Terror no mato
Ontem realizei, como faço algumas vezes, um pequeno percurso a zona rural, lá para as bandas do Ribeirão Grande, lugar retirado, com muitos montes e riachos. Já bastante tempo na roça pedalando, tanto que eu já estava muito fatigado e sedendo, encontrei para meu alívio um córrego com muitas pedras, por quais suas águas passavam sinuosas e barulhentas, ocultei no mato minha magrela, e sem demora fui refrescar-me no riacho, pulei de roupa e todo: com esse calor, cansado e castigado pela sede, não preocupei-me em retirá-la; após distrair-me nas águas deitei nas rochas para dessa forma deixar estás, de boa temperatura do córrego passarem sobre mim, refrescando-me gostosamente, num dado momento ouvi estranho ruído saindo da mata, olhei na direção de onde julguei vir o som, e notei que as gramas alta se moviam, seguindo gradualmente, fazendo assim um caminho, certamente um bicho andava ocultamente por ali, parava uns instantes depois recomeçava seu percurso, assustei-me com o fato, ao achar que o tal bicho agindo dessa forma, parecia me averiguar, como um caçador, meu coração disparou com essa suposição, talvez fosse uma onça ou uma jaguatirica, que embora menor que a primeira não era menos perigosa a minha pessoa, sai da água com desvelo e devegarinho, tentando não parecer ao bicho que eu estivesse fugindo, e também não perder a noção de sua posição, caminhei lentamente em direção a minha bike, pequei-a e mantive a passada pé ante pé até à estrada, nisso o bicho até então imóvel, me observando acredito eu, recomeçou seu percurso, e apavorei-me ao notá-lo me seguindo, chequei a estrada e pensei que se tentasse fugir sobre a bicicleta, o tal bicho perseguiria-me e sem dificuldades me derrubaria, assim pequei um tronco de árvore caída ao chão, e preparei para defrontar o animal misterioso, esperei uns instantes, que pareciam intermináveis, e escutei ruídos que aumentavam gradualmente, vi o mato se mexendo à estrada, sem dúvida o bicho se aproximava, engoli em seco olhei em volta procurando algo a que recorrer, porém não vendo nada, tive somente que esperar a criatura, segurando o tronco firmemente com as duas mãos, e sentia meu coração pulando ao peito, não conseguia pensar em nada, minha mente temerosa concentrava-se só com a criatura, agora era os últimos matos que balançavam, era o momento de ver meu perseguidor, abruptamente ele saltou para fora e eu para trás defensivamente, e para minha surpresa, o vi aproximando-se a mim feliz e abanando o rabo; era apenas um cão de negra pelagem da raça labrador.