo dele quase que ficou despido na urna, já que os fiéis tentavam cortar a sua batina

e levar para casa os pequeninos retalhos, os quais se transformavam em relíquias

milagrosas. O corpo dele foi sepultado no cemitério de São Miguel do Cajuru.

O pe. Miguel, quando invocado, ainda opera muitos milagres. Da sepultura

dele, lá no cemitério do arraial bandeirante da “Boca do Mato” dizem brotar um santo

óleo, miraculoso, que de lá só pode ser retirado pelos que ainda têm muita fé...

Ainda existe, no distrito de São Miguel do Cajuru, a casa onde nasceu e viveu

o pe. Miguel. O histórico imóvel fica defronte da Igreja, é uma das casas mais antigas

do local e está em processo de tombamento pelo Conselho Municipal de Preservação

do Patrimônio Cultural. Na casa, num dos cômodos, está depositada uma pequena

biblioteca do falecido padre; o acervo, ainda desconhecido, nos causa preocupação

quanto ao seu destino e conservação20. No interior da Igreja, dentro de um armário,

ainda existem em boas condições de conservação alguns paramentos que eram

utilizados por ele (estes também estão tombados pelo Patrimônio Municipal). No adro

foi erigida uma herma em sua homenagem21.

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19 Certidão de nascimento: Cartório do Distrito de São Miguel do Cajuru, livro A-003, folhas 104,

termo 026. Certidão de óbito: Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais do Município de São

João del-Rei, livro 26 C, folhas 254, termo 516.

20 Eu e o prof. Oyama de Alencar Ramalho já nos pronunciamos veementemente junto à família do

falecido padre, preocupados com a situação de abandono daqueles livros. A situação permanece como

antes, com a agravante de que a casa agora está fechada, fato que facilita a deterioração daquele acervo

documental.

21 Na herma há uma placa com os dizeres: Homenagem ao padre Miguel Afonso de Andrade Leite -

Nascido em 29.09.1912 / Ordenado em 13.02.1939 / falecido em 30.09.1977. Houve um engano nas

datas de sua ordenação e morte, já que a ordenação dele foi em 13 de fevereiro de 1938, em Petrópolis,

e em 22 de fevereiro a data de sua primeira missa cantada, em S. Miguel do Cajuru. Já a data de

falecimento que lá está registrada (30.09.1977) entra em desacordo com a da certidão de óbito, que

registra o falecimento em 30 de setembro de 1976.

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(...)

Os relatos dos milagres de padre Miguel, as provas de curas efetuadas por seu

intermédio, a realização de exorcismos, os suplícios e as penitências a que o virtuoso

padre se submetia, além de outros acontecimentos inexplicáveis pela ciência já me

parecem ser bastante suficientes para ser iniciada, na nossa Diocese, a provocação da

instrução de sua causa como Servo de Deus, segundo as normas vigentes 22. Ao ser

introduzida esta causa, com o exame dos escritos, a oitiva de testemunhas e a instrução

dos milagres, o exame do processo junto à Congregação para a Causa dos Santos

poderá possibilitar a beatificação e posterior canonização 23 do virtuoso Pe. Miguel.

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22 Há pré-requisitos para abertura do processo canônico: qualquer católico, sem distinção de raça ou

condição social, que tenha falecido em odor de santidade, pode ser proposto a candidato a santo, desde

que possua os seguintes requisitos: a) fama de santidade; b) exercido as virtudes cristãs em grau

heróico; c) inexistência de obstáculos insuperáveis contra a canonização. Benedito XIV definiu o

conceito de fama de santidade, na qual o Pe. Miguel se enquadra perfeitamente: “É a opinião geral,

manifestada publicamente, de uma maneira espontânea, pela maior parte do povo, sobre o martírio ou

sobre a vida virtuosa e milagres realizados pelo servo de Deus, que induzem ao povo venerá-lo e pedir

sua interseção.”

