fluido, inconstante, mutável, sem nexo, em desequilíbrio
Quero escrever alguma coisa, com ou sem significado. Quero escrever! Não importa pra quem ou o quê, apenas quero escrever. Me deixem escrever. Saiam todos que atrapalham e inibem a minha escrita. Quero escrever. Talvez uma poesia, quem sabe uma prosa... poxa, tal hora sai um livro. Quero escrever um antiamor, uma decepção. Quero escrever frustrações, depressões, ansiedades, medos, pânicos. Quero escrever tristezas, ranços, ódios. Quero escrever sexos, marginalidades, não-binaridades, tansgeneridades. Quero escrever viadagens, bissexualidades. Quero escrever, deixem-me escrever a totalidade do meu ser, a confusão da minha alma, a desconstrução da minha essência, a desilusão da minha utopia, a destruição dos meus sonhos, os vícios da minha carne. Quero escrever quem eu sou, deixem-me escrever o que sou. Saiam todes aqueles que desejam julgar as palavras de quem escreve sobre sua solidão. Ceguem, para que nunca mais leiam, os puritanos que não dão a valor a escrita que vem de dentro e reflete o que se passa fora. Meu pedido é simples: Quero escrever, deixem-me escrever!
Chegou ao segundo parágrafo? Significa que você é uma pessoa interessante... ou tão frustrada quanto eu. O que você tem? Ou o que você é? Não precisa me responder, talvez você se encontre mais a frente ou talvez se perca mais ainda. Não sei. Você sabe? O que você sabe? Percebo que sei menos a cada dia. Sei menos do mundo, sei menos de mim, sei menos das pessoas, sei menos da política, sei menos da universidade, sei menos das sexualidades, sei menos dos gêneros. Eu gosto de saber menos. É que tudo é fluido, inconstante, mutável, desordenado, sem nexo, em desequilíbrio. Tudo é eu: fluido, inconstante, mutável, desordenado, sem nexo, em desequilíbrio. É que tudo é você: fluido, inconstante, mutável, sem nexo, em desequilíbrio. Ou não? Ou sim? Não sei. Sei menos a cada dia.
Poucas pessoas lerão até o terceiro parágrafo. Não me importo muito. Não escrevo pra me fazer ser lido. Escrevo porque quero escrever. Deixem-me escrever. Se você chegou até aqui é porque tá curioso. Vai me desculpando aí, mas gostaria de já sanar os seus ímpetos de curiosidade. Esse é um texto sem sentido. Ou tem sentido? Me conta, então. Verdade, é possível encontrar respostas no caos. Pois bem, é caos essa escrita. Encontrou sentido? Viu significado? Poxa, pensei está no caos só, até que você chegou ao terceiro parágrafo. Me chama no whats, sejamos caos juntes, em total desequilíbrio, numa profunda desordem fluida e inconstante, sem nexo. Talvez eu precise de você. Talvez você precise de mim. A verdade é que não precisamos nem eu de você e nem você de mim. Eu só quero escrever. Deixem-me escrever. Talvez uma poesia, quem sabe uma prosa... tal hora sai um livro.
Asè! Ou não, recebe se quiser!