23 O caminho que é preciso ser percorrido tem três etapas: confirmação das "virtudes heróicas" do

candidato, beatificação e depois canonização. É necessária a “constatação de um milagre” para a

beatificação e outro para a canonização, com exceção do caso dos mártires. Geralmente é o bispo da

diocese a que pertence o "candidato" quem põe em andamento o processo de beatificação. Uma vez

feito o pedido, começa uma investigação e são reunidos os depoimentos. Aos Bispos diocesanos

compete o direito de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio,

milagres aduzidos, e ainda, se for o caso, do culto antigo do Servo de Deus, cuja canonização se pede.

O processo para a canonização tem uma primeira etapa na Diocese em que faleceu o Servo de Deus. A

segunda etapa tem lugar em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo Bispo

diocesano. Após exame profundo da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, compete

ao Santo Padre declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres (um para a

beatificação e outro para a canonização), a beatificação e a canonização (conf. FALCÃO, Miguel. A

canonização dos Santos, natureza e normas. In Celebração litúrgica, 2002/03, (Agosto-Setembro

200). Pp.1125-1131)

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Fontes de consulta:

BOLETIM INFORMATIVO-Ano VI-N° 59 - Julho 2002 – Associação de Fiéis do Pe.

Donizetti, Pag. 2

FALCÃO, Miguel. Processo de beatificação e canonização de Mons. Josemaria Escrivá, in

Celebração Litúrgica , 2002/03, 3 (Mar-Abr 2003), pp.514-517.

HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa. Rio de

Janeiro:Objetiva, 2001.

João Paulo II, Const. Apost. Divinus perfectionis Magister, 25-I-83, Proêmio.

Paulo VI, Motu proprio Sanctitas clarior, 19-III-1969, Introdução

http://patriamineira.com.br/imagens/img_noticias/202753090510_Pe._Miguel.pdf

Nota:

Uma outra versão deste artigo foi publicada na Revista da Academia de Letras de São João del-Rei – ano 2005, páginas 113-125

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Para Deus, somos lindos e insubstituíveis, jamais descartáveis... Pois merecemos o desígnio salvífico do sangue do Redentor Jesus, na Cruz, gerado no útero imaculado e virginal da Mãe Maria Santíssima.

Não queirais dividir a Igreja de Deus...

J B Pereira

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Lendo a Bíblia e conhecendo mais os documentos da Igreja e a sua história, divulgue o amor a:

Jesus e sua Igreja e ao Papa em Mateus 16,16-19;

Espirito Santo como novo Advogado ou Paráclito que guia a Igreja e todos nós no caminho de Jesus em Atos 2;

Virgem Maria, Nossa Mãe aos pés da Cruz em Jo 2 e João 19,25-27.

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Amigo vale mais que tudo no mundo. E o tesouro do céu, que nosso Senhor Jesus nos deu e concede a cada momento de alegria, apuro e oração. Jamais se esquece, guarda no coração, na eternidade ele será a presença de felicidade, e, na Terra, o esteio onde nós será mais que irmão, se a gente souber achar esse bem maior, tesouro escondido entre mil terras, e cultivar sempre com respeito, alegria, ouvir, perdoar e acolher o amigo. Pois nele está, com certeza, o primor e Skol ou mel: JESUS presente a nós 🎁 presentear com amigo verdadeiro a fim de aliviar a dura jornada Terrena, rumo às Moradas Celestiais eternais. Amém 🙏 Aleluia 🎶💠🛐💗✨💫💞🧎🏻‍♂️😊🧎‍♂️👳🏻‍♂️🌈

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Fico feliz com sua fé e Devoção a Nhã Chica, santinha dos negros e conselheira do ricos para não maltratar os negros e animais, não pecarem nem negros nem brancos, todos se amarem casa por serem filhos do Altíssimo e da Sinhá Celestial A Virgem da Conceição, devoção, que herdou da Mãe Maria, vindas ambas ( mãe e filha) de São João del-Rei, MG.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 21/07/2021
Reeditado em 26/07/2021
Código do texto: T7304536
